A Jornada espaço sideral no cinema

As estrelas (do Cinema) vão para o espaço

Victor Lages

Tudo começou em 1902, com George Méliès levando o homem à Lua. Colorindo frame por frame, o diretor fez seu curta para mostrar a primeira missão no espaço sideral do cinema. Décadas se passaram, a tecnologia avançou bastante, e Stanley Kubrick fez os olhos dos espectadores brilharem em 1968 com 2001: Uma Odisseia no Espaço.

1979 veio com Ridley Scott e Sigourney Weaver combatendo criaturas extraterrestres em Alien, o Oitavo Passageiro. Seguimos para os anos 90, com Ron Howard levando Tom Hanks para os cosmos com Apollo 13: Do Desastre ao Triunfo, bem como Michael Bay colocando Bruce Willis e Ben Affleck para destruir um asteroide em Armageddon.

Aí, chegamos no século XXI e, nos últimos 8 anos, vimos nascer um gênero no cinema, com estrelas de Hollywood indo para o espaço profundo, iniciando com…

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Avatar (2009)

James Cameron já era o recordista de bilheteria com Titanic, mas se superou com essa ficção científica passada no planeta fictício de Pandora.

Com o discurso de cuidar do meio ambiente, o filme marcou o início da era 3D nas telonas e arrecadou quase 3 bilhões de dólares ao redor do mundo, conquistando 3 Oscars.

Gravidade (2013)

Mas foi com essa obra de Alfonso Cuarón que deslanchou a proposta de levar astros para fazer missões espaciais todo ano, sendo Sandra Bullock a eleita para ser a personagem do cinema que tenta sobreviver no espaço após um acidente em sua estação.

Apesar de levar 7 Oscars e ser um primor em efeitos especiais, o filme não tem um roteiro genial e inovador, saindo mais como um simples filme de persistência a todo custo.

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Interestelar (2014)

No ano seguinte, foi Christopher Nolan quem se aventurou nos cosmos com Matthew McCounaghey e Anne Hathaway explorando planetas à procura de uma salvação para a humanidade.

Atravessando buracos de minhoca e utilizando o amor como norteador da narrativa, venceu o Oscar de Efeitos Espaciais e virou motivo de discussões na internet, polarizando opiniões de cinéfilos entre “perfeito” e “desprezível”.

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Perdido em Marte (2015)

Matt Damon foi o escolhido para trazer Ridley Scott de volta para o espaço no cinema, surpreendendo expectativas com uma comédia travestida de ficção científica.

Indicado a 7 Oscars, a história segue um astronauta que fica preso em Marte e precisa se virar plantando batatas até chegar o resgate. O carisma do protagonista salva o filme, que não traz inovação tecnológica nenhuma, comparado com os dois filmes anteriores.

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Passageiros (2016)

Com três películas se destacando, era hora do gênero de espaço sideral começar a se esgotar no cinema. Morten Tyldum coloca romance e ação à disposição de Jennifer Lawrence e Chris Pratt como dois passageiros de uma nave espacial que transporta pessoas para um planeta colônia e que são acordados antes da hora.

O filme tem um roteiro pífio e que não traz entretenimento nenhum, sendo indicado a 2 Oscars e saindo sem nada (quase como os espectadores saíram da sala de cinema).

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Vida (2017)

Outro fracasso, agora a história tenta revisitar o sucesso de Alien, mas sem êxito. Dessa vez, vemos Jake Gyllenhaal e Ryan Reynolds descobrindo uma nova forma de vida que se desenvolve rápido demais e começa a matar todo mundo a bordo da estação espacial.

De fato, a primeira meia hora é maravilhosa e cria um bom tom para o suspense. Entretanto, o longa se perde muito fácil com mortes mirabolantes e soluções ridículas que culminam com um final decepcionante. O diretor Daniel Espinosa deveria pedir desculpas pelo tempo perdido.

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O primeiro homem (2018)

Damien Chazelle já vinha se glorificando com Whiplash e La La Land, mas quis se aventurar no espaço dando drama à vida do astronauta Neil Armstrong, conhecido como a primeira pessoa a pisar na Lua, em 1969.

Ryan Gosling está até aceitável como o protagonista, mas a história é lenta e desnecessariamente longa, atingindo seu clímax merecido com a fatídica cena do pouso lunar, que garantiu à obra o Oscar de Efeitos Visuais.

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Ad Astra: Rumo às estrelas (2019)

Desta vez, foi Brad Pitt que se aventou a viver um astronauta atravessando o sistema solar para descobrir a verdade sobre seu pai que desapareceu há 30 anos no espaço.

Aqui, é James Gray quem buscou uma outra abordagem no gênero, focando mais no trabalho de som (que valeu a última indicação ao Oscar), bem como nas filosofias que abarcam os limites humanos de descoberta.

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A jornada (2020)

Por fim, na próxima quinta-feira, 19 de março, chega ao cinema o mais novo lançamento de filme no espaço sideral – e o mais diferente dessa lista.

A saber, a francesa Eva Green representa todas as mulheres (e mães) que já foram para missões nos cosmos. Enquanto isso, a direção de Alice Winocour dedica-se a mostrar o machismo que há por trás desse trabalho.

Enfim, é uma obra bem-feita, talhada no cuidado com o tema e com atuações muito boas, que pontuam uma realidade existente e que precisa ser debatida. De fato, vale o ingresso, a atenção e a discussão.

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Victor Lages

Feito no coração do Piauí, onde começou sua aventura cinematográfica depois de descobrir as maravilhas do filme “Crepúsculo dos deuses”, o jornalista Victor Lages ama tanto a sétima arte que a leva para tudo em sua vida: de filosofias do cotidiano à sua dissertação de mestrado.
NAN