Cine Ceará | Penúltimo dia do evento pega fogo – Confira todos os detalhes!
Larissa Bello
No quinto dia do Cine Ceará, os curtas metragem tiveram mais espaço, pois no final da noite foi exibido somente um longa, em vez de dois. A programação tem ocorrido da seguinte forma: um longa no início da noite, depois uma série de curtas metragem e um outro longa para terminar. Vale destacar que o Cine-Ceará tem entrada gratuita, o que é algo importantíssimo não só para atrair cada vez mais pessoas ao cinema, como para apresentar uma conexão maior com o olhar de seus espectadores, contribuindo assim para a formação de público.
E o público que vem acompanhando o festival merece ser ressaltado. A noite de ontem foi particularmente divertida, pois dentre os curtas em competição, houve uma exibição especial de dois que eram produções locais: “Flores” e “Silêncio”, que foi dirigido em parceria entre Armando Praça e Janaína Marques. Trata-se de duas produções quase que complementares e que foram rodadas no povoado de Baurité, região serrana cearense. Devido a isso, estavam presentes algumas pessoas dessa região e também alunos da escola pública, que fazem parte do projeto Educação de Jovens e Adultos. Sendo assim, as reações durante a exibição ocorreram da forma mais interativa possível com as cenas que eram projetadas na tela, principalmente, no segundo curta, que é um suspense. Um desses espectadores se assustou tanto em uma cena que disse em voz alta: “Ave maria! Me arrepiei todo!! Acho que vou embora pra casa!”
Depois dessas divertidas reações, foi a vez da exibição do longa da noite, “Cavalo Dinheiro”, do cineasta português Pedro Costa, que estava representado pelo diretor de fotografia, Leonardo Simões. E realmente, a fotografia do filme é primorosa! É raríssimo ver um filme com atores negros tão bem fotografado como este. O capricho dos enquadramentos e da iluminação chamam a atenção de maneira vislumbrante e contemplativa. O filme narra de maneira fantasmagórica a história de Ventura, que é um personagem real que o diretor já acompanha desde 2006, quando lançou “Juventude em Marcha”. Em “Cavalo Dinheiro”, Pedro retoma a saga desse cabo-verdiano que está acometido por uma doença de nervos e volta e meia se vê perdido, tanto localizadamente quanto em si mesmo.