‘A Mãe’ está longe de ser o filme do ano, mas faz o feijão com arroz direitinho
Bruno Oliveira
Entre 2021 e 2022 a Netflix entrou em uma megalomania de lançar um filme original toda a semana. O resultado disso era que para um filme bom, tínhamos pelo menos 10 deles de mediano para baixo. Eles perceberam que talvez qualidade fosse melhor que quantidade e pararam com isso. Agora, em 2023, os títulos originais são bem inferiores em número e com isso esperamos um aumento na qualidade. ‘A Mãe‘ não chega a ser excelente, mas possui alguns bons momentos dignos de um bom filme de ação.
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Jennifer Lopez vive a “mãe” do filme. Ao se encontrar grávida e querendo dar uma vida saudável a sua filha, a personagem procura o FBI e resolve denunciar Hector Álvarez (Gael García Bernal) e Adrian Lovell (Joseph Fiennes), dois traficantes de armas com quem ela trabalhava. As coisas dão muito errado, e para preservar a criança ela a deixa para pais adotivos e se esconde aos olhos de todos. 12 anos mais tarde, tais vilões descobrem o paradeiro da criança e forçam a nossa heroína a sair do esconderijo.
O amor incondicional de uma mãe
Amo o conceito da personagem que não possui um nome, apenas uma alcunha. Isso me passa um poder muito grande sobre ela. Quase um status de lenda para quem possa ouvir a história. Ela é a Mãe, aquela que vai fazer de tudo para proteger sua cria de quem quer que seja, mesmo que ela sacrifique todo o seu amor em prol disso. Esse pode ser considerado até mesmo o amor supremo, aquele totalmente incondicional que não busca nada em troca.
Embora o longa se determine como uma ação com escopo pequeno, ele possui bons momentos nesse quesito. O engraçado sobre ele é que em 1 hora de projeção parece que tudo está resolvido. Após, pelos menos, 2 cenas bem razoáveis de ação, a busca por salvar a criança parece ter um fim e ficamos imaginando o que mais pode vir pela frente. Na verdade, é a partir desse momento em que a relação entre mãe e filha começa e é quando notamos que o mal ainda não foi totalmente derrotado.
Quando a mãe começa ensinar sua filha sobre sobrevivência é que entendemos todo o amor que ela tem a oferecer. Ela possui um modo turrão que faz com que a menina não entenda o porque disso tudo, mas todas as ações da personagem tem um porque e levam a algum lugar. Temos que pensar que a menina tem apenas 12 anos e não entende muito bem o mundo. Mas é com uma frase, de um personagem secundário, que o longa ganha sentido: “tem pessoas que demonstram carinho e afeto pelas palavras, outras demonstram com ações.”
Em seus momentos finais ainda escutamos o vilão fazendo uma pergunta idiota que só poderia ter uma resposta: “você tocou esse terror todo por causa de sua filha?”. Óbvio que você já sabe a resposta e esse momento vira algo quase catártico.
Conclusão
‘A Mãe’ está bem longe de ser o grande evento de ação do ano, mas ele faz o seu feijão com arroz direitinho e consegue nos dar uma obra minimamente agradável. Ele é perfeito para se ver nesse fim de semana, que coincidentemente também tem o Dia das Mães. Netflix nunca dá ponto sem nó. Mesmo assim, a dica é mais do que válida. Se for mãe, pegue seus filhos e mostre o que faria por eles e ser for o filho ou filha mostre o quanto você tem orgulho de sua respectiva mamãe.
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Trailer – ‘A Mãe’
Ficha Técnica
Título original: The Mother
Direção: Niki Caro
Roteiro: Misha Green, Andrea Berloff e Peter Craig
Elenco: Jennifer Lopez, Lucy Paez, Omari Hardwick, Joseph Fiennes, Gael Garcia Bernal, Paul Raci, Jesse Garcia, Edie Falco
Onde assistir: Netflix
Data de estreia: 12 de maio de 2023
Duração: 115 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: Ação
Ano: 2023
Classificação: 16 anos