Mais Forte que o Mundo – A História de José Aldo. O nome já carrega por si só o exagero em tentar elevar o atleta ao máximo, típico da grande maioria dos esportes, criando uma nova espécie de ídolo, um semi-deus. O longa, uma cinebiografia do lutador de UFC José Aldo, carrega uma tentativa de elevar ainda mais este status de ídolo. O filme, que estreia nesta quinta-feira (23/06), no entanto, teve seu lançamento adiado após o atleta perder seu cinturão no esporte.
Usar o cinema como forma de aumentar a visibilidade do atleta é visto por muitos como uma heresia à sétima arte, porém, quando o mesmo é feito com qualidade, este acaba sendo colocado em segundo plano, pois o cinéfilo deve enxergar se há de fato CINEMA na telona. Nas mãos de Afonso Poyart (diretor de “Dois Coelhos”), recebemos um produto audiovisual para consumo de seu público-alvo unido à sua já conhecida competência técnica.
O diretor já deu declarações dizendo que não faz filme de gênero, mas sim produções que as pessoas gostem de assistir. Apesar de o longa ser definido como ação, conseguimos perceber seu passeio pelo drama e por outros gêneros, o que permite uma melhor fluidez no roteiro, sem cair na monotonia que as películas de ação acabam carregando com os seus clichês.
Se pudéssemos estabelecer um movimento para o longa seria o do Realismo. Poyart procurou dar a maior veracidade possível nas lutas, o que destoa do comum, onde grande parte romantiza as cenas de violência para tentar atingir um nível mais abrangente de público. Aqui o compromisso é com a realidade. Não podemos ter certeza se o conteúdo biográfico de José Aldo se mantém na mesma linha, mas ainda assim sua história não é romantizada como de costume.
As atuações de Mais Forte que o Mundo – A História de José Aldo são convincentes. José Loreto consegue entregar um bom personagem, mas sem chegar a encarnar de fato “O” lutador. A fotografia segue o íntimo dos personagens em seus respectivos momentos de destaque, sem exagerar na correção de cor na pós-produção.
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