CRÍTICA #2 | ‘A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell’ honra o visual da animação de 1995

Alyson Fonseca

Em 1995,  o cineasta japonês Mamoru Oshii realizou, a partir de um roteiro escrito por Kazunori Itô e Masamune Shirow, a animação O Fantasma do Futuro. Trata-se de uma adaptação do anime/mangá, escrito por Shirow, que é o pseudônimo do artista de mangá japonês Masanori Ota.  O original já foi transformado em dois filmes de anime teatrais, duas séries de televisão de anime, um filme de televisão de anime, uma série OVA anime, e vários jogos de vídeo game. Nesta quinta-feira, 30 de março, estreia em circuito nacional, A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell, versão hollywoodiana em live-action da animação, produzido pela Paramount Pictures em parceria com a DreamWorks Pictures.

O filme se passa em um futuro próximo, Major (Scarlett Johansson), Major é a primeira de sua espécie: uma humana que foi ciberneticamente melhorada, com a função de deter os mais perigosos criminosos. Ela lidera a força-tarefa de elite Seção 9. Dedicada a deter os mais perigosos criminosos e extremistas, a Seção 9 enfrenta um inimigo cujo único objetivo é destruir os avanços da HankaRobotic na tecnologia cibernética. Quando o terrorismo atinge um novo nível, que inclui a habilidade de invadir a mente das pessoas e controlá-las, ela é designada a deter os avanços dessa prática. Na medida em que se prepara para enfrentar um novo inimigo, Major descobre que foi enganada: sua vida não foi salva, mas roubada.

Trata-se de uma adaptação que será bem mais aceita se não comparada ao original. As falhas até que estão presentes na produção, mas pela coragem da Paramount e DreamWorks, que se arriscaram, conseguiram entregar um bom projeto para o público e merecem seus elogios.

O roteiro  opta por levar o espectador para as boas sequências de ação, sem muito arrodeio. Os questionamentos filosóficos, questões sempre levantadas pelo gênero (como o conflituoso debate sobre humano e robô) fica escanteado para um outro plano. Aqui, o principal é abarrotar de efeitos especiais e impressionantes cenas de luta, o que será uma boa opção assistir na versão 3D e se for Imax, será um prêmio para os amantes de tecnologia e efeitos visuais. Com certeza, a exuberante direção de arte honrou o visual da animação de 1995.

Rupert Sanders (Branca de Neve e o Caçador) apresenta a audiência um entretenimento inteligente, apesar de não se aprofundar nas ideias centrais. Bebe da fonte de Ridley Scott e sua moderna ficção científica cinematográfica, como vista em Blade Runner.

No elenco, Scarlett Johansson ( Os Vingadores) experiente em atuar em filmes no qual já encarnou um programa de computador, uma alienígena e uma mulher quimicamente modificada, consegue trazer em sua Major várias outras ao qual já atuou, é uma mistura de Samantha (Ele), Laura (Sob a Pele) e Lucy (Lucy). Outra atuação de destaque é de Pilou Asbæk (Ben-Hur), que faz o parceiro de Major, Batou. Os demais, são coadjuvantes com atuações esquecíveis.

Com um impressionante visual, A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell é a grande estreia da semana. Apesar das falhas, é um filme que deve ser visto no cinema, pois sua competente direção de arte deve ser apreciada e promete agradar aos  fãs de ação e que não vai decepcionar os fãs de anime/mangá.

Assista ao trailer: 


FICHA TÉCNICA:
Título original: Ghost in the Shell
Direção: Rupert Sanders
Elenco: Scarlett Johansson, Motoko Kusanagi, Takeshi Kitano, Johan Philip Asbæk, Michael Pitt, Juliette Binoche
Distribuição: Paramount Pictures do Brasil
Data de estreia: 30/03/17
País: Estados Unidos
Gênero: Ação, Ficção Científica
Ano de produção: 2017
Classificação: 13 anos

📷: Paramount Pictures / Divulgação

Alyson Fonseca

Crítico Cultural e Correspondente do Blah Cultural em Recife / Pernambuco.
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