Ao Seu Lado
Crítica do filme
Começou nesta quinta-feira (01/10), no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza, a nona edição do For Rainbow – Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual. O BLAH CULTURAL foi conferir a abertura do evento, que contou com a apresentação da cantora Ângela Rô Rô.
Com o objetivo de fomentar a cultura LGBT e gerar espaços de discussão sobre a pluralidade sexual e de gênero, o IX For Rainbow – Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual será realizado em Fortaleza até o dia 08 de outubro. A programação é gratuita e reúne destaques da produção cinematográfica mundial, incluindo vários títulos inéditos no Brasil e obras exibidas em eventos prestigiosos, como o Festival de Berlim.
Com uma média de 5 mil pessoas por ano, o evento traz mostras de filmes cujas temáticas são ligadas ao universo LGBT, além de oficinas de realização audiovisual e apresentações de teatro, dança e música, entre outras atividades.
Inaugurada na quarta edição, a Mostra Competitiva exibe produções de diversos países. Um dos critérios de seleção para as mostras é o caráter afirmativo dos filmes, que fogem às abordagens estereotipadas de muitas produções convencionais. Nesta edição, o For Rainbow traz 21 curtas-metragens e seis longas de cineastas nacionais e internacionais para exibição na Mostra Competitiva Internacional. Dentre os selecionados, o filme brasileiro “Beira-Mar”, de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, selecionado na 65ª edição do Berlinale, será exibido pela primeira vez no Ceará. “Yorimatã”, de Rafael Saar, eleito o melhor documentário pelo In-Edit Brasil – 7º Festival Internacional do Documentário Musical, e “Nós Duas Descendo a Escada”, de Fabiano de Souza, também estreiam em Fortaleza. O longa-metragem sul- africano “While You Weren’t Looking”, de Catherine Stewart, e “Those People”, do diretor norte-americano Joey Kuhn, são inéditos no país.
Os filmes selecionados para a Mostra Competitiva irão concorrer em 13 categorias ao prêmio Açucena: Melhor Longa Metragem Nacional, Melhor Longa Metragem Internacional, Melhor Curta Metragem Nacional, Melhor Curta Metragem Internacional, Melhor Direção, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Roteiro, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Direção de Arte, Melhor Desenho Sonoro, Melhor Ator e Melhor Atriz.
O Ceará tem um histórico de práticas discriminatórias e de violência contra as populações LGBT. O For Rainbow busca interferir nessa realidade incentivando uma cultura de paz e celebrando a diversidade humana. Saiba mais sobre o evento acessando o site oficial.
Homenagens
O Instituto Negra do Ceará – INEGRA, organização social de mulheres negras que tem como objetivo promover os valores étnicos, políticos, sociais e culturais das populações negras, será um dos homenageados desta nona edição do For Rainbow.
Criado em outubro de 2003, o coletivo é formado por mulheres negras de diferentes áreas de formação e atuação política e vem atuando no Ceará dentro de uma perspectiva antirracista e feminista. Segundo Meiry Coelho, uma das integrantes do Inegra, o imaginário social que instituía o Ceará como um estado indígena, sem a presença de negros e negras, fez com que o coletivo buscasse revisitar a história para apresentar os traços da identidade e cultura negra na região. Além disso, o instituto tem como um dos principais desafios instituir o recorte racial nas políticas públicas de gênero e direitos humanos, de forma a pautar o racismo e seus impactos na vida das mulheres negras. “Desafios que ainda estão postos, porém temos conseguido muitos avanços, seja na articulação com os espaços deliberativos da sociedade civil ou nas gestões públicas municipais, estaduais e federais”, declara Meiry.
A luta do Inegra é alinhada à proposta do For Rainbow, festival que busca problematizar, por meio da arte, os velhos paradigmas que pautam o corpo, as formas de amar, ser e estar na cidade Fortaleza. “O festival carrega muitas vidas, sonhos e histórias de resistência com o objetivo de demarcar a pluralidade sexual e de gênero no Brasil através do cinema. Sem amarras, tabus, preconceitos e discriminação. Mais For Rainbow no cenário cultural cearense”, reforça Meiry.
Além do Inegra, a cantora e compositora Angela Rô Rô; o ator, dramaturgo e diretor teatral Ricardo Guilherme; e o fotógrafo Tiago Santana serão homenageados com o troféu Artur Guedes na nona edição do For Rainbow. O troféu recebe seu nome em reverência ao dramaturgo, poeta e cineasta Artur Guedes, responsável por grandes espetáculos em espaços alternativos nas décadas de 70 e 80, como as peças “Labirinto” e “A Filha de Hipócrates”.
Para mais informações sobre o Inegra, visite a página https://inegrace.wordpress.com/
>> Longas-metragens internacionais
“Naomi Campbell”, de Nicolás Videla e Camila José Donoso (Chile, 2013)
“While You Weren`t Looking”, de Catherine Stewart (África do Sul, 2015)
“Those People”, de Joey Kuhn (Estados Unidos, 2015)
>> Longas-metragens brasileiros
“Beira Mar”, de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon (RS, 2015)
“Nós Duas Descendo a Escada”, de Fabiano de Souza (RS, 2015)
“Yorimatã”, de Rafael Saar (RJ, 2014)
>> Curtas internacionais
“1 mes y 2 días”, de Silvana Lopa (Argentina)
“Pulsión Sangrienta”, de Gerard Tusquellas Serra (Espanha)
“Schleierhaft”, de Tim Ellrich (Alemanha)
“Shift”, de Maria Cecilia Puglesi (Estados Unidos)
“Havva”, de Guclu Aydogdu (Turquia)
“Tomorrow”. de Leandro Tadashi (Estados Unidos)
“Tant Pis”, de Bruna Rodrigues (França)
“Technical Difficulties of Intimacy”, de Joel Moffett (Estados Unidos)
“Passionpanther”, de Anna Katalin Lovrity (Hungria)
“Résurgence Commode”, de Guillaume Levil (França)
>>Curtas brasileiros
“Chanson d’amour”, de Renata Prado (RJ)
“Noturna”, de Nivaldo Vasconcelos (AL)
“Como era gostoso meu cafuçu”, de Rodrigo Almeida (PE)
“Virgindade”, de Chico Lacerda (PE)
“De Terça pra Quarta”, de Victor Costa Lopes (CE)
“De que lado me olhas”, de Elena Sassi e Carolina de Azevedo (RS)
“Amor suspenso”, de Charles Daves (RJ)
“Arianas”, de Hylnara Anny Vidal Oliveira (CE)
“Lovedoll”, de Debora Zanatta e Estevan de la Fuente (PR)
“Javaporco” de Will Domingos e Leandro das Neves (RJ)
“Dudu está solteiro”, de Roberto Limberger (SP)