CRÍTICA | ‘Águas Rasas’ tem boa tensão, mas roteiro raso

Luigi Martini

Trazendo a tensão de se defrontar com tubarões – temática um tanto esquecida por parte da indústria cinematográfica – Águas Rasas (The Shallows, 2016) se propõe a nos reviver essa sensação.  

A história tem início com a chegada de Nancy (Blake Lively), uma jovem em busca de um tempo para si após a morte de sua mãe, a uma praia paradisíaca. Em meio a práticas de surfe, ela acabada ficando isolada sobre um rochedo após ter se deparado com um temível tubarão. Temos aqui o que precisamos para um bom suspense marítimo.

Tudo aqui nos é apresentado de forma bastante convencional: o momento em que a personagem se depara com uma criatura estranha, quando acaba sendo isolada sobre as rochas para se proteger enquanto pensa no que fazer e também os acontecimentos posteriores – onde não vou mencionar pra não estragar tanto a surpresa de quem procura assistir, é claro.  

Nancy (Blake Lively) in Columbia Pictures THE SHALLOWS.

O filme tem claras referências a filmes como Tubarão” (Jaws, 1975), onde procura criar um clima de tensão entorno da jovem e faz isso de maneira competente, e a Náufrago” (Cast Away, 2000), uma vez que ela precisa sobreviver a um ambiente totalmente desfavorável e onde é obrigada a sofrer na pele – algo que inclusive é intenso e bem interpretado pela atriz.

O roteiro é frágil e não se sustenta ao longo do enredo. É clara a intensão de mostrar uma vida complicada, onde a superação é sempre a grande solução de todos os males, porém isso não tem estrutura suficiente para emocionar e até mesmo entender o desenrolar dos fatos – algo que desfavorece acima de tudo o elenco.

FICHA TÉCNICA:

Título original: The Shallows
Distribuição: Sony
Data de estreia: qui, 25/08/16
País: Estados Unidos
Gênero: drama
Ano de produção: 2015
Duração: 87 minutos
Classificação: 14 anos
Direção: Jaume Collet-Serra
Roteiro: Anthony Jaswinski
Elenco: Blake Lively, Óscar Jaenada, Sedona Legge

Luigi Martini

Estudante de publicidade e futuro professor em estudos da comunicação, tecladista de uma banda alternativa em desenvolvimento e alguém que procura pensar sobre a vida e seus pertences através de filmes.
NAN