‘Ad Astra – Rumo às Estrelas’ | CRÍTICA
Alvaro Tallarico
Espaço: a fronteira final onde ninguém pode ouvir você gritar. Ad Astra é um filme dirigido por James Gray (Z: A Cidade Perdida) com Brad Pitt vivendo um astronauta, Roy McBride, que viaja pelo sistema solar para encontrar seu pai (Tommy Lee Jones) e a si mesmo.
Leia mais:
– ‘FORO ÍNTIMO’ | CRÍTICA
– ‘DIVALDO – O MENSAGEIRO DA PAZ’ | CRÍTICA
– ‘HEBE – A ESTRELA DO BRASIL’ | CRÍTICA
A princípio, as cores chegam trazendo simbologias, vermelho (alerta), amarelo (instabilidade), e a face do astronauta de Brad Pitt. Inclusive, o diretor James Gray usa cortes alternados para mostrar as dúvidas e dores do protagonista em relação a suas escolhas de vida e sua esposa Eve. Essa é uma óbvia referência a Eva, primeira mulher segundo a Bíblia, vivida por Liv Tyler, que não faz muito além de mostrar sua beleza élfica. A utilização da câmera subjetiva (como se fosse em primeira pessoa) em uma das cenas iniciais deixa claro como Roy se comporta com o mundo exterior e a narração fortalece nosso laço de identificação.
Ademais, fora o conflito vida pessoal/profissão, há belíssimas cenas espaciais e dramas psicológicos junto com algumas de ação, como um momento meio faroeste e lutas com pouca gravidade. O roteiro de Ad Astra está longe de ser genial e os diálogos tão pouco, assim como alguma inverossimilhanças podem incomodar, porém, é visualmente impressionante.
Brad Pitt ‘ad astra et ultra’
A atuação de Brad Pitt merece alguns elogios. Roy precisa ser frio, contido, comedido e inexpressivo devido à grande pressão que sofre no trabalho. Ainda por cima, passa constantemente por testes psicológicos. Ao longo da exibição entendemos melhor o motivo. Donald Sutherland participa razoavelmente bem como Coronel Pruitt, enquanto Tommy Lee Jones é burocrático.
O longa-metragem faz diversas referências a “2001: Uma Odisseia no Espaço”, grande clássico do cinema de Stanley Kubrick, assim como “Alien: O Oitavo Passageiro”, seguindo uma linha mais perto do filme “Gravidade”, com Sandra Bullock. Com uma pegada crítica aos seres humanos, destruidores de mundos. A lua é uma triste armadilha turística. Aliás, tem um toque de “Apocalypse Now” também, pois a odisseia de Roy pela vastidão espacial lembra a jornada de Willard pelo rio onde a morte espreita.
Público dividido e existencialismo
O convite da Fox Films do Brasil foi para ver o filme no UCI New York City Center, na sala IMAX. Indubitavelmente, assistir em uma tela tão grande com ótimo som faz muita diferença na imersão espacial provocada pela exibição. Dessa forma é quase como estar indo realmente rumo às estrelas.
Enfim, da cinematografia esmerada ao enquadramento artisticamente celestial passando pelos ótimos efeitos visuais (usaram fotos verdadeiras da superfície da lua), a sensação é de estar no espaço sideral.
Em especial para quem gosta do Brad Pitt e para os fãs de ficção científica, Ad Astra é atrativo. Contudo, ao conversar com outros que puderam ver o filme, ficaram claras as divergências de opinião. Enquanto muitos gostaram, outros não muito. Pessoalmente, conectei com a mensagem principal que o longa busca passar e saí feliz com o final. Há questões existencialistas significativas. Afinal, você está sozinho no universo?
::: TRAILER
::: FICHA TÉCNICA
Título original: Ad Astra
Direção: James Gray
Roteiro: James Gray e Ethan Gross
Elenco: Brad Pitt, Liv Tyler, Tommy Lee Jones, Donald Sutherland
Distribuição: Fox Films
Data de estreia: 26/09/2019
País: EUA
Gênero: Drama, Ficção Científica
Ano de produção: 2019