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Aquilo Que Nos Separa crítica do filme da Netflix

‘Aquilo Que Nos Separa’ é leve e filosófico

Taynna Gripp

Em uma Los Angeles da década de 90, todos os sonhos musicais podem se realizar, principalmente se você for jovem e determinado. Esse é o pensamento de Charlie Porter (Jackson White), mero office boy em um grande estúdio, mas portador de ambições gigantescas: ser milionário antes dos 25. Para conseguir subir no ramo, ele aceita a proposta quase impossível de convencer um ex-hitmaker a se desligar da gravadora.

Aquilo Que Nos Separa (The Space Between), filme disponível no catálogo da Netflix, tem em seus 95 minutos uma fotografia que agrada e uma trilha sonora que deleita os ouvidos, mas o filme não se basta nisso, apresentando um roteiro com toques de humor trágico, dirigido por Rachel Winter (já conhecida pelo premiadíssimo “Clube de Compras Dallas”).

Tom familiar

Apesar de toda previsibilidade da narrativa, a abordagem do tom familiar acerta muito e somos levados a alguns questionamentos da natureza humana: por que a tendência de fugir ao ter a realização de um sonho nas mãos é comum? Por que o sucesso assusta quase tanto quanto o fracasso? Por que o desejo de aceitação tende a falar mais alto que o desejo de expressar a sua arte verdadeira?

Charlie acaba se obrigando a conviver com o excêntrico astro de rock, e ainda muito talentoso, Micky Adams (Kelsey Grammer), hoje recluso em uma mansão, vivendo com sua filha e uma lhama de estimação. A ambição do jovem faz com que ele não desista de sua tarefa, afinal, está é sua única chance de ser tornar um grande executivo do ramo.

Mesmo com toda a loucura apresentada por Micky, aos poucos a relação se estreita e temos alguns diálogos artísticos e profundos, em uma definição do que a música representa, ele afirma que ela é aquilo que nos separa da divindade, aquele espaço minúsculo que existe antes de sermos tocados por algo mágico, único, especial. A música é, também, a causa do nascimento dessa amizade improvável entre os dois protagonistas e acaba sendo a causa da realização do maior sonho de ambos.

Aquilo Que Nos Separa é um filme leve e filosófico, bonito e bem dirigido, com ótima melodia visual para as reflexões que todos nós devemos ter!