‘Arquivos de um Serial Killer’: o matador insuportável
Fábio
‘Arquivos de um Serial Killer’ é aquele documentário que, sem querer, acaba com dois mitos de uma única vez. O primeiro, de que todo assassino em série é um personagem interessante. E o segundo, que todo mundo ama um vilão. Afinal de contas, impossível ter qualquer sentimento em relação a Dennis Nilsen, personagem central do documentário em cartaz na Netflix e, a saber, um dos assassinos mais insuportáveis da história.
Dirigido por Michael Harte, Arquivos de um Serial Killer recorre a um imenso material gravado por Nilsen durante seus anos na prisão, onde ele descreve a série de crimes que cometeu em Londres, quando assassinou pelo menos 15 pessoas.
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Imenso material
Mais de 250 horas de áudio foram usadas para descrever a mente e contar a história de Nilsen. O assassino em série matava basicamente jovens homossexuais e desabrigados que ninguém se importava ou sentia falta. Talvez por isso ele tenha obtido sucesso até que o dia que o esgoto da casa onde morava entupiu devido a grande quantidade de ossos escondidos lá e, assim, acabou descoberto pela polícia.
Narração cansativa
Uma pena que Arquivos de um Serial Killer tenha um roteiro tão burocrático e uma narrativa tão cansativa. A história, apesar de empolgante, acaba se tornando extremamente desinteressante para quem assiste. Logo no começo ele se diz fã do personagem Hannibal Lecter, interpretado por Anthony Hopkins em O Silêncio dos Inocentes. Talvez por isso ele tenha usado um tom de voz parecido com o personagem, mas, obviamente, sem o talento do ator. E essa narração deixa o documentário mais frio, cansativo e desinteressante.
A psicopatia
Não fica muito claro os motivos que despertaram a psicopatia de Nilsen que o transformou em um serial killer. Filhos de pais separados, foi com a mãe morar com os avós. Ele teve uma ótima relação com o avô, até o dia se sua morte e ficou traumatizado ao vê-lo no caixão. Fato que dá a entender que este, a princípio, tenha sido o gatilho que moldou a sua personalidade futura. Mas nem isso é muito bem explorado no filme de Harte.
Por fim, a única conclusão que chegamos é que se a gente tiver que encarar um serial killer, que seja o Hannibal Lecter. Afinal de contas, é melhor ser devorado por um canibal do que morrer de tédio ouvindo as fitas narradas por Nilsen.
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Ficha técnica – Arquivos de um Serial Killer
Título original: Memories of a Murderer: The Nilsen Tapes
Direção: Michael Harte
Elenco: Dennis Nilsen
Onde assistir: Netflix
Data de estreia: qua, 18/08/2021
País: Reino Unido
Gênero: documentário
Duração: 84 minutos
Ano de produção: 2021
Classificação: 14 anos