‘A Sutil Arte de Ligar o F*da-se’ é produto de uma geração
Jorge Feitosa
“Um dos grandes riscos do sucesso é você passar a achar que você sempre vai ter sucesso.”
(Luiz Felipe Pondé, filósofo)
Criado num subúrbio de classe média do Texas, o americano Mark Manson foi uma criança feliz e brincalhona com todas as oportunidades pra se tornar um exemplo na escola para seus colegas. No entanto, a rebeldia que se tornaria uma constante em sua vida aflorou logo no início da adolescência, quando seus pais começaram a dar sinais de um inevitável divórcio e, pra arrematar, ele foi apreendido por tráfico.
Vexame consumado, Manson ainda conseguiu se safar de uma vida miserável, seguindo para a faculdade e desfrutando de todos os prazeres que uma vida hedonista poderia proporcionar. Conhecendo amores, decepções, pessoas intensas e fascinantes mundo afora. Enfim, gozando do sucesso que qualquer um poderia desejar até que o fracasso o encontrou.
Para muitos leitores brasileiros, Manson é figurinha tarimbada por ter transformado a sua experiência no livro “A Sutil Arte de Ligar o F*da-se”, best-seller do gênero de auto ajuda que reverte o uso de fórmulas positivas para celebrar o fracasso como meio de aprendizado. Agora transformado em documentário estrelado pelo autor e disponível para aluguel no Prime Video.
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Redes sociais e vida real
Relembrando os desgostos que passou na vida juntamente com sua incapacidade de assumir responsabilidade por seus atos, Manson é um típico produto de uma geração assolada com imagens, vídeos, palestras e tudo o mais que acaba por confundir a busca pela felicidade com a satisfação de desejos. Não à toa, uma geração cada vez mais frustrada e medicada apesar das postagens lindas nas redes sociais.
Com seu jeito despachado e sentado diante de uma mesa onde só falta uma cerveja, ele vai tecendo comentários que mesmo quem nunca tenha lido seu livro vai reconhecer imediatamente no que muitos críticos classificaram como “budismo disfarçado para millenials”. Visão com a qual ele mesmo não discorda.
Além disso, há interessantes paralelos entre o comportamento contemporâneo de vivermos em bolhas, negando a realidade, com exemplos reais. Como o do tenente Hiroo Onoda, que passou 30 anos em combate nas Filipinas por estar convicto de que o Japão não havia se rendido na Segunda Guerra Mundial. Se bem que o fictício Panda da Desilusão, com seu olhar triste e pata pesada funciona bem melhor.
A Sutil Arte de Ligar o F*da-se, enfim, não acrescenta muito porque é só mais uma produção de autoajuda. Mas em tempos de discussão sobre como o excesso de positividade, pode ser prejudicial. Vale a assistida.
Onde assistir ao filme A Sutil Arte de Ligar o F*da-se (2023)?
A saber, A Sutil Arte de Ligar o F*da-se está disponível para aluguel na plataforma do Amazon Prime Video.
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Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:
Trailer do filme A Sutil Arte de Ligar o F*da-se
A Sutil Arte de Ligar o F*da-se: elenco do filme
Mark Manson
Jackson Bliss
Ficha Técnica do filme A Sutil Arte de Ligar o F*da-se
Título original do filme: The Subtle Art of Not Giving a #@%!
Direção: Nathan Price
Roteiro: Tom Blackwell, Matthew Metcalfe, baseado no livro homônimo
Duração: 97 minutos
País: Reino Unido, Nova Zelândia, Estados Unidos
Gênero: documentário
Ano: 2023
Classificação: 16 anos