Red e Leonardo em Angry Birds 2

Angry Birds 2

‘Angry Birds 2 – O Filme’ | CRÍTICA

Alvaro Tallarico

Angry Birds 2 vem aí.  Aliás, tudo começou com a Rovio, proprietária do jogo Angry Birds, uma empresa finlandesa fundada por três amigos em 2003 com o nome original de Relude. Em certo momento, com cerca de 51 jogos publicados e dificuldades financeiras, os fundadores optaram por tentar uma vez mais e fazer um novo. Entre o final de 2009 e o início de 2010 lançaram Angry Birds para smartphones. Enfim, possuía uma pegada infantil e simples cujo principal objetivo era lançar pássaros sem asas através de um estilingue, destruindo outros pássaros, porcos e cenários. Afinal, virou sucesso em pouco tempo e virou um longa-metragem em 2016. Agora, chega a continuação – e surpreende.

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Para toda a família

A princípio está tudo na mesma: a Ilha dos Pássaros mantém a guerra com a Ilha dos Porcos e Red (dublado por Marcelo Adnet) foi de pária a herói, sendo muito querido por todos como o defensor da comunidade. Contudo, uma nova ilha aparece e os porcos pedem uma trégua. Red tem medo de perder seu posto de herói e voltar a ser solitário (a música “All By Myself” representa esse temor). Assim é o mote do filme, dirigido por Van Ornam, o qual, junto com os roteiristas, traz piadas mais elaboradas que no primeiro longa.

Aliás, a animação é diversão para toda família. Diferente de outros que acabam sendo chatos para os adultos, esse aqui tem bons momentos que podem agradar. Inclusive, a trilha sonora é um desses fatores com diversos clássicos como ‘Final Countdown’, ‘Eye of the Tiger’, ‘I´m Too Sexy’ e até ópera (em uma cena onde alguns cantam comicamente), os quais complementam as sequências burlescamente. O personagem Bomba é responsável por alguns dos melhores momentos. Com relação a qualidade técnica, está muito boa, a quantidade de cores e texturas é atrativa, o timing cômico é correto. A criançada há de se divertir, assim como os mais velhos.

Dawson´s Creek e os filhotes

Você se lembra de ‘Dawson´s Creek’? Uma série dramática adolescente que durou de 1998 a 2003. Então, tem uma referência clara em certo momento onde a música-tema da série surge e é hilário. Contudo, definitivamente, o destaque em Angry Birds 2 fica para os filhotes fofos, os quais tem uma subtrama e funcionam meio como os Pinguins do filme ‘Madagascar’. Fizeram com que me lembrasse dos Looney Tunes também. Tem uma história própria com piadas eficientes. A passarinha meio Cebolinha (troca as letras) é uma comédia e de uma fofura cativante.

Angry Birds 2

Os filhotes são responsáveis por ótimos momentos (Sony Pictures)

hilaridade física

Ainda por cima, o sub-texto do filme apresenta ensinamentos sobre feminismo, machismo, insegurança, junto com a necessidade da coletividade e da união para superar problemas.

Ademais, a película traz o nível certo de rotinas estéticas e ridículas que, em suas coreografias, canalizam uma hilaridade física que pode remeter a Charles Chaplin ou Peter Sellers. Uma dessas sequências envolve um traje de águia feiosa, um mictório e um segurança perplexo e pode ser mais engraçada do que qualquer cena de comédia live-action recente. Isso por si só já é uma grata surpresa. De alguma forma, além do auge da moda de Angry Birds, a diversão da animação pode ter superado os jogos.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Angry Birds Movie 2
Direção: Thurop Van Orman, John Rice (codiretor)
Roteiro: Peter Ackerman, Eyal Podell, Jonathon E. Stewart
Elenco: Marcelo Adnet, Fábio Porchat, Dani Calabresa
DistribuiçãoSony Pictures
Data de estreia: 03/10/2019
País: Finlândia, EUA
Gênero: Animação, aventura, comédia
Ano de produção: 2019
Classificação: Livre
 

Alvaro Tallarico

Jornalista vivente andante (não necessariamente nessa ordem), cidadão do mundo, pacifista, divulgador da arte como expressão da busca pela reflexão e transcendência humana. @viventeandante
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