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Alex Kidd in Miracle World DX agrada nostálgicos e novos gamers

Felipe de Andrade

Recentemente mais um remake ganhou vida, trazendo de volta um clássico do Master System para que toda uma nova geração que possa conhecer. Refeito com tecnologia atual, ao mesmo tempo que mantém o máximo da jogabilidade e nostalgia do jogo original lançado em 1986 para o querido console da Sega.

Estamos falando de Alex Kid in Miracle World DX, que traz uma versão reimaginada do primeiro jogo do príncipe de Radaxian. A nova versão foi desenvolvida pelas mãos do Jankenteam e do Merge Games, estúdios responsáveis por reviver o primeiro e melhor jogo da franquia. Digo isso, pois nenhuma das sequências lançadas para o Master System ou Mega Drive tiveram tanto sucesso ou relevância para o mundo dos games quanto esse clássico raiz.

O novo jogo

Nesta nova versão fica muito mais fácil entender a história, já que o modo como ela é contada também ganhou uma melhora. Agora, ao invés de simples caixas de texto que aparecem vez ou outra no final de algumas fases, existem “animações” no início eu no final do game. Sem contar que agora contamos com NPCs na maioria das fases que foram adicionados para garantir um certo grau de interação e possibilitam, assim, aprender um pouco mais sobre a jornada que Alex deve seguir. O mesmo acontece com os chefes, que expõem suas motivações antes de cada duelo de pedra, papel e tesoura.

A história segue a jornada de Alex Kidd para salvar o povo de Radaxian das garras de Janken, o Grande, enquanto resgata membros da sua própria família, como seu irmão Egle, preso em seu próprio castelo, e seu pai, o verdadeiro rei de Radaxian, que está desaparecido, para restaurar a paz no Reino.

Melhorias

Mesmo com o jogo original sendo incrível até hoje, a nova versão consegue melhorar seu gameplay com sutis mudanças na jogabilidade, além do novo design visual. Foi adicionado mais profundidade às batalhas contra chefes, onde não existe mais aquele macete de parar em um ponto estratégico para não ser atingido e descer o socão nos inimigos. Agora uma curva de aprendizado se faz necessária para conseguir vencer até mesmo o touro, um dos chefes do original que volta repaginado.

Além de seus pulos e socos Alex conta com veículos e equipamentos para ajudar na sua aventura. Estão de volta a moto, a lancha, bem como o querido peticóptero. Além disso, temos a estreia de um avião de guerra como novidade em uma das novas fases. Itens clássicos também estão de volta como o anel que permite destruir pedras e inimigos à distância que será mais útil do que nunca, assim como o cajado flutuador e o item que garante invencibilidade por um curto período, dentre outros.

Novas fases

Novas fases inéditas estão presentes na nova versão do jogo aumentando um pouco o tempo de duração das partidas. Elas são bem completas, possuindo músicas inimigos inéditos, mas, por mais estranho que possa parecer, seu design é inferior aos estágios originais criados há 35 anos atrás, ou pode ser apenas a nostalgia de quem joga este título desde o começo dos anos 90 falando mais alto.

Já que estamos tocando nesse assunto, é possível realizar a troca do visual entre o remake e o clássico a qualquer momento ao simples toque de um botão. Isso com certeza irá agradar aos jogadores mais saudosistas e, no mínimo, matará a curiosidade dos jogadores mais novos sobre o como era o jogo feito lá nos anos 80.

O original

A versão do jogo original apresentada é bem fiel a de Master System, mas não igual, não só pela adição de novas fases. Para quem joga há anos como eu, percebe rapidamente algumas diferenças em tempo de resposta para pulos e socos, e até mesmo Alex parece deslizar mais antes de parar quando acionamos o direcional para esquerda ou direita. Ademais, isto deve acontecer por conta do novo motor gráfico onde o remake foi desenvolvido.

Com a mudança/atualização foi possível adicionar a nova versão além do novo visual, efeitos como sombra quando passamos por baixo de algumas estruturas como árvores e cavernas. A nova versão apresenta mudanças de clima para ajudar com a variação entre as fases como chuvas, ventos e neblina.

A trilha sonora

A trilha sonora conta com músicas do original, que trazem lembranças boas da época de infância de quem jogou Alex Kidd repetidamente quando criança. Pelo mesmo motivo é fácil perceber que além das fases inéditas receberem novas faixas, os estúdios optaram por trocar algumas das trilhas originais. Um exemplo é a do Castelo do Janken no final do jogo, o que acarreta um certo incômodo a primeiro momento. A saber, quem está conhecendo o Reino de Radaxian agora com o remake poderá aproveitar o título sem ter problemas com nostalgia. Afinal, as músicas novas também são boas.

Os efeitos sonoros foram refeitos para a versão DX. Em suma, isso condiz com todo o restante do ótimo trabalho feito em todo o resto. Isso incomoda um pouco menos os ouvidos se comparados ao jogo clássico. Inclusive, o som dos socos desferidos embaixo da água soa mais abafado do que fora dela, mostrando capricho por parte dos estúdios.

Gameplay

DX possui três opções que alteram um pouco o gameplay que permite ativação a qualquer momento: Vidas Infinitas, o nome é autoexplicativo; Controle Refeito, que acaba com a derrapada que Alex sempre teve fazendo com que seja mais difícil cair das plataformas; e Colisões Ajustadas, diminuindo a área de contato entre Alex e os inimigos, minimizando as chances de morte por encostar em algum vilão.

Por fim, Alex Kid in Miracle World DX libera dois modos extras como bônus após a conclusão da campanha: o Desafio dos Chefões permite encarar todos os chefes (exceto touro e urso) após as clássicas partidas de jan-ken-pon em sequência com apenas uma vida., e o Modo Clássico que disponibiliza uma recriação dos desenvolvedores inspirada pelo clássico da Sega para o Master System, contando apenas com os gráficos da era 8 bits.

Trailer – Alex Kidd in Miracle World DX

https://www.youtube.com/watch?v=ap-augmfScc

Veredito

Alex Kid in Miracle World DX atinge novos e velhos jogadores com o mesmo impacto. Ele traz um bom título de plataforma que pode ser aproveitado por toda a família. Seus novos gráficos são extremamente bonitos, somados à efeitos visuais que garantem satisfação de quem está assistindo. Além disso, ele conta com o modo clássico que acerta um socão em cheio na nostalgia dos mais velhos.

A única ressalva aqui é em relação ao preço. A saber, ele varia entre R$99,50 em mídia digital (PSN) e R$199,00 em mídia física (Magalu). Sem contar que ele é um jogo que leva em média duas horas para ser terminado. Em outras palavras, pode não ser vantajoso, valendo a pena aguardar uma boa promoção.