A Vida Sexual das Universitárias | Comédia com selo de qualidade Mindy Kaling

Guilherme Farizeli

Quando a galera troca ideia sobre The Office, são vários os motivos encontrados para justificar o sucesso da série. A genialidade de Steve Carell e as grandes atuações de John Krasinski e Rainn Wilson estão entre as mais comuns. O que pouca gente sabe é que alguns dos episódios mais engraçados da sitcom foram escritos por Mindy Kaling.

Sim! A intérprete da animada Kelly Kapoor é, além de uma atriz incrível, uma produtora e roteirista de mão cheia. E essa mente esperta criou ‘A Vida Sexual das Universitárias’, comédia teen da HBO Max que estreou sua segunda temporada recentemente na plataforma.

A premissa básica da série não apresenta nada de novo. Quatro meninas de 18 anos começam a faculdade, passam a morar no dormitório da mesma e descobrem as dores e os amores da juventude fora de casa. No entanto, a execução acaba compensando a falta de inovação.

A Vida Sexual das Universitárias

Pontos altos

A química das protagonistas funciona muito bem e isso já representa “meio caminho andado” quando falamos de comédia. Pauline Chalamet (sim, a irmã do Timothée) interpreta Kimberly e, embora fique claro que ela é a personagem principal, as outras meninas não deixam o nível cair.  Bela (Amrit Kaur), Leighton (Reneé Rapp) e Whitney (Alyah Chanelle Scott) desenvolvem bem seus próprios arcos e estão mais consolidadas do que na primeira temporada.

Nesta segunda temporada, temos mais espaço também para personagens menores como Canaan (Christopher Mayer) e Lila (Ilia Isorelys Paulino),ainda que naturalmente em menor escala. Eles acabam funcionando como uma excelente âncora, visando trazer as situações para um patamar mais realista.

Pauline tira onda

A timing para comédia da atriz é realmente incrível. O fato de a personagem ser pobre e trabalhadora, como a maioria de nós, também faz com que seu arco seja tremendamente relacionável. E ela consegue realmente transmitir a ingenuidade de quem não conhece muito bem o mundo. Ainda que esse lance de sair de casa e morar no dormitório da faculdade seja uma experiência bem americana, é possível se relacionar com diversos outros aspectos até mais legais do programa.

O diferencial da série de fato é o texto e a forma como os atores abraçam o que é proposto. Um pouco menos de comprometimento, talvez transformasse alguns momentos em passagens realmente ridículas.

O que não funcionou

A segunda temporada de A Vida Sexual das Universitárias é tremendamente acelerada. O ritmo, que é comum deste tipo de produção, aqui parece ter sido levado até as últimas consequências. A falta de linearidade de alguns episódios é tão grande que por vezes parece que estamos assistindo uma grande colagem de esquetes de humor. Parece que rolou uma certa falta de criatividade na hora da edição. Temos sempre o mesmo tipo de corte, mostrando uma panorâmica da faculdade fictícia de Essex, com uma música esperta ao fundo.

Aliás, a trilha sonora também errou a mão. Parecia que havia uma necessidade grande de encaixar o maior número possível de músicas da moda e nem sempre isso aconteceu nos melhores momentos. Isso acabou transformando pequenos momentos de tensão ou de fofura num grande apanhado comprimido de cenas, todas muito parecidas.

Claramente se trata de uma série teen. A trilha sonora não precisava tentar evidenciar isso a todo momento.

Apesar dos pesares, a terceira temporada vem aí

A Vida Sexual das Universitárias presta homenagem, do seu jeitinho, a todas que vieram antes dela. É possível sentir um gostinho de Gilmore Girls até Girls (HBO). O texto não tem medo de errar e encara a sexualidade dessas jovens de frente, sem amarras e sem perturbação. Que é como deve ser, na real. Soma-se a isso um elenco azeitado, além de super bem entrosado e temos a receita perfeita para o sucesso. Embora eu ainda tenha achado a primeira temporada mais divertida que a segunda, as perspectivas para uma terceira parte dessa história são ótimas.

Aliás, aproveite para assistir tudo aí. Os episódios são curtinhos e dá para matar as duas temporadas em poucos dias. Aí a gente pode trocar ideia e tentar entender como funciona a mente genial de Mindy Kaling. Bora?

Onde assistir à série A Vida Sexual das Universitárias?

A saber, a segunda temporada de A Vida Sexual das Universitárias estreou no dia 17 de novembro de 2022 no catálogo da HBO Max.

Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:

https://app.orelo.cc/uA26

https://spoti.fi/3t8giu7

Trailer da série A Vida Sexual das Universitárias, da HBO Max

A Vida Sexual das Universitárias: elenco da série da HBO Max

Pauline Chalamet
Amrit Kaur
Reneé Rapp
Alyah Chanelle Scott
Ilia Isorelys Paulino

Ficha Técnica

Título original: The Sex Lives of College Girls
Temporada: 2
Episódios: 10
Duração: 30 minutos
Criação: Mindy Kaling e Justin Noble
País: Estados Unidos
Gênero: comédia
Ano: 2022
Classificação: 16 anos

Guilherme Farizeli

Músico há mais de mil vidas. Profissional de Marketing apaixonado por cinema, séries, quadrinhos e futebol. Bijú lover. Um amante incondicional da arte, que acredita que ela deve ser sempre inclusiva, democrática e representativa. Remember, kids: vida sem arte, não é NADA!
0

Créditos Galáticos: