‘As 7 Vidas de Lea’ prova que o mundo mudou. E não tem volta
Wilson Spiler
Histórias de viagem no tempo são sempre divertidas. Até mesmo quando essa jornada não acontece propriamente dita. São muitas as produções que abordam o tema. Algumas com mais sucesso, como a trilogia De Volta para o Futuro, e outras nem tão celebradas, como A Casa do Lago, por exemplo. Na série francesa As 7 Vidas de Lea (Les 7 Vies de Léa), que chegou recentemente ao catálogo da Netflix, esse “deslocamento” é feito de forma diferente do que nos acostumamos a ver.
Então vamos à trama? Na série, baseada no romance Les 7 Vies de Léo Belami, de Natäel Trapp, depois de encontrar o cadáver de Ismael (Khalil Ben Gharbia), um adolescente desaparecido trinta anos antes, Lea (Raïka Hazanavicius) desperta em 1991 e troca de corpo sete vezes para resolver o mistério da morte dele — e tentar impedi-la.
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Passado, futuro e presente
Separa por dias, onde, a cada manhã, Lea incorpora uma pessoa do passado de seus pais, As 7 Vidas de Lea aborda a citada viagem no tempo, que, assim como em diversas outras, qualquer detalhe alterado no passado mexe com o futuro (ou presente, no caso). Entretanto, a série vai além de uma simples aventura. Isso porque a produção aborda diversas temáticas adolescentes e mostra como os tempos mudaram em 30 anos.
Essa alteração, contudo, não trata apenas da tecnologia, mas também de gírias e comportamentos que antes eram considerados naturais e atualmente são inaceitáveis. Assuntos que englobam a comunidade LGBTQIAP+, gordofobia, racismo e deficiência física, por exemplo. Além disso, outros temas considerados tabus como masturbação, poliamor, aborto e até religião são bem retratados na produção.
Divertido e educativo
Assim, recheado com referências da época (principalmente musicais) que vão fazer os saudosistas se emocionarem, uma direção de arte bem construída, atuações convincentes e personagens carismáticos, As 7 Vidas de Lea é um entretenimento dos mais divertidos, que tem o zelo de tratar temas delicados de forma simples e educativa. Ademais, a obra versa sobre amor verdadeiro e sacrifícios, algo tão em falta nesse período atual em que vivemos.
Obviamente, a série tem seus deslizes no roteiro, especialmente na forma como a protagonista se apaixona por Ismael e em como a viagem no tempo é feita, mas são problemas perdoáveis perto das inúmeras qualidades que a produção francesa carrega.
Sobretudo a mudança no gênero do personagem original e, claro, a transição por outros gêneros e experiências, ajudam ainda mais a reforçar esse discurso de mudanças. É certamente uma excelente oportunidade para entender que o mundo não é mais o mesmo – em todos os sentidos. E não tem volta.
Onde assistir à série As 7 Vidas de Lea?
A saber, a série As 7 Vidas de Lea estreou na quinta-feira (28) no catálogo da Netflix. Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.
Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:
Trailer da série As 7 Vidas de Lea, da Netflix
As 7 Vidas de Lea (Netflix): elenco da série
Michel Brown
Ana Lucía Domínguez
Sebastián Martínez
Ficha Técnica
Título original da série: Les 7 Vies de Léa
Temporada: 1
Episódios: 7
Duração: de 41 a 52 minutos
Criação: Charlotte Sanson
Direção: Julien Despaux e Émilie Noblet
Roteiro: Charlotte Sanson, Déborah Hassoun, Dorothée Lachaud, Camille Rosset, Frédéric Rosset e Alice Vial, baseado no livro de Natäel Trapp
País: França
Gênero: drama, policial e fantasia
Classificação: 16 anos