Na última segunda-feira (18), o ULTRAVERSO acompanhou, com exclusividade, a coletiva de imprensa do lançamento duplo da cantora e compositora Ana Cañas, com seu programa de estreia Sobrepostas, no Canal Brasil, e o novo disco Ana Cañas canta Belchior.

O programa Sobrepostas estreia dia 25 de outubro e vai ser exibido toda segunda, às  23h45, enquanto o álbum Ana Cañas canta Belchior já estreia dia 20 de outubro nas plataformas digitais de música. No primeiro dia, três episódios dessa primeira temporada estarão disponíveis no Globoplay, assim como nos canais Globo.

Prazer feminino, sexo e autoconhecimento

Sobrepostas foi criado pelas diretoras Lívia Cheibub e Martina Sönksen. A dupla estava presente na coletiva junto a Ana Cañas contando um pouco do conceito do show, seus objetivos e desafios.

No novo programa do Canal Brasil, Ana Cañas receberá em cada programa convidadas para conversas sobre sexualidade, prazer feminino, afeto e autoconhecimento. Haverá rodas de conversas bem diretas e plurais. A diretora Lívia comentou importância de debater esses assuntos e de se ouvir nessa “roda de afeto”.

Houve também uma preocupação em formar uma equipe com mulheres e não-binários, criando um lugar seguro de troca e também acolhedor. O formato do programa pedia essa formação. As diretoras afirmaram que não podia ser diferente. De acordo com Martina, “tudo surgiu com muita conversa”. A preparadora de casting entrevistou várias mulheres, refletindo no roteiro e no tema da primeira temporada.

Além disso, o programa conta com cenas ficcionais que complementam a narrativa proposta, com imagens bem sensoriais. A diretora Lívia abordou a importância dessas conversas e novas imagens. Afinal, a pornografia deve ser um lugar de reflexão na sociedade. No programa, a ideia era criar uma pornografia mais ética, expondo desejos reais, com respeito aos atores. Ver as imagens com subjetividades reais, diferente do pornô com corpos hipersexualizados, buscando dessa vez naturalizar e inspirar a realidade.

Diferentes pessoas, diferentes histórias

Martina contou que a ideia para o programa surgiu quando as duas estavam em outro projeto onde investigavam autoras e poetisas latino-americanas dos anos 60 até hoje. Foi quando se deram conta que muitos textos falavam sobre desejo. Ademais, boa parte deles também eram codinomes masculinos. Assim surgiu a vontade de escutar outras histórias de outras mulheres, dar oportunidade dessa outra perspectiva, colocando as mulheres como protagonistas dessas histórias, e logo as diretoras pensaram que ninguém melhor que a Ana Cañas para conduzir essas conversas.

A cantora e agora apresentadora disse que o convite chegou antes das pandemia. O projeto seria gravado em 2020, mas não foi possível. Foi uma surpresa, pois Ana Cañas nunca tinha se visto no papel de apresentadora de televisão. Foi um verdadeiro desafio, principalmente por ser um programa sobre sexualidade com mulheres cis e trans, não-binárias, pretas, gordas e soropositivas, conhecendo e mostrando outras realidades.

O tema sexualidade já acompanha as músicas da artista. Então, tudo andou em conjunto, sendo uma grande troca enriquecedora. Para Ana Cañas, falar sobre sexualidade feminina é “sempre empoderador, há sempre uma opressão, ainda é um tabu esse assunto na nossa sociedade”.

Ana Cañas canta Belchior

Para a cantora e compositora, Belchior está muito ligado ao tema do programa. Isso porque o cantor cearense criava uma universo sexual e sensual, fazendo sentindo essa mistura, criando um diálogo forte entre os dois projetos. Mesmo diferentes, energicamente, eles conversam. O novo disco Ana Cañas canta Belchior exigiu muito de Ana como intérprete, principalmente no olhar para vida, para o coletivo, assim como o programa também propõe.

O repertório foi baseado em uma live em homenagem ao Belchior feita na pandemia. A cantora contou que foi de forma inusitada. Não imaginou que fosse virar um projeto e um disco, e, quem sabe, no ano que vem, uma turnê. É a estreia de Ana exclusivamente como intérprete.

O novo álbum é muito audiovisual. Alguns clipes já foram produzidos, como “Coração Selvagem”, que conta com a presença do ator Lee Taylor; bem como “Alucinação”, com a atriz Maria Casadevall; e, por fim, “Sujeito de Sorte”, com Wagner Moura, Elza Soares e Bruno Gagliasso. Ana contou ainda que interpretar esse universo de Belchior não é fácil, mas os atores souberam bem, trazendo boa diversidade para a produção.

O lançamento do álbum Ana Cañas canta Belchior na íntegra acontece dia 20 de outubro nas plataformas de streaming.

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Ficha Técnica – Sobrepostas, com Ana Cañas

Direção: Lívia Cheibub e Martina Sönksen
Classificação etária: 18 anos
Estreia: segunda, dia 25/10, às 23h45
Horário: segunda, às 23h45
Alternativos: ao longo da programação