CRÍTICA | ‘O Bom Gigante Amigo’ tem uma história totalmente ficcional e fantasiosa

Estreando seu primeiro longa metragem com a marca Walt Disney Pictures, embora tenha produzido anteriormente diversos filmes para o estúdio e baseado no romance de Roald Dahl, Steven Spielberg assina a direção de “O Bom Gigante Amigo” (The BFG, 2016), o 33º filme de sua carreira.

A pequena órfã Sophie (Ruby Barnhill) encontra um gigante amigável que, apesar de sua aparência assustadora, se mostra uma alma bondosa, um ser renegado pelos seus semelhantes por se recusar a comer meninos e meninas. A garotinha, a Rainha da Inglaterra (Penelope Wilton) e o ser de sete metros de altura unem-se em uma aventura para eliminar os gigantes malvados que estão planejando tomar as cidades e aterrorizar os humanos.

O que impressiona aqui é a construção da obra; Hollywood tem uma dificuldade muito grande em equilibrar CGI (Computer Graphic Imagery, a famosa computação gráfica) ao mundo real e concreto – que, na verdade, é uma técnica de marketing muito utilizada atualmente no cinema: o mascaramento da originalidade, onde as luzes e efeitos gráficos cumprem esse papel. A produção tem êxito em utilizar esse artifício, que é extremamente necessário para a trama, criando um mundo não tão real nem tão artificial; além, é claro, da qualidade e detalhamento dessa união que impressionam.

A história é totalmente ficcional e fantasiosa; o que, para as crianças, tende a ser proveitoso por seus olhos serem atraídos facilmente ao lúdico, porém ao público mais velho pode se tornar cansativo ao longo do enredo. Há diversas situações engraçadas bem aproveitadas por conta da larga diferença de tamanho do gigante comparada aos humanos, porém, se baseia praticamente a esse ponto.

Como em E.T – O Extraterrestre, Spierlberg desenvolve aqui também uma relação criança/monstro bonzinho bem montada e com semelhante intensidade. A simpatia de Ruby Barnhill (Sophie, a menina órfã), sem dúvida, cativa sem esforço. O mesmo vale para Mark Rylance (BFG, o gigante) que, além disso, exprime toda a ignorância e inocência de um gigante atrapalhado – ator que, inclusive, já está cotado para os próximos 2 filmes do diretor.

FICHA TÉCNICA