Lilia Cabral retorna aos palcos com a peça Maria do Caritó vista por mais de 100 mil pessoas no eixo Rio/São Paulo e na turnê pelas principais capitais do país.

O texto, escrito especialmente para a atriz por Newton Moreno, do aclamado “As Centenárias”, tem direção de João Fonseca. No elenco, Dani Barros, Fernando Reyes, Fernando Neves e Silvia Poggetti.

Maria do Caritó foi vencedor do Prêmio Arte Qualidade Brasil 2010 nas categorias Diretor, Atriz e Espetáculo e teve indicação recorde para Prêmio Shell 2010, sendo indicado em 06 categorias: direção, texto, atriz, cenografia, trilha sonora e figurino, ficando com o prêmio de melhor direção. Indicado para o 5º Prêmio APTR em 4 categorias, ganhou o de melhor atriz coadjuvante com Dani Barros. Foi vencedor do Premio Contigo 2011 na categoria Melhor atriz para Lilia Cabral.

A comédia revela valores, costumes e crendices que permeiam o imaginário do povo brasileiro. Maria do Caritó é solteirona, chegando aos 50 anos, que está decidida a se casar, ainda que, para isso, precise enfrentar a fúria do pai e de toda a cidade, que acreditam que ela é santa. “É cômico para quem vê e trágico para quem vive”, brinca Lilia. “Maria do Caritó é uma heroína que se equilibra no duplo feminino, sacra e profana, virgem e mundana, santa e palhaça, arquétipo-brincalhão de um feminino desdobrado”, completa Newton.

Na cultura popular nordestina, Caritó é a pequena prateleira no alto da parede, ou nicho nas casas de taipa, onde as mulheres escondem, fora do alcance das crianças, o carretel de linha, o pente, o pedaço de fumo, o cachimbo. E assim, a moça que ficou no caritó é aquela que ficou na prateleira, sem uso, esquecida, guardada intacta.

Ao sobreviver no parto, em que sua mãe morre, Maria do Caritó foi prometida pelo pai (Fernando Neves) ao Santo Djalminha. “O pai é um homem fracassado, desiludido, que faz projeções através da filha”, explica Fernando. A cidade passa a acreditar que Maria é santa e faz milagres. Fininha (Silvia Poggetti) é a fiel escudeira de Maria do Caritó, que ajuda a amiga a fazer simpatias para conseguir um marido. Silvia Poggetti faz ainda os papéis de Dona Teodora, a proprietária do circo e Dona Cosma, uma beata que acredita que Maria do Caritó concebeu o milagre de fazer sua galinha voltar a botar ovos. As situações cômicas se sucedem, e os atores se dividem em vários papéis. Dani Barros além da galinha Damiana, acumula os papéis de “noiva ex-defunta” e de “Maria Ardida”. Eduardo Reyes completa o elenco, dividindo-se nos papéis de Anatolli, Coronel e José. “Anatolli é o artista de circo, que ilude a Maria do Caritó, fingindo-se de apaixonado. O Coronel é o verdadeiro pilantra, que quer tirar proveito da imagem de santa da Maria. José é a versão masculina da Maria do Caritó.

Para o cenário, Nello Marrese se baseou na ingenuidade poética do Nordeste. Dispostos no palco estão paus de sebo, baús de circo, oratório de bandeiras e alguns caritós. Foram criados com exclusividade para o espetáculo as imagens de Santo Antonio, Santa Maria do Caritó, São Djalminha e São João pelo artista plástico Anderson Thives.

Assinada por Alexandre Elias, a trilha sonora é um elemento fundamental na encenação, onde os atores cantam e tocam instrumentos. “Uma das características do João Fonseca é gostar de trilha misturada, ou seja, tem coisas que eu compus, tem coisas pesquisadas que eu escolhi, coisas que ele escolheu e até mesmo que os próprios atores escolheram. A música desse espetáculo é dividida em duas seções: trilha gravada  e música ao vivo. Nesta última seção os próprios atores cantam solos ou arranjos vocais que preparei para o elenco, em cima da musicalidade de cada um deles. Eles também tocam instrumentos como pandeiro, triângulo e percussões diversas e variadas para efeito de sonoplastia”, explica Elias.

A atriz e bailarina  Kika Freire está responsável pela direção de movimentos dos atores. “Faço um trabalho de ajuste dos movimentos. Trabalho limpando os movimentos e criando, junto aos atores, movimentos específicos que caracterizam cada personagem”, explica Kika, que para as cenas musicais criou um desenho coreográfico. “Não chega a ser uma coreografia, como uma dança, mas uma marcação coreográfica para dar unidade e leveza às cenas”, continua.

Paulo Cesar Medeiros assina a iluminação e os figurinos são de J.C Serroni. A direção de produção está a cargo de Maria Siman e realização da Primeira Página Produções Culturais e Lilia Cabral.

::SERVIÇO

Temporada: 24, 25 e 26 de julho de 2015
Dia/Horário: Sexta e sábado às 21 / Domingo às 20h
Theatro Net Rio – Sala Tereza Rachel
Endereço: Rua Siqueira Campos, 143 – Sobreloja – Copacabana – Rio de Janeiro (Shopping Cidade Copacabana)
Telefone do teatro: 21 2147 8060 / 2148 8060
Ingresso: Sexta R$ 100,00 (plateia) R$ 50,00 (balcão e visão parcial) Sábado  e frisa) R$ 50,00 (balcão). Sábado e domingo R$ 150 (plateia) R$ 100 (balcão) R$ 50 (visão parcial)
Classificação: 12 anos
Duração: 90 Minutos
Capacidade do Teatro: 622 lugares
Site: www.theatronetrio.com.br
Vendas: www.ingressorapido.com.br / consulte os pontos de vendas no site
Horário de funcionamento da bilheteria: 10h. às 22h