Na noite dessa segunda-feira, tivemos os oito competidores finalistas do reality show X Factor Brasil. Fernanda Paes Leme parece ser a única que consegue levar o programa sem maiores problemas. Cumpre sua função de apresentar e entreter o público e parece possuir o tempo certo para pequenas improvisações.

Quando os candidatos se colocam no palco, a sensação de que a cultura brasileira passa longe continua e olha que para a noite retrô do programa, três das oito músicas eram em português. Cristopher Clark foi o primeiro a ser posto à prova. O veterano do time passou bem – dada a grandeza da encrenca – com “Somebody To Love”, do Queen.

Conrado, apadrinhado por Di Ferrero, teve “Alma Gêmea”, conhecida na voz de Fábio Júnior. O começo da apresentação foi com o cantor sentado no banco e prosseguindo com ele se levantando na modulação da música… os clichês começavam a dar as caras novamente.

Foto: Demétrius Carvalho / BLAH CULTURAL

Sala atrás do palco onde os concorrentes aguardam (Foto: Demétrius Carvalho / BLAH CULTURAL)

Naomi Rodriguez foi a terceira a enfrentar o palco e cantou “Like a Virgin” (Madonna), mas o arranjo da clássica música teve uma pegada mais “rocker” e com andamento ligeiramente acelerado para uma melhor interpretação.

Na sequência, Miguel Ev teve a incumbência de interpretar “Against All Odds (Take a Look At Me Now)”, do Phil Collins, e, embora tenha revelado não conhecer a música, interpretou-a de forma convincente com ligeiro excesso vocal. O que, aliás, parece ser o que o programa procura, com a plateia comprando essa ideia. Impõe-se no grito. Literalmente.

Outra excelente voz (e a essa altura do programa, todas são) é a de Heloá Holanda, que cantou “O Tempo Não Para”, de Cazuza. A cadência soul da artista, no entanto, batia na trave. Não era ruim, apenas insalubre, assim como os jurados que não eram capazes de dizer quando não gostavam. Diziam coisas como: “Hoje foi bom, não espetacular como esperávamos de você…”

Jenni Mosello parece ter sido a mais prejudicada pela escolha da canção a ser desenvolvida. Embora tenha tentado colocar sua identidade na música, foi suplantada pelo número de acompanhantes no palco. Isso foi citado por Rick Bonadio, seguido por Di e Paulo Miklos. Alinne Rosa, sua tutora, na defensiva da escolha de repertório, se enrolou dizendo que não era mesmo uma música espetacular.

Foto: Demétrius Carvalho / BLAH CULTURAL

Palco da apresentação (Foto: Demétrius Carvalho / BLAH CULTURAL)

Diego veio em seguida. O rapaz parece vestir os personagens sem medo e, aparentemente, o programa explora esse lado dele levando-o ao extremo. Foi colocado para interpretar “Baby One More Time”, de Britney Spears. Ele parece ser o preferido da maioria da plateia.

O único grupo que ainda estava dentro da disputa era o Ravena. No entanto, sua interpretação para um grupo vocal deixa a desejar quando não se apresenta vozes executadas por um quarteto, o que é o mínimo que se espera de um conjunto do gênero. Elas interpretaram “Dancig Days”, das Frenéticas.

Para encerrar a noite, o trio Il Volo, ao melhor estilo “três tenores”, deixou em suspense quem serão os dois eliminados. Esse suspense, por sinal, segue até quarta que é quando será anunciado quem deixa o programa.

X Factor Brasil parece colocar os ingredientes de forma pensada para gerar expectativa do telespectador, que entra na brincadeira com fervor, inclusive participando efetivamente na escolha de quem será o vencedor. O programa, porém, assim como as versões internacionais de atrações do gênero, definitivamente parece premiar quem seja o “clone” mais completo de um vocalista para uma banda de baile.

Obs.: Sobre a apresentação do Il Volo, uma grande decepção aos presentes que apenas acompanharam nos telões a gravação que foi ali realizada.