Minha Nossa Senhora do Periquito Verde! O mordomo mais querido do Brasil estará de volta a partir do dia 29 de novembro às telas para o público brasileiro. Desta vez nos cinemas, Crodoaldo Valério carente de sua Rainha do Nilo procura uma substituta para o cargo de sua deusa. Na tarde desta segunda-feira, 11, num hotel da orla carioca, alguns integrantes do elenco se reuniram para debater e divulgar o lançamento de “Crô”. O ator Marcelo Serrado, que viveu nas telas do cinema e da TV o personagem-título, esteve acompanhado do diretor Bruno Barreto, do roteirista do filme e autor de novelas, Aguinaldo Silva, e dos atores Kátia Moraes e Carlos Machado, integrantes da turma do mordomo, além da produtora Paula Barreto.

Marcelo segurando a camiseta de seu personagem (Foto: Wilson Spiler / Blah Cultural)

Marcelo segurando a camiseta de seu personagem (Foto: Wilson Spiler / Blah Cultural)


O diretor Bruno Barreto mal se sentou na mesa e já pegou o microfone abrindo os trabalhos da tarde. Ele disse que sempre tinha sido um sonho em dirigir um roteiro escrito por Aguinaldo e que aceitou fazer o filme por ele ser um diretor que trabalha com gêneros. Seu trabalho priorizou ao máximo o texto escrito. “Hoje, existe uma certa moda naturalista. Não é só na televisão, é no cinema também. No Crô, eu até deixava fazer uma tomada mais improvisada, mais suja. Mas eu deixava exatamente como o Aguinaldo escreveu, e funcionava. E isso ajudou bastante os atores, pois, através da novela, já conheciam muito seus personagens, o que os permitia improvisar”, disse.
Para Aguinaldo, que veio do cinema e viu três de seus personagens saídos da novela viraram temas de filmes (Lili Carabina, Giovanni Improtta e Crô), contou ao batalhão de jornalistas que o marco zero para começar a construir o roteiro foi em esquecer a história da novela e começar a contar outra história: “Eu usei os três personagens básicos que faziam parte da turma do Crô e que não poderiam deixar de estar no filme: ele, o Zoiudo e a anã de jardim. Eu tive que ter consciência que aquilo não era mais uma novela, era um filme. O cinema permite coisas que a TV não funciona. Abordar um tema sobre trabalho escravo era um lado que seria difícil do público suportar durante seis meses, mas já como o filme tem 1h30, é mais fácil,” contou.
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Aguinaldo Silva, roteirista da novela e do filme (Foto: Wilson Spiler / Blah Cultural)

Aguinaldo Silva, roteirista da novela e do filme (Foto: Wilson Spiler / Blah Cultural)


Falando em tempo, Marcelo destacou a importância do longa-metragem ser lançado ainda em 2013. Ao contrário da obra homônima para os cinemas de Giovani, que levou quase dez anos para migrar de um a outro, o filme foi feito de forma muito rápida. “O Crô ainda está na memória das pessoas, porque senão entra uma novela e sai outra”, declarou.
Todavia, nem tudo são tongas da mironga do Kabuletê num filme que aborda, segundo Marcelo, um personagem lúdico e que não deve ser encarado como politicamente correto. A produtora Paula Barreto declarou que apesar do sucesso todo visto na época de “Fina Estampa”, e por ser querido do povo brasileiro, o filme enfrenta batalhas financeiras. “Nós não temos um patrocinador de empresa privada. Todos são patrocinados por empresas ligadas às atividades cinematográficas. O filme custou 5 milhões e 200 mil reais e nós captamos nem 4 milhões. Estamos com um vermelho aí de quase 2 milhões em dívidas bancárias. Esperamos que o filme seja um sucesso para podermos pagar ao banco”, afirmou aos risos.
Então, se liga: no dia 29 de novembro, o mordomo Crô dará seus gritinhos e opiniões afiadas em 400 salas de cinema de todo o país.