REVIEW | ‘Darius Burst Chronicles Saviour’ ou mais um excelente Shump para o PS4

Stenlånd Leandro

A Taito é a maior empresa japonesa de arcades em todo mundo. Na verdade, sendo a mais conhecida no desenvolvimento de jogos do gênero, ela ficou famosa pelos seus jogos trilharem o sucesso facilmente, independente de sua categoria. A longa linhagem de Shoot ‘Em Ups (ou Shumps, se preferir), trouxe consigo seu primeiro game da saga Darius em 1987, sendo que ele sofreu muitas modificações desde então, com diversas versões lançadas, até que Playstation 3, Playstation 4 e PS Vita ganharam uma versão mais atual do game, intitulado de Darius Burst Chronicles Saviour. Apesar de ter sido desenvolvido pela Taito, no Ocidente o jogo foi trazido pela Degica Games, empresa com uma história forte no mercado de PC e que agora está entrando no mercado de consoles. O jogo também está disponível no Steam.

Sinceramente, após ter tido uma experiência profunda com Raiden V no Xbox One e Caladrius Blaze no Playstation 4, não saberia dizer com certeza qual jogo foi responsável por criar um massivo estrondo no ímpeto de minha alma, mas a verdade é que, desde o início da década de 90, eu me tornei um grande apaixonado por Shoot ‘em ups. Quando estava de posse do meu Xbox 360, tive a oportunidade de ter contato com outros games do gênero, tais como Akai Katana, Bullet Soul, todos os cinco Dodonpachi lançados, Eschatos, entre outros. Ao longo de todos esses anos, pude conhecer várias franquias e uma das que mais me agradou não foi a Darius. Sempre tive um apreço significativo pelos jogos da franquia Raiden. Pode parecer bobeira, mas os enormes chefes de fase eram muito legais e foi jogando Caladrius Blaze, que tive também um certo amor pela alternância no visual de tais vilões.

Por esses dias, estive procurando que jogo solicitar para trazermos até vocês e desenvolver a análise do mesmo. Foi então que, certo dia, procurando na PSN, encontrei Darius Burst Chronicle Saviours, uma versão melhorada de um jogo lançado em 2009 para o PSP e que, no ano passado, chegou ao PS Vita, ao PlayStation 4 e ao PC. Eis que, após algumas horas jogando no computador, posso afirmar que o título é o que o gênero pode oferecer de melhor a qualquer apaixonado pelo estilo.

O importante de Darius Burst não é o gênero em si. No jogo, você controla uma nave espacial, com o cenário avançando da esquerda para a direita, inimigos invadindo a tela por todos os lados, obstáculos surgindo no caminho do jogador e inúmeros projéteis que a nave deve desviar. O gameplay é caótico e, consequentemente, não há outra opção senão morrer. Alias, 99% dos Shumps desenvolvidos pelos japoneses têm como principal missão da inteligência artificial ferrar com sua vista e seu raciocínio. O jogo possibilita a troca de direções da nave, podendo atirar para frente e para trás, já que os chefes, no final de cada fase, virão de todos os lados e mudarão de lugar a todo momento. Eles trazem uma certa dificuldade. Fiquei agarrado em um boss por cerca de cinco minutos! Apesar do game ter a opção de iniciar cada sessão com um número fixo de vidas ou com vidas infinitas, afetando diretamente sua pontuação, você certamente morrerá tanto que sentirá pena de si mesmo.

O lado competitivo baseado na dificuldade extrema do game acaba sendo um estimulante e o mesmo disponibiliza leaderboards e missões específicas para o jogador. Zerar sessões sem utilizar algumas armas, sem sacrificar a experiência daqueles que preferem aproveitar o jogo, pode ser uma alternativa para que o gamer não caia no marasmo, visto que ele é, de certa forma, amplo (até demais) para seu gênero, pois há toda uma história por trás, interligada aos anteriores da série.

A trilha sonora é outro deleite, incluindo alguns vocais, muitos deles de ‘soprano’ ou ‘contralto’. Isso concede ao jogo uma certa dinâmica. Toda essa belezura é conduzida sinfonicamente por ninguém menos que Zuntata, que é o senhor dos senhores, o mestre dos mestres das trilhas sonoras de games do gênero Shump.

O jogo possui suporte a diversas línguas, mas não fique com receio de imaginar que lidará com uma língua complexa. Pelo contrário, o game inclui o português, apesar dos erros de tradução em algumas palavras, com feelings de Google Tradutor. No entanto, são detalhes tão miúdos que o esmero adicionado ao jogo vale mais do que os defeitos simples a serem apontados sem necessidade.

O VEREDICTO

Dariusburst: Chronicle Saviours é sim aquele jogo que eu esperava de um Shump de classe. O mesmo faz seu trabalho de forma competente em outros quesitos como gráfico, jogabilidade e trilha sonora, deixando a desejar somente na história. Esse modo, aliás, é bem complexo de ser entendido no universo do game. Ainda assim, vale – e muito – a pena adquirir este belo título. Apesar de estar anunciado na PSN por “míseros” R$ 122,90, é uma ótima experiência, levando-se em conta que muito games por aí são mais caros e não chegam aos pés desse.

Darius Burst Chronicle Saviours foi analisado pela equipe do Blah Cultural no console PlayStation 4.

TRAILER

https://www.youtube.com/watch?v=NdP7OmDkgec

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN