Ao Seu Lado
Crítica do filme
Hungria, 1944. Segunda guerra mundial. Um pai sai para o combate e tem paralelamente a difícil missão de cuidar da mulher e seus filhos gêmeos adolescentes que chamariam atenção em tempos de guerra. A mãe resolve deixar eles com a sua mãe, ou seja, a avó materna dos garotos. Se eles tinham um inferno à sua volta devida a guerra, eles sentem esse inferno dentro de casa. A avó não tinha contato com a filha há 20 anos e não dá descanso para os netos que chama de bastardos fazendo os trabalhar arduamente para poder comer.
Essa é a premissa de O Diário da Esperança (A Nagy Füzet), que estreia nesta quinta-feira, 16 de abril. Cruel, não? Pois é. Tudo é relatado no diário que o pai deixou com eles para que escrevessem tudo o que acontece, mas em tempos de guerra, as coisas não saem como planejados. Os irmãos inseparáveis já não sabem quanto tempo estão sem ver a mãe. Percebem que estão só e que precisam se preparar física e psicologicamente.
Seus treinamentos incluem um agredir ao outro para suportar a avó, a vida e os alemães que estão chegando tendo que conviver até com a morte. Como na vida real, as coisas mudam e os garotos tem que escolher entre a vó ou a mãe que aparece com uma irmã. A desolação do pai quando sabe disso e o momento em que os garotos resolvem tomar caminhos opostos.
A co-produção entre Alemanha, França, Hungria e Áustria é dirigida por János Szász e mostra um lado pouco abordado em filmes de guerra. A saída de uma adolescência ingênua é transmitida de uma forma real e cruel. Angustiante. Mas o diretor consegue transpor isso para a telona de uma forma belíssima, aproveitando a igualmente bela fotografia e a boa atuação do elenco infantil.
De negativo, apenas a tradução para o português. Se traduzirmos ao pé da letra, o título deveria ser “Diário”, que me parece bem mais apropriado a esse belo filme. O Diário da Esperança vale cada centavo, mas é denso e não traz muito a leveza que a palavra “esperança” sugere.
BEM NA FITA: Saída de uma adolescência ingênua é transmitida de uma forma real e cruel.
QUEIMOU O FILME: A tradução para o português.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
Título original: A nagy füzet
Direção: János Szász
Roteiro: Tom Abrams
Elenco: László Gyémánt, András Gyémánt, Piroska Molnár
Distribuição: Europa
Data de estreia: qui, 16/04/15
País: Alemanha / França / Hungria / Áustria
Gênero: Drama
Ano de produção: 2013
Duração: 112 minutos
Classificação: 16 anos