‘Babygirl’ é irregular e conta com boas atuações e uma direção mediana

Bruno Oliveira

Babygirl é um filme que já chega forte nessa temporada de premiações. Ele estreou no Festival de Veneza de 2024, e além de ser muito comentado positivamente pelos jornalistas, a atriz Nicole Kidman saiu de lá com o prêmio Coppa Volpi de Melhor Atriz. Nas listas de especialistas, ela já é uma das maiores concorrentes para um possível Oscar em 2025. Porém, eu vou nadar contra essa maré e dizer que o longa é de mediano para baixo e que a atuação da atriz apesar de ser bem competente, não me trouxe nada demais a nível de premiações. Mas o lobby está aí e ela segue franca favorita para 2025.

Sinopse

Romy (Nicole Kidman) é uma empresária bem-sucedida que possui problemas de intimidade com o marido Jacob (Antonio Banderas). Apesar do sexo constante, ela diz que nunca sentiu prazer com ele. Ela gosta de coisas mais picantes e não tão ortodoxas. Ao conhecer um novo estagiário chamado Samuel (Harris Dickinson), e bem mais novo, ela vê a oportunidade de realizar suas fantasias mais intensas ao mesmo tempo que coloca a sua vida pessoal e profissional em risco.

Faltou um momento decisivo

Já vimos esse tipo de premissa em outros lugares por aí. Embora não seja tão comum nos dias de hoje, na década de 90, os thrillers eróticos passavam a todo momento por aí. O meu problema com ele nem é esse fato de não ser algo inédito, mas sim o fato de que tudo não teve um efeito colateral esperado para algo do tipo. O risco dessa relação está ali presente o tempo todo e não temos um fecho forte e impactante de acordo com a história apresentada. Quase houve um “errei, foi mal” e a vida continua. Esperei por esse viés dramático que colocaria esse drama em um patamar maior, mas não acontece. A construção é feita, mas é largada de lado.

Faltou química entre os protagonistas

A descoberta e a exploração do fetiche dos dois personagens centrais impactaria muito mais antes, hoje em dia nem acho que tanto. Mas que uma verdade seja dita: existem momentos bastante sensuais que podem mexer com quem for assisti-lo. Embora seja um ponto forte, só isso não segura tudo. Gosto muito de Kidman (Moulin Rouge: Amor em vermelho) e Dickinson (Triângulo da Tristeza), mas não senti uma química verdadeira entre eles. O envolvimento deles não me pareceu orgânico e eles juntos não pareciam estarem se completando. Faltou alguma coisa que permitisse que o relacionamento entre eles fosse real.

Faltou consequências

O fato dos dois serem inexperientes nesses caminhos da submissão pode ter atrapalhado o que poderia ser uma jornada ao excitamento e ao perigo de que suas vidas fossem estragadas por isso. Banderas (A Pele que Habito) aparece bem pouco e parece ser a única pessoa de que tive empatia de fato durante todo esse longa. A única consequência parece ter caído para ele. A sinceridade de uma pessoa para com outra é sempre válida, mas é preciso ver consequência dos atos cometidos. Pode ser que tudo vire uma piada no futuro, mas tem que arcar com as consequências do presente.

Conclusão

Babygirl não me agradou muito. A sua premissa já não chamava a minha intenção por justamente achar que já tinha visto algo do tipo por aí. O longa é no máximo mediano. Uma direção honesta com boas atuações, mas que não revoluciona em nada. Fiz essa resenha com base em tudo o que já ouvi sobre ele por aí e achei tudo bem normal. Se ele partir forte para as grandes premiações, já sei para quem vou torcer contra. Isso por saber que tem coisas muito melhores por aí.

Onde assitir ao filme Babygirl?

O filme Babygirl está em cartaz nos cinemas brasileiros.

Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso que fala sobre Cultura Pop.

Elenco de Babygirl

Nicole Kidman
Harris Dickinson
Antonio Banderas
Sophie Wilde
Esther McGregor
Vaughan Reilly
Victor Slezak

Trailer – Babygirl

Ficha técnica – Babygirl

Título original: Babygirl
Direção: Halina Reijn
Roteiro: Halina Reijn
Data de estreia: 09 de janeiro de 2025
Duração: 114 minutos
Países: Países Baixos, Estados Unidos da América
Gênero: drama, thriller Erótico
Ano: 2024
Classificação: 18 anos

Bruno Oliveira

NAN