Baco Exu do Blues ama e seduz o Circo Voador
Cadu Costa
Tesão. Pertencimento. Amor puro e preto. Sensações e sentimentos provocados por uma noite memorável de Baco Exu do Blues no Circo Voador. O rapper baiano fez dois shows esgotados no tradicional palco do Rio de Janeiro e o ULTRAVERSO conferiu a apresentação de sábado. Vem com a gente para saber mais.
No último mês, Baco lançou Quantas Vezes Você Já Foi Amado?, que chegou quebrando todos os recordes ao se tornar o quinto álbum mais ouvido do planeta pelo Spotify. Então, neste sábado (19), o cantor veio celebrar esse feito para um público ávido para ouvir suas canções.
A atração de abertura começou com Celo Dut, um rapper também baiano que pertence ao mesmo selo de Baco. Com uma linha pesada de rap e performances teatrais, o artista arrancou muito carinho do público.
Multidão eufórica
Mas Baco Exu do Blues adentrou ao palco do Circo Voador por volta de uma da manhã. Bonito, engajado, completamente ovacionado. O show abre com imagens de personalidades pretas num telão e os primeiros versos de “Sinto Tanta Raiva” começam a ser entoados por uma multidão eufórica.
Logo depois vem “Dois Amores” e “Mulheres Grandes”. E Baco já tem todos na mão. E ele também já está nos braços dos fãs. Homens, mulheres, todos querem um pedaço dele. Querem que ele tire a camisa, querem suas toalhinhas, tentam segurar sua mão, o chamam de gostoso. O cantor curte o momento, precisa dele, merece até. Um homem preto no auge de seu sucesso por meio de seu enorme talento deve mesmo desfrutar de vitórias como essa.
Ele entrega “Me Desculpa Jay-Z”, outro momento altamente catártico e segue com “20 Ligações”, “Queima Minha Pele” e “Sei Partir”. O álbum novo é tocado praticamente na íntegra e justifica o enorme sucesso nas plataforma de streaming com milhares de pessoas cantando todas as músicas. Mas nada se compara com seu primeiro grande hit, “Te Amo Disgraça”. Já “Lágrimas” é apresentada no momento que pessoas realmente choravam.
Sensações contrastantes
O show de Baco Exu do Blues no Circo Voador passeia por diversas sensações. Se chora, se ama, se enraivece, se beija, se abraça. É uma convenção de sentimentos e sentidos. Vê-lo ao vivo é mais que uma experiência musical. É visceral. É sobre ser seduzido pelo olhar encantador e palavras de um sedutor.
Próximo do fim, “Bluesman” é a hora de botar pra fora sua raiva, principalmente quando o rapper Young Piva sobe no palco para cantar junto a Baco versos como “Racista FDP / Aqui ninguém te ama / Jerusalém que se foda / Eu tô à procura de Wakanda”.
O final apoteótico com “Inimigos” e “Flamingos” demonstra o poder de palco de Baco e a concepção de termos assistido um artista completo. Ele entrega muito mais do que se espera. Tem paixão nas palavras, tem medos expostos, desejos, tem raiva no coração o suficiente para deixar o amor curar. É altamente compreensível duas noites com ingressos esgotados. Baco Exu do Blues é intenso demais para uma noite só.
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