Ao Seu Lado
Crítica do filme
Tudo que é bom chega ao fim e toda boa trilogia chega em seu derradeiro desfecho. Com a pequena saga de horror de R.L. Stine, Rua do Medo: 1666 – Parte 3 veio no espaço de 14 dias, em uma aposta ousada da Netflix em trazer a experiência de séries semanais para seus longas-metragens. Mas até onde os pontos positivos e negativos se balancearam neste final prenunciado?
A parte 3 de Rua do Medo, com o subtítulo de 1666, chega à plataforma de streaming nessa sexta-feira (16) com uma grande expectativa gerada pela notável boa execução dos dois primeiros. Se em 1994 uma onda de referências e homenagens à Pânico e Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado; e na sequência, 1978, com Sexta-Feira 13 e Acampamento Sangrento; seria no desfecho que Rua do Medo encontraria sua identidade própria.
Dividido em duas partes, Rua do Medo: 1666 – Parte 3 traz, como mostrado no trailer, um início que responde todas as pontas soltas acerca da história de Sarah Fier. Ambientada em 1666, vemos toda a origem da maldição de Shadyside em um clima de Bruxas de Salem que diverte e brinca com a reutilização do seu próprio elenco. Como nos outros, a direção de Leigh Janiak deixa de lado os jump scares (cenas de susto) e aposta suas fichas em um terror mais psicológico e gore (usando choque visual e “nojento”).
A discussão acerca de preconceitos e discriminações sociais atingem o ápice com a discussão estrutural do assunto, e levando-o para fanatismo religioso e opiniões de manada, de forma crua e bastante atual. No entanto, apesar de um divertido e acima da média filme de bruxas, ainda havia muito o que ser respondido no tempo presente.
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Enfim, encontrando sua própria voz, o filme Rua do Medo: 1666 – Parte 3 canaliza toda a experiência adquirida ao homenagear os clássicos de seu gênero, e traz um horror jovem, dinâmico e cheio de neon. Apesar de abusar das suspensões de descrença para ajudar a trama a acontecer, o desfecho é condizente com o universo lúdico criado, mesmo subaproveitando seus icônicos antagonistas.
O excesso de serial killers acaba deixando um gosto de “queria mais” na boca do público, onde visuais e passados interessantes acabam se resumindo a flashbacks de poucos segundos ou embates coletivos. Talvez, a ideia da criação de universo compartilhado entre uma saga principal e seus spin-offs tenha tamanho ou superior sucesso ao investido por James Wan na franquia Invocação do Mal.
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O novo foco em personagens antes secundários – promovidos após a corrente morte de protagonistas – ficam aquém do esperado, por só terem meio filme para se desenvolverem. Além disso, a repetição de elementos e exaustão de recursos e cenários acabam dando ares cansados aos filmes lançados semanalmente. No entanto, teriam um peso negativo maior se esperássemos um ano para ter um pouco mais do mesmo.
Por fim, com reviravoltas que convencem e uma pequena piscadela para os fãs ao final, a trilogia foi uma experiência positiva. E que provou ter seu público e funcionalidade. Apesar de uma qualidade decrescente, Rua do Medo: 1666 – Parte 3, o capítulo (até então) final da saga de Sunnyvale e Shadyside, está acima da média de seus similares. Ademais, consegue ter ideias novas que saltam os olhos para as dezenas de produções de R.L. Stine.
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Kiana Madeira
Ashley Zukerman
Gillian Jacobs
Olivia Welch
Benjamin Flores Jr.
Darrell Britt-Gibson
Fred Hechinger
Julia Rehwald
Sadie Sink
Título original do filme: Fear Street Part 3: 1666
Direção: Leigh Janiak
Roteiro: Phil Graziadei, Leigh Janiak, baseado no livro de R.L. Stine
Data de estreia: sex, 16/07/21
Onde assistir ao filme ‘Rua do Medo: 1666 – Parte 3’: Netflix
País: Estados Unidos
Gênero: terror, suspense
Duração: 114 minutos
Classificação: a definir