‘A Vida de Togo’, um ‘John Wick flanelinha’ que não convence
Bruno Oliveira
A Vida de Togo (Togo) é um filme uruguaio que acabou de chegar na Netflix. Nele, conhecemos Togo (Diego Alonso), um guardador de carros muito querido na região. O personagem vê sua paz ameaçada ao notar que traficantes querem usá-lo para vender drogas nesse território guardado por ele. Sendo a última resistência do local, o protagonista baterá de frente com os bandidos em uma batalha solitária e praticamente sem ajuda de ninguém. Apenas com a companhia de Mercedes (Catalina Arrilaga), uma menina de uma família com boas condições que fugiu de casa e que cisma em ser sócia de Togo.
John Wick uruguaio
Acho que todo mundo já conheceu um Togo desses na vida. Um senhor que conhece todo mundo e que, não importa a hora que você saia de casa, irá esbarrar com ele por aí. Uma pessoa que demonstra respeito e que é respeitado por todos, devido ao seu forte grau de honestidade e sabedoria. Essas qualidades do personagem são de suma importância, pois são elas quem ditam todo o rumo do longa. Por causa disso uma pequena desavença acaba se transformando em uma grande peleja.
O problema disso tudo é que o personagem acaba sendo uma espécie de Johh Wick guardador de carros. Lógico, falei apenas para ilustrar, pois o grau é muito (muito mesmo) menor. Dito isso, fica difícil crer que um senhor de idade que possui um problema na perna seja capaz de acabar com toda uma célula de traficantes. Isso naquele sistema de eliminar um bandido de cada vez. O pior não é só derrotá-los, mas deixar todos vivos com a intenção moral de que os criminosos nunca voltarão para se vingar.
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Violência utópica
Não sei se sou eu que moro em uma cidade muito violenta ou se os traficantes uruguaios são tudo da geração leite com pera. Se fosse aqui, no mínimo o protagonista teria que mudar de país para não ser morto de forma cruel pelos bandidos. Vale mencionar também que as pessoas na rua não têm medo algum dos traficantes e ficam todos ali como se ninguém fosse machucá-los em algum momento. Minha suspensão de descrença se esvai por morar em um lugar onde esse filme seria apenas um passeio no parque.
Até existe um viés de tensão no longa. Você percebe que o que começa bem, logo muda de ares, mas, mesmo assim, isso não se sustenta muito. A direção é bem fraca em diversos momentos e isso deixa tudo menor do que poderia ser realmente. A relação do protagonista com sua pupila não anda muito. O diretor até tenta endireitar, mas não soa legal. Tudo isso para ter uma redenção por não ter dado a devida atenção à própria filha. Um drama desnecessário que poderia ter sido mais bem explorado.
Conclusão
A Vida de Togo não é o tipo de filme que eu indicaria, mas pode ser que o público veja um algo a mais nele. Tudo é bem fraco e possivelmente esquecível. Não é horroroso, mas digo que não vale perder o tempo. É nessa grande emoção que termino essa resenha.
Onde assistir ao filme A Vida de Togo?
A saber, A Vida de Togo já se encontra disponível para os assinantes no catálogo da Netflix.
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Não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do ULTRAVERSO:
Trailer do filme A Vida de Togo, da Netflix?
A Vida de Togo (Netflix): elenco do filme
Diego Alonso
Catalina Arrillaga
Ficha Técnica do filme A Vida de Togo, da Netflix
Título original do filme: Togo
Direção: Israel Adrián Caetano
Roteiro: Israel Adrián Caetano
Duração: 95 minutos
País: Uruguai
Gênero: Drama
Ano: 2022
Classificação: 16 anos