Trama monótona é ‘A Maldição da Mansão Bly’
Fábio
Não espere, a princípio, levar sustos ou ver terror explícito em ‘A Maldição da Mansão Bly’, que estreia na Netflix nessa sexta (9). A série é, antes de mais nada, um thriller psicológico misturando com romance, com toques sobrenaturais que dificilmente agradará fãs de qualquer um desses gêneros. Mas, o grande vilão dessa produção é a trama arrastada, excessivamente longa e repleta de personagens desinteressantes. Isso faz como que, dessa forma, a monotonia seja a verdadeira maldição da mansão.
Continuação
A série é uma continuação de ‘A Maldição da Residência Hill’, mas segue o padrão de outra série do gênero, ‘American Horror Story’. Ou seja, mesmos atores, mesma equipe, porém interpretando outros personagens e uma história sem relação direta com a da temporada anterior. A única semelhança mesmo com o ano anterior é o formato, onde cada capítulo é focado em um personagem da história.
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A Maldição da Mansão Bly
Ambientada na década de 1980 na Inglaterra, A Maldição da Mansão Bly conta a história de Dani Clayton (Victoria Pedretti), uma jovem americana contratada por Henry Wingrave (Henry Thomas) para cuidar de seus sobrinhos órfãos (Amelie Bea Smith e Benjamin Evan Ainsworth). Traumatizados pela morte dos pais e, da mesma forma, pela morte da última babá, as crianças moram na Mansão Bly com o motorista Owen (Rahul Kohli), a jardineira Jamie (Amelia Eve) e a governanta Sra Grose (T’Nia Miller). No entanto, séculos de segredos sombrios envolvendo amores e perdas estão prestes a serem descobertos nesta história.
Terror em segundo plano
Não é nenhuma novidade ou erro um produto de terror (ou horror, se preferir) deixar o gênero em segundo plano para explorar um gênero. Por exemplo, Francis Ford Coppola foi muito feliz ao adaptar ‘Drácula de Bram Stoker’ (Bram Stoker’s Dracula, 1992) como um romance e Ari Aster também ao explorar o horror psicológico em ‘Hereditário’ (Hereditary, 2018) e ‘Midsommar – O Mal Não Espera a Noite’ (Midsommar, 2019). Mas, infelizmente, não podemos dizer o mesmo de Mike Flanagan e sua A Maldição da Mansão Bly.
Adaptação
Talvez ele conseguisse repetir a proeza desses outros diretores, caso adaptasse da mesma forma o livro ‘A Volta do Parafuso’ (The Turn of the Screw, 1898) em forma de filme. Mas ao escolher fazer nove longas horas de uma história simples, ele transforma a adaptação em uma experiência torturante. São vários capítulos em que absolutamente nada acontece, bem como histórias paralelas que não vão a lugar algum e personagens insignificantes.
Teste de paciência
Conseguir chegar ao fim dos nove episódios é, a princípio, um exercício da paciência e esperança de que as coisas no fim vão melhorar. Na verdade, isso até acontece, mas não o suficiente para valer a pena ter corrido essa maratona. A completa ausência de sustos é injustificável. Usando ainda os filmes citados anteriormente como referência, eles chegam a causar alguns espantos em quem os assiste. Mas, infelizmente, não é o que acontece em A Maldição da Mansão Bly, que é tão inofensivo quanto qualquer aparição de Gasparzinho, o Fantasminha Camarada.
Destaques
O destaque positivo da série é parte do seu elenco. Principalmente T’Nia Miller, no papel da misteriosa governanta Mrs. Grose; Victoria Pedretti, interpretando a babá Dani Clayton e, principalmente, o jovem Benjamin Evan Ainsworth, que surpreende como o pequeno Miles. A produção, bem como a direção e fotografia são impecáveis. Pena que eles sejam insuficientes para salvar a mansão da monotonia.
Ficha técnica
Título original: The Haunting of Bly Manor
temporada: 2
Data de estreia: 9 de outubro de 2020
Criação: Mike Flanagan
Elenco: Benjamin Evan Ainsworth, Amelie Bea Smith, Henry Thomas, Rahul Kohli, T’Nia Miller, Victoria Pedretti, Andrew Neil McKenzie, Tahirah Sharif, Amelia Eve, Oliver Jackson-Cohen
País: Estados Unidos
Idioma: Inglês
Gênero: Terror, drama, romance, thriller
Ano de produção: 2020
Indicação etária: 16 anos
Onde assistir: Netflix