Ao Seu Lado
Crítica do filme
A organização GLAAD (Aliança contra a Difamação de Gay e Lésbicas), referência em assuntos LGBTQ+ no mundo e nos Estados Unidos, divulgou o seu 15º relatório anual “Where We Are on TV Report – 2019″, algo como “Onde estamos na TV – 2019”. Esse relatório analisa a diversidade geral de séries que são exibidas no horário nobre da TV aberta, o número de personagens LGBTQ+ em TV a cabo e nos serviços de streaming para a temporada de TV de 2019-2020.
Como resultado, a GLAAD constatou que dos 879 personagens regulares vigentes nas séries que são exibidas no horário nobre, 90 (cerca de 10,2%) são LGBTQ+. Sendo assim, alcançou a maior porcentagem nesses 15 anos de pesquisa, um aumento de 1,4% comparado ao ano anterior.
Nesse ínterim, séries como “Batwoman”, “Pose” e “Euphoria” criaram um pico de personagens gays. Elas trazem histórias e personagens LGBTQ+ diversificados e, para uma grata surpresa, espectadores também mais diversificados e com maior receptividade à diversidade sexual na sociedade.
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Posteriormente, há uns quatro anos, produções de provedores de conteúdo streaming, como Netflix, Amazon e Hulu, entraram no relatório. E adivinha qual é a campeã, a que tem mais personagens LGBTQ+ em suas produções? Isso mesmo, a queridinha Netflix, com séries como “Billions”, “Sex Education”, “One Day at Time”, “The Politician” , “Atypical”, dentre outras.
Já na TV a cabo, a emissora Showtime é a mais inclusiva, com produções envolvendo o maior quantitativo de personagens LGBTQ+ em sua programação regular, sendo 38 no total. Isso graças à estreia de “The L Word: Generation Q”. O canal FX também foi bem citado devido a série “Pose”. Outros canais que também apareceram na lista, com boas obras para visibilidade, foram HBO (“Euphoria”), Pop TV (“Schitt’s Creek”) e Starz (“Vida”).
Do mesmo modo, o número de personagens transgêneros na TV aberta, TV a cabo e streaming também aumentou: de 26 para 38. São 21 mulheres trans, 12 homens trans e 5 são não binários. E estão fazendo história. Brian Michael Smith se tornou o primeiro ator negro transgênero a ser escalado para uma série regular na transmissão em horário nobre , a “9-1-1: Lone Star”.
Por outro lado, como sempre os bissexuais se encontram no limbo. Esta comunidade continua sendo sub-representada ou mesmo mal representada no entretenimento e meios de comunicação.
As produções acabam retratando negativamente personagens Bi, prejudicando a maneira pelo qual a sociedade os percebem. Isso contribui para a hesitação das pessoas em se relacionarem ou mesmo aceitarem essa orientação sexual.
Por conseguinte, os efeito dessas ocorrências culminam na maior dificuldade em se assumirem perante aos demais, maior até do que dos companheiros de diversidade sexual.
Temos aí uma oportunidade e tanto de avançar com uma variedade mais ampla de nuances e histórias que o público ainda não visto e, finalmente, ajudarem a construir um ambiente para as pessoas bi viverem sem todos os estigmas subjacentes.
Enfim, também há espaço para personagens assexuais. Bem, na realidade, apenas um. No relatório deste ano, temos o personagem Todd Chavez de “BoJack Horseman”, da Netflix. O programa, aliás, está em seus episódios finais nesta temporada. Quem sabe outras redes e serviços de streaming se intensificando nesta área?