O fotógrafo Luiz Paulo Lima, traz 24 fotografias incríveis em preto e branco e coloridas, com 1,10 por 0.80. A mostra contará ainda com exibição de um vídeo que conceitua a exposição e onde o autor mostrará mais de 200 fotografias. Falará sobre suas pesquisas e o que o levou a realizar 6 (seis) viagens à África.

O vídeo será exibido em “looping”, proporcionando um detalhamento sobre o trabalho e informações sobre o tema da exposição.

Em tempo, o vídeo aborda a LEI 10.639, que torna o ensino da cultura africana obrigatório na grade escolar e da influência dessa cultura na nossa sociedade.

Com curadoria de Haroldo Costa, embaixador cultural do Rio de Janeiro, que faz um relato elucidativo. “A grande diferença da exposição Áfricas – Fragmentos e Proximidades é a percepção compreensiva de Luiz Paulo Lima que se traduz em angulações espontâneas e identidade racial. É uma coleção de olhares que se guia pela intuição e pela herança, expondo o que cultiva o orgulho e, ao mesmo tempo: a decepção, a esperança e o espanto da vida.”

Com patrocínio da Eletrobrás Furnas, Coordenação geral de Lene DeVictor e realização da Devictor Produções Culturais, a exposição traz um rico material documentado com maestria pelo olhar crítico de Luiz Paulo Lima.

Luiz Paulo Lima – é jornalista, fotógrafo e documentarista, trabalhou nos principais jornais brasileiros, recebeu vários prêmios importantes, como, Wladimir Herzog dos Direitos Humanos, Grande Prêmio Libero Badaró e Orilaxé-Marthin Luter King pelo Afroreaggae. Viajou pelo Continente Africano por várias vezes, onde desenvolveu projetos.

Na África do Sul, em três oportunidades, fotografou o fim do regime do Apartheid, e em dois outros momentos durante as mudanças para uma democracia multirracial. Realizou exposições fotográficas no Brasil e EUA, fez palestras em Universidades brasileiras e nos EUA. Foi curador de Exposições de fotógrafos renomados e Mostras de Cinema Negro. Recentemente dirigiu seu primeiro filme autoral: “Outros Carnavais”, sobre a origem do samba paulista.

“Um provérbio africano, ressalta: se quer saber o final, preste atenção no começo…” – Durante os anos 80 a geração que faço parte, colocou na pauta das reflexões geopolíticas o tema das africanidades. Se apropriou como todo o ocidente dos “estudos africanos”, mantendo essa secular tradição de memória e história sob o controle intelectual”, sentencia Luiz Paulo Lima.

“A crítica e autocritica hoje se faz necessária, quando após ter visitado 7 países no continente, pude “in loco” verificar os contrastes violentos e midiáticos resultado de um século de colonialismo e processos de descolonização contrastando com a força da oralidade, nas relações com a terra e tradição, onde o papel dos anciões nas múltiplas culturas são estruturantes, embasa a filosofia do ser e estar africano como forma civilizatória de resistir aos engôdos impostos pela história”, ainda ressalta.

Suas lentes conseguem captar a estrutura política, ética, estética, filosófica, religiosa de cada lugar, esta intrínseca na formação de cada nação, de cada povo e se sustenta na tradição oral. As Áfricas que retrata são muito mais do que as nações Fon, Jeje, Banto ou Yorubá possam ser visibilizadas nas relações e presenças na vida com outros povos no mundo.

A filosofia africana auxilia o homem e a mulher a se relacionarem com o real, e o real é próprio de cada lugar. Por conta, cada lugar tem seus próprios valores, suas raízes que representam o passado, que influencia o presente e o futuro, sem nunca perder de vista suas origens.

Luiz Paulo Lima chama atenção para: As Áfricas pelos africanos. Está em curso movimentos pujantes de transformações, em um continente que cresce a um ritmo de 6% ao ano, quase todos os países estão dotados de sistemas democráticos, fortalecimento das Comissões econômicas e da União Africana, fazendo reuniões sem palestras, apenas intervenções curtas de tomada de posições. Metas “África First”, tomada de consciência dos patrimônios naturais, petróleo e água, e da necessidade de repensar o que é importante para dentro e fora do continente.

Foi com essa visão política de entendimento que motivou o autor a idas ao continente durante o período de sete anos, buscar através da linguagem fotográfica, impressões, registros e vivências únicas, onde o africano é o centro dessas motivações. Da África do Sul ao Benin, momentos contraditórios, mas visível de consciências, da sua importância seus direitos e os pés fincados nas raízes históricas onde cada qual faz de seu povo nas Áfricas, um continente do futuro. E agora, sua percepção e sensibilidade estão ao nosso alcance com essas belas imagens.

::: SERVIÇO

Visitação: 5 de dezembro de 2015 até 10 de janeiro de 2016
Dia/Horário: Terça a Sexta, das 14h às 18h / Sábado, Domingo e Feriado: das 14h às 19h.
Local: Espaço Furnas Cultural
Endereço: Rua Real Grandeza, 219 – Botafogo
Informações: Tel: (21) 2554-5782