Crítica de Filme | Os Maias – Cenas da vida romântica
Stenlånd Leandro
Tendo seu lançamento ocorrido no ano passado em seu país de origem (Portugal), ”Os Maias: cenas da vida romântica”, chega ao Brasil em doze de novembro deste ano (2015), sendo uma adaptação do livro de Eça de Queiroz, um dos mais cultuados escritores do dito país, com uma de suas mais importantes obras.
Não chegando perto da intensidade e importância criada pelo livro, o filme, dirigido por João Botelho, tenta (e muito) criar sua identidade utilizando recursos que ao invés de investirem em favor ao filme, o regridem.
Um dos exemplos de tal recurso é a escolha de um dos cenários serem feitos à mão, em pinturas, tal efeito em vez de deslumbrante se torna artificial à obra. Artificialidade esta que também é usada em metáforas óbvias como a passagem do preto e branco depois dos quinze minutos iniciais do longa, tentando remete-lo à algo atemporal ou que converse com ambas as gerações.
Tal tentativa de atemporalidade também esta presente nas citações do própio livro do autor português, citadas por um narrador ”ao fundo”, mas isto somente explana que o filme não alcança tal mérito e valor do que esta sendo dito.
Com uma escolha de direção totalmente teatral, o que causou uma fissura à linguagem cinematográfica no filme, a obra percorre com nítidas falhas de direção de atores, dos quais poucos chamam a atenção diante de suas interpretações.
Apesar do fato de que a adaptação foi extremamente fiel em história, fatos e personagens, ela não se sustenta nos breve (que se tornam longos) oitenta e sete minutos expostos em tela.
Não sendo por completo desprezível, mas longe de chamativo ou de colecionar mais de dois ou três elogios, ”Os Maias: cenas da vida romântica” permanece morno do começo ao fim, sem nenhuma surpresa ou algo realmente chamativo.
Gênero: Drama
Direção: João Botelho
Roteiro: João Botelho
Elenco: Adriano Luz, André Gonçalves, Filipe Vargas, Graciano Dias, Hugo Mestre Amaro, João Perry, Jorge Vaz de Carvalho, José Manuel Mendes, Marcello Urgeghe, Maria Flor, Maria João Pinho, Pedro Inês, Pedro Lacerda, Rita Blanco
Produção: Alexandre Oliveira
Fotografia: João Ribeiro
Montador: João Braz