A Filha do Palhaço é uma grande história mundana de amor e compaixão
Bruno Oliveira
A Filha do Palhaço chega ao circuito normal de cinema após participar de vários festivais por aí e ter ganho alguns prêmios. Entre os festivais temos a 26ª Mostra de Tiradentes, 9ª Mostra de Cinema de Gostoso, Fetival Satyricine Bijou, Festival For Rainbow e 32º Cine Ceará. Todos no âmbito nacional. Em sua direção temos Pedro Diogenes (Inferninho e Pajeú) que consegue extrair cenas simples e emocionais com facilidade, e como protagonistas temos a jovem Sutter Lis e Demick Lopes (Praia do Futuro) que juntos criam uma excelente dinâmica entre filha e pai.
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Sinopse do filme A Filha do Palhaço
Joana (Sutter Lis) é uma adolescente de 14 anos que vai passar um tempo na casa do pai, Renato (Demick Lopes), um comediante que apresenta seus shows em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza, interpretando a personagem Silvanelly. A verdade é que eles mal se conhecem e o convívio a princípio não é fácil. Conforme os dias vão passando, vão vivendo novas experiências que os unem de forma emocional e que os fazem entender que nem tudo acontece da forma como queremos. Esse convívio transformará a vida deles para sempre.
Uma bela obra nacional
Esse filme é uma das melhores obras nacionais desse ano. Ele não ostenta uma pompa de algo grande, não me parece ter pretensão de voo mais altos, mas ele tem uma sensibilidade e delicadeza raras nesses dias para descrever um bom cinema. Se prende a história e esquece do requinte. Ele é básico e ainda assim consegue nos oferecer com muita qualidade uma linda história entre pai e filha sem ser piegas e sem ser tão óbvia assim. Ainda temos direito a uma pequena reviravolta que mexe com o status quo dos personagens já chegando no seu final.
Decisões egoístas, mas que precisavam ser feitas
Por mais que você tenha os melhores motivos do mundo, abandonar sua filha nunca será visto com bons olhos. A falta de intimidade entre os dois fica nítida desde o primeiro contato. Percebe-se o amor, mas ele vem sem um carinho costumeiro. Se tratam mais como amigos do que como pai e filha realmente. Aos poucos, vamos entendendo a vida de Renato e porque ele tomou a decisão que tomou que certamente não foi fácil para ninguém. Passar por tais dilemas fez ele escolher uma vida da qual Joana não poderia fazer parte. Isso é cruel e egoísta ao mesmo tempo que conseguimos entender sua decisão final.
Errar é humano, se redimir também
Esse longa acaba contemplando o perdão e mostra que algumas pessoas e situações a fazem merecer uma segunda chance. As vezes, ter outra oportunidade é tudo o que precisam e elas vão agarrar essa chance com unhas e dentes. Errar é humano e tentar se redimir também. Os caminhos trilhados nem sempre são os mais fáceis e vai precisar batalhar muito para conseguir a chance merecida novamente. Agora, é não vacilar feio de novo que as coisas irão dar certo a seu tempo, mesmo que em condições bem diferentes.
Conclusão
Fico triste em saber que poucas pessoas assistirãoA Filha do Palhaço. Certamente entrará em um circuito pequeno e só quem está ligado irá vê-lo. E cá entre nós, são poucos. Em uma tentativa desesperada faço um apelo para que seja visto. É uma grande história mundana de amor e compaixão criada da forma mais simples possível. O público mais conservador poderá torcer o nariz para ele, mas quem está aberto a diversidade provavelmente conseguirá curti-lo da forma certa.
Onde assistir o filme A Filha do Palhaço
A Filha do Palhaço estreia nos cinemas em 30 de maio
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Trailer do filme A Filha do Palhaço
Elenco do filme A Filha do Palhaço
Demick Lopes
Sutter Lis
Jesuíta Barbosa
Jupyra Carvalho
Mateus Honori
Ana Luiza Rios
Ficha Técnica
Título original: A Filha do Palhaço
Direção: Pedro Diogenes
Roteiro: Pedro Diogenes, Michelline Helena, Amanda Pontes
Onde assistir: Cinemas
Data de estreia: 30 de maio de 2024
Duração: 104 minutos
País: Brasil
Gênero: Drama
Ano: 2022
Classificação: 16 anos