CRÍTICA | Mesmo com bom elenco, ‘O Caçador e a Rainha do Gelo’ cai na armadilha do roteiro previsível

Barbara Braga

Seguindo a tendência das sequências em Hollywwod, com o claro objetivo de garantir sucesso de bilheteria com um público já cativo, chegou a vez de “O Caçador e a Rainha do Gelo” que traça uma linha entre os acontecimentos anteriores e posteriores a “Branca de Neve e o Caçador”, porém sem contar com a presença da Branca de Neve.

No filme Dirigido por Cedric Nicolas Troyan (que foi supervisor de efeitos especiais em Branca de neve e o Caçador) Freya (Emily Blunt), A Rainha do Gelo, desenvolve seus poderes após ter seu coração partido e se retira para seu próprio reino, onde recruta crianças para formar seu exército . Eric (Chris Hemsworth), uma dessas crianças, que já adulto escapa do reino de Freya e ajuda a Branca de Neve a derrotar Ravena como vemos no primeiro filme, volta à cena dessa vez com o objetivo de recuperar o espelho mágico que saiu do poder de Branca de neve e evitar que ele caia em mãos indevidas. Para isso e meio a contragosto ele se reúne com quatro anões e a também caçadora Sara (Jessica Chastain), cada um com seus próprios motivos para a missão, e partem em busca do espelho.

362368.jpg-r_640_360-f_jpg-q_x-xxyxx A trama procura desenvolver os conflitos entre as irmãs Freya e Ravena (Charlize Theron), o passado mal resolvido de Eric e Sara e mostrar como o amor pode ser invencível, tudo sem muita profundidade apesar dos diálogos pretensiosos.

Com pouca ação, romance fraco e recheado de clichês, o longa tem ritmo lento e por vezes é excessivamente explicativo, como se duvidasse da capacidade intelectual do espectador, as mulheres são retratadas como fortes e independentes mas não o suficiente para configurar algum tipo de inovação realmente positiva, e mesmo contando com ótimos atores, o roteiro fraco não os permite desenvolver seus personagens de forma plena.

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Ainda assim Charlize Theron está ótima em cena como a Rainha má Ravena e Emily Blunt consegue demonstrar muito bem suas variações de sentimentos tais como frieza e angústia e também sua fragilidade. O Caçador de Chris Hemsworth está mais irônico do que no primeiro filme e isso o torna mais agradável e engraçado, e a comicidade do quarteto de anões é sem dúvida alguma um dos pontos altos da história, trazendo um alívio cômico que se faz necessário e dando um pouco de vida a uma história morna.

A direção de arte correta e a bela fotografia nos apresenta um filme visualmente bonito e com bons efeitos especiais, mas nada excepcional ou de tirar o fôlego.

No fim, é mais uma das muitas versões e variações dos contos de fadas com uma pitada de suposta modernidade e inovação, feita para os fãs do gênero e nada mais.