REVIEW | ‘One Piece Burning Blood’: Literalmente “Tiro, Porrada e Bomba”!

Stenlånd Leandro

Enquanto todos tentam ver jogos como Dragon Ball e Naruto, até agora, os jogos mais recentes provindos da franquia One Piece tinham como foco um estilo muito aproximado com o lendário formato de Dinasty Warriors. Entretanto, One Piece Burning Blood é um bocado diferente daquilo que estamos acostumados a jogar em jogos player vs player. Ele consegue sim se diferenciar até mesmo dos formatos de Naruto e Dragon Ball. O game havia sido anunciado pela Bandai Namco em setembro de 2015 na conferência de imprensa da Sony Computer Entertainment Japan. 

Apesar de tentar lembrar ao máximo os tipos de jogos que One Piece Burning Blood poderia remeter, ele lembrou – vagamente – o layout utilizado pela própria Spike Chunsoft nos games da saga Tenkaichi de Dragon Ball Z. Diferente dos mencionados, One Piece Burning Blood apresenta certas limitações em seus combos e eles até induzem você ao erro por mais que haja aquela tentativa de um combo ‘infinito’ e perfeito. Algo que chega a ser meio torpe durante as batalhas e perceptível a qualquer olho nu. Mas alto lá! Particularmente, não sou familiarizado com o formato de jogos de luta de anime e é o sistema de batalha onde a janela de tempo torna o adversário basicamente invencível certas vezes (que não há em outros jogos) que até deixa o usuário desconfortável. Entenda que o sistema de luta é divertido e agradável em certos momentos, e assim há aquela sequência de engate de combos e especiais com os personagens funciona somente para os mais ávidos (coisa que não sou rs). Escolhendo até três lutadores por jogador, a luta acontece em cenários 3D com livre movimentação.

Belíssimo formato de mapa que lembra muito Super Mario World

Os comandos são os básicos dos games de luta e dos gêneros de animação japonesa, ou seja, não pense que poderá fazer as magias do protagonista como se fosse Street Fighter ou Mortal Kombat. Com pequenas variações de acordo com a especialidade de cada personagem, o game se transforma em um grande desafio de aprendizagem, indo totalmente diferente do costume de quem ama games de luta, sendo que os primeiros estágios servem como fases de treinamento para o jogador, aprendendo a como executar os principais golpes dentro da luta, e o jogador verá que não são golpes tão simples, apesar de meras combinações de botões do lado direito do controle. Isso pode ser um tormento para quem não está acostumado ao formato mencionado.

Apesar da bela trama por trás de todo o jogo, o mesmo é praticamente uma mistura entre momentos importantes do anime que passaram pelo arco MarineFord e algumas histórias paralelas a esta, como em Fishman Island e Dressrosa.  A saga de Marineford, precisamente, se inicia na parte em que Luffy tenta salvar Portgas D. Se estão interessados na trama de One Piece, vão encontrar também o modo Paramount War. Essa opção gera um paradoxo, onde o jogador poderá reviver os acontecimentos sob diferentes perspectivas (Luffy, Whitebeard, Ace e Akainu). Ao jogar o arco de Marineford, o jogador tem a oportunidade de analisar todo seu progresso no mapa principal em cada um dos episódios durante seu avanço e isso lembrou muito jogos como Sonic e Mario (o mapa é parecidíssimo).

One Piece: Burning Blood é lindo graficamente. O visual consegue reproduzir muito bem o espírito da série, e isso é um ponto positivo de 99,99% dos jogos provindos de animes em que a Bandai Namco se propõe a fazer. De certa forma – ainda mais com uma boa qualidade das animações -, isso induz qualquer um a comprar o jogo. E não é só disso que se trata, pois como mencionado no parágrafo acima, os segmentos da história são fantásticos e a qualidade dos combates também ganham com isso de certa forma. Não se sabe se para alguns isso será um ponto positivo ou não, mas as vozes são todas originais japonesas e isso é um detalhe primordial para amantes de animes e mangá.

Alguns detalhes podem incomodar aquele que obter o jogo. O contínuo modo História, que não tem muita alternativa, é cansativo em certos momentos. Como adendo, não existem grandes surpresas durante os combates, pois é necessário atingir ao máximo seus inimigos com seus combos até que sua barra se encha, você consiga soltar o famoso especial que existe em boa parte dos jogos de luta (reze para não capar) e exterminar os vilões que, na verdade, acabam que os mesmos – ainda que derrotados -, voltam em outras partes, deixando o jogo grande demais e repetitivo. Ficamos por quase duas horas jogando e realmente tem momentos que abandonar a partida é a opção para não se cansar de momentos muito similares. Claro que a vontade de terminar a trajetória se mantém firme e alguns minutos depois o console já estava ligado para rumarmos aos sete mares mais uma vez.

Para quem já é fã do anime, Burning Blood é uma obra para ser contemplada sim, mas é válido ressaltar que o game joga direto em seu rosto diversos spoilers do conteúdo do anime. Por não ser familiarizado com a trama, pude de imediato perceber muita coisa sem dificuldades. Então, para aqueles que não assistiram ao mesmo, é bom tomar cuidado. Justamente porque Luffy e sua tripulação trilham em busca de um possível e inicialmente imaturo resgate ao Ace, e também rumo ao One Piece, enquanto que diversos problemas acontecem e os levam a caminhos secundários e não menos importantes na sua busca. Isso torna realmente o jogo um tanto massivo como mencionado.

Além do modo história e offline, é no modo online que o usuário irá para o além mar em combates em um outro modo chamado Pirate Flag Battle, onde poderão entrar em um grupo pirata (lembrei-me da série Black Sails), navegar pelos sete mares e, junto de seus coleguinhas, tentarão em apenas uma temporada (em média dura uma semana) conquistar vários espaços do mapa competindo contra outras equipes de jogadores. Neste modo, vão participar em duelos contra jogadores de facções rivais e acumular pontos determinantes à sua equipe. Lembra um pouco o molde de ‘League of Legends’ ao que se refere o modo ”MMRPG”, afinal, bem ou mal, acaba sendo mais ou menos isso, certo?

Sendo assim, como veredito, para aqueles que pretendem adquirir One Piece: Burning Blood, o o jogo é bom, com qualidade gráfica exuberante e, como em todo jogo de luta (ao menos em sua maioria), tem seus problemas, mas o compraria de olhos fechados. Se ainda assim você precisa de uma nota para estimulá-lo a gastar o seu dinheiro, esta nota seria 7,5 (BOM).

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN