A Jaula crítica do filme elenco onde assistir data de estreia

‘A Jaula’, novo longa nacional vai muito bem, mas derrapa no final

Bruno Oliveira

A Jaula é um novo filme nacional produzido pela Star Original Productions e distribuído pela Buena Vista que estreia em breve nos cinemas. É um filme com a cara da pandemia: baixo orçamento, poucos atores e uma história bem contida.

O estilo dele me lembrou demais obras como Por Um Fio (2002) e Na Mira do Atirador (2017). Em síntese, esses exemplos consistem no protagonista preso a uma situação da qual só tem contato com seu algoz através da voz, seja por telefone, rádio ou algo semelhante.

É um gênero que gosto muito e A Jaula vai muito bem, até o seu último ato. É justamente o momento em que ele descamba para o sensacionalismo.

A trama

A Jaula começa e não demora nada para começarmos o mote principal. Um ladrão vivido por Chay Suede (Minha Fama de Mau) achou que seria uma ótima ideia roubar um carro parado na rua. Ao entrar no veículo, ele logo percebe que não consegue mais sair.

Não demora muito e descobrimos que o dono do carro, vivido por Alexandre Nero (Império), armou essa armadilha após já ter sido assaltado 28 vezes, incluindo quatro automóveis roubados. A partir desse momento começa um embate mental entre os dois onde muita crítica social é despejada através do roteiro.

Crítica social

O roteiro começa muito bem nos apontando o dedo e chamando o espectador de hipócrita. Não tão rápido e nem tão na cara, mas ele faz isso. Afinal, é impossível torcer de início para uma pessoa que mostra o quão deplorável é em apenas cinco minutos.

De algoz, o protagonista se torna vítima rapidamente e é impossível comprarmos a sua dor de início. Muito pelo contrário: torcemos para que ele sofra um pouco. Já é nesse momento em que somos culpados.

Afinal, algum ser humano merece isso? Essa é uma discussão que o filme A Jaula nos propõe. A crítica social bate com força e, embora tenhamos começado torcendo para que ele se desse mal, aos poucos notamos como o ser humano pode ser perverso com o outro. Seja lá por qual motivo.

Isso se torna muito claro também quando nosso algoz começa a proferir frases como: “Eu sou um cidadão do bem, sou um homem devoto a Deus, tá ok?”. Qualquer semelhança pode ser mera coincidência. Ou não.

Começa muito bem, mas o final…

A Jaula era um filme excelente até o seu último ato. Ele pega toda essa crítica social e a transforma quase numa sátira pastelão. Deixa eu explicar isso melhor. A história é tensa, nos deixa presos, mas nesse último momento o longa pega tudo o que construiu até ali e extrapola na nossa cara a ponto de achar exagerado demais.

O que era intimista se transforma em algo grande demais e estraga todo o debate até ali. Onde tínhamos um diálogo a ser debatido, temos somente a galhofa. Se pensarmos bem, isso não está tão distante assim dos dias atuais, mas, ainda assim, é uma galhofa.

Conclusão

É uma pena que A Jaula tenha um final desconexo com o que foi proposto desde o início. Talvez essa tenha sido a ideia desde o início do diretor João Wainer (Espírito de Luta). Infelizmente, não foi do meu agrado. Esperei por algo mais intimista como foi toda a projeção até ali.

Todo o seu teor conduzia para um final mais pensativo ou até mesmo um final aberto do qual nos faria pensar nas mazelas humanas. Enfim, não posso chorar pelo leite derramado, apenas lamentar.

Onde Assistir ao filme A Jaula?

A saber, o filme A Jaula estreia nos cinemas no dia 17 de fevereiro. Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

Trailer do filme A Jaula

A Jaula: elenco do filme

Chay Suede
Alexandre Nero
Mariana Lima

Ficha Técnica

Direção: João Wainer
Roteiro: Mariano Cohn, Gastón Duprat, João Cândido Zacharias
Duração: não divulgada
País: Brasil
Gênero: suspense
Classificação: a definir

Bruno Oliveira

NAN