Ao Seu Lado
Crítica do filme
Paris, a capital mundial doa romance. França, o país inventor do cinema. O romantismo francês unido ao cinismo típico da população sempre estiveram expostos em seu cinema. Porém, ultimamente, esta formula do país da Torre Eiffel vem perdendo um de seus itens principais: a profundidade dramática.
Um Reencontro, do original “Une Rencontre”, narra a história de Pierre (François Cluzet, de “Os Intocáveis”) e Elsa (Sophie Marceau, de “Coração Valente”). Pierre é um advogado casado e Elsa uma escritora divorciada. Eles se apaixonam em seu primeiro encontro em uma festa de um amigo em comum. A partir daí, reencontram-se inúmeras vezes ao acaso e decidem não trocar números, para deixar nas mãos da vida seus próximos encontros.
O filme da diretora Lisa Azuelos (Laughing Out Loud) fala sobre o amor e o desejo, onde, ao mesmo tempo que coloca um como dependente do outro de um lado, mostra que o amor é uma construção sólida que vai muito além da paixão do outro. Em todo o longa ele tenta não defender nenhum lado, apenas mostrando os mesmos e deixar para o espectador seguir por um deles. Ao mesmo tempo que parece fazer uma crítica ao descrever o casamento como apenas uma instituição, também o narra como algo essencial para a construção do amor pleno.
O longa é conduzido pela trilha sonora, músicas com bases bem pops nas principais cenas e com longa duração fazem parecer uma apelação da diretora para conseguir trazer as sensações das cenas ao espectador e o clima descontraído de um casal na meia idade que se apaixonam como adolescentes. A montagem é feita de uma forma que relaciona a imagem da internet às redes sociais e está presente em todo o longa, não deixando claro se é uma tentativa de mostrar a falsa aproximação das redes sociais ou somente um item a mais para ligar a nossa realidade.
Um Reencontro não deixa claro o que tenta passar, tanto racionalmente, quanto emocionalmente. O que o faz se tornar um filme comum a tantas outras produções francesas que falam sobre o amor. A tentativa de provocar questionamentos sobre a teoria do amor quântico se torna falha ao não fazer referencias mais embasadas à teoria no próprio longa, ao mesmo tempo que o próprio roteiro não consegue se conduzir de acordo com o pensamento sobre o amor quântico.
Lisa Azuelos sofre de inúmeras indecisões durante o longa, e não consegue manter o foco naquilo a que se propõe. O tema apesar de interessante, fica apenas na mente da diretora, mas não chega à mente e sentidos do espectador.
FICHA TÉCNICA:
Gênero: Romance
Direção: Lisa Azuelos
Roteiro: Lisa Azuelos
Elenco: Alexandre Astier, Arthur Benzaquen, François Cluzet, Jonathan Cohen, Jules Benchetrit, Lily Taieb, Lisa Azuelos, Niels Schneider, Olivia Cote, Sophie Marceau, Stéphanie Murat, Stylane Lecaille, Syrus Shahidi, Tatiana Khayat, Thaïs Alessandrin
Produção: Florian Genetet-Morel, Julien Madon, Lisa Azuelos, Romain Le Grand
Fotografia: Alain Duplantier
Montador: Stan Collet