CRÍTICA | ‘Águas Rasas’ tem boa tensão, mas roteiro raso
Luigi Martini
Trazendo a tensão de se defrontar com tubarões – temática um tanto esquecida por parte da indústria cinematográfica – Águas Rasas (The Shallows, 2016) se propõe a nos reviver essa sensação.
A história tem início com a chegada de Nancy (Blake Lively), uma jovem em busca de um tempo para si após a morte de sua mãe, a uma praia paradisíaca. Em meio a práticas de surfe, ela acabada ficando isolada sobre um rochedo após ter se deparado com um temível tubarão. Temos aqui o que precisamos para um bom suspense marítimo.
Tudo aqui nos é apresentado de forma bastante convencional: o momento em que a personagem se depara com uma criatura estranha, quando acaba sendo isolada sobre as rochas para se proteger enquanto pensa no que fazer e também os acontecimentos posteriores – onde não vou mencionar pra não estragar tanto a surpresa de quem procura assistir, é claro.
O filme tem claras referências a filmes como “Tubarão” (Jaws, 1975), onde procura criar um clima de tensão entorno da jovem e faz isso de maneira competente, e a “Náufrago” (Cast Away, 2000), uma vez que ela precisa sobreviver a um ambiente totalmente desfavorável e onde é obrigada a sofrer na pele – algo que inclusive é intenso e bem interpretado pela atriz.
O roteiro é frágil e não se sustenta ao longo do enredo. É clara a intensão de mostrar uma vida complicada, onde a superação é sempre a grande solução de todos os males, porém isso não tem estrutura suficiente para emocionar e até mesmo entender o desenrolar dos fatos – algo que desfavorece acima de tudo o elenco.
FICHA TÉCNICA: