CRÍTICA #5 | ‘Esquadrão Suicida’ entrega uma obra incoerente e precipitada
Victor Diniz
A ideia de produzir um filme composto apenas por vilões chegou com a Sony, que na época possuía 100% de domínio sobre os direitos do Homem-Aranha. A ideia de um longa sobre o Sexteto Sinistro, no entanto, não saiu do papel devido a rejeição do público com o último filme do aracnídeo.
Esquadrão Suicida é uma equipe de vilões presente nas HQ da Detetive Comics desde 1959, renovando seus integrantes até hoje. Em sua primeira aparição nos quadrinhos o time foi formado por criminosos que aceitavam realizar missões impossíveis em troca de liberdade. Até então o grupo de vilões não era tão conhecido do grande público.
No longa, Amanda Waller (Viola Davis) tem o plano de reunir vilões com habilidades especiais com o intuito de proteger o mundo contra qualquer ameaça que possa vir a surgir. O time formado por Amanda Waller e pelo militar Rick Flagg (Joel Kinnaman) é composto por Arlequina (Margot Robbie), Pistoleiro (Will Smith), Capitão Bumerangue(Jay Courtney), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje), El Diablo (Jay Hernandez), Magia (Cara Delevigne), Katana (Karen Fukuhara) e Amarra (ou Slipknot em inglês).
A estética do filme se encontra na harmonia cênica em que cada ator deixa explícito a dedicação ao papel de vilania, evidenciando a boa narrativa da trama. Mas o tão esperado Coringa de Jared Leto deixa a desejar no momento em que não expõe a bizarrice esperada e desvia a expectativa de quem assiste. O relacionamento entre o palhaço e Arlequina (Margot Robbie), no entanto, é bem explorado, sendo um dos pontos mais altos da produção pela complexa relação de “amor” e insanidade entre os dois. Fielmente, assim como nos quadrinhos, Viola Davis demonstra a compulsão e determinação de personagem Amanda Waller, que produz o que for preciso para salvar sua pele e conquistar seus objetivos.
No início, o longa possui um começo apressado em apresentar cada personagem, para encaixar cada vilão em seu devido lugar no espaço DC. A motivação dos vilões finais de Esquadrão Suicida também é pouco densa e explorada. Mesmo o objetivo estando claro, não se entende ao certo o porquê de tudo aquilo. O vilão Pistoleiro não cativa com sua tentativa de comoção familiar. A falta de fidelidade entre o pistoleiro do filme e da HQ fica bem evidente, certamente causado pelo estrelismo de Will Smith.
O universo DC está cada vez mais se firmando nas telonas, estabelecendo seus heróis e vilões a cada longa. Porém deve se preocupar também em entregar uma obra coerente e sem precipitação para que, ao fim, a congruência fique e a fidelidade dos fãs permaneça.
FICHA TÉCNICA: