‘A Baleia’: tudo sobre o novo filme de Aronofsky e Brendan Fraser
Vanderlei Tenório
Dirigido pelo mítico Darren Aronofsky (“Cisne Negro”, “Nóe” e “Mãe”), A Baleia traz o tão esperado regresso do ator estadunidense Brendan Fraser ao grande ecrã está marcado para 23 de fevereiro no Brasil e 2 de março em Portugal, 10 dias antes da cerimônia do Oscar 2023.
No drama psicológico aronofskiano, Fraser interpreta Charlie, um professor de 270 Kg, que não consegue sair do sofá, e repleto de problemas emocionais. No Festival de Veneza, em setembro passado, ele também recebeu quase 10 minutos de aplausos na sessão de gala do longa, e o ator é um dos mais cotados para o Oscar – entre os 18 prêmios conquistados na temporada 2022/23, estão, o Globo de Ouro e o Critics Choice Awards.
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Transformação de Brendan Fraser
Fraser se transformou fisicamente para viver o personagem: um homem com obesidade severa que não consegue sair do sofá. Professor de literatura, ele precisa se confrontar com seu passado, que envolve uma filha adolescente (Sadie Sink) e sua ex-mulher (Samantha Morton). O roteiro é escrito por Samuel D. Hunter, baseado em sua peça homônima.
“O que eu gosto sobre ‘A Baleia’ é como nos convida a ver a humanidade dos personagens, que não são totalmente bons ou maus, eles têm nuances como qualquer pessoa, e vivem vidas muito ricas”, conta Aronofsky, que se interessou em adaptar a peça desde que a viu, mais de dez anos atrás.
Entrega ao papel
Fraser, por sua vez, conta que teve uma entrega total ao personagem, como nunca fizera antes, para mostrar toda a força e vulnerabilidade de Charlie. “Ele tem uma melancolia que o paralisa que vem do fato de nunca poder ter sido a pessoa que queria ser. Ele carrega muitos sentimentos de culpa“, explica o ator.
Fraser também defende o personagem, que, para ele, não é mesquinho ou calculista, mas vítima de suas próprias escolhas. “Charlie feriu as pessoas por não ser direto, não ser autêntico, e agora vive uma batalha consigo mesmo. Ele deixou de lado de acertar as contas com as pessoas que amava, e agora pode ser tarde demais para fazer isso. Quando diz aos seus alunos que precisam encontrar uma maneira de dizer a verdade, no fundo, ele está falando isso para si mesmo.”
Apoio de Aronofsky
Aronofsky confessa que sempre esteve próximo de Fraser durante todo o processo, a fim do proteger, pois sabia que, ao entrar no personagem, o ator também ficaria muito fragilizado emocionalmente. “Há uma espécie de casamento entre o poder das palavras do roteiro e a coragem da interpretação de Brendan. Conversamos muito sobre como queríamos aproximar, mas também afastar o público do personagem.”
“Preconceito contra obesidade é uma das últimas fronteiras das maneiras de uma pessoa menosprezar a outra. Muitas vezes, as pessoas do tamanho de Charlie são invisíveis, vistas apenas por suas famílias e cuidadores. É uma forma de silenciamento. Conversando com essas pessoas, percebi que, como qualquer um, elas querem ter suas histórias contadas, e serem tratadas de maneira justa e honesta. Isso tudo foi um impulso para me levar à autenticidade do personagem“, conclui Fraser.
Ficha técnica do filme A Baleia
Por fim, a equipe artística de A Baleia inclui também o diretor de fotografia Matthew Libatique (“Cisne Negro”, “Homem de Ferro 2”); o compositor Rob Simonsen (“Foxcatcher: Uma história que chocou o mundo”); o montador Andrew Weisblum (“A Crônica Francesa”); a diretora de arte Jurasama Arunchai (“Amor, Sublime Amor”); e o figurinista Danny Glicker (“Milk: A Voz da Igualdade”).
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