baianasystem show circo voador junho 2022

Foto: Leila Guimarães / ULTRAVERSO

BaianaSystem é a experiência mais impressionante que você precisa ter

Cadu Costa

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7 de junho de 2022

BaianaSystem. O que dizer? Talvez uma catarse coletiva politizada ao som de música, suor e lágrimas. Não, não tem explicação. Você precisa sentir antes de partir para qualquer lugar. Um show do BaianaSystem é uma daquelas experiências tão impressionantes que não existem palavras para descrever, é preciso estar lá. O ULTRAVERSO esteve nesse final de semana na apresentação do Circo Voador, no Rio de Janeiro, e até agora não sabemos o que era sonho, surrealidade ou outra dimensão. Vem com a gente!

A noite de sexta-feira (3) começou chuvosa no Rio, mas isso, de forma alguma, afastou um público ávido para uma das maiores sessões de descarrego da história da música brasileira. O BaianaSystem já arrastava uma boa galera ao Circo Voador, que foi brindada com BNegão Bota Som, o projeto DJ do rapper carioca. E o nosso querido Bernardo entende mesmo de música. Seu set teve hip hop, música brasileira e afrobeats dos lugares mais sensacionais do planeta e de sua mente trabalhada na atemporalidade.

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Interação com o público

Quando o BaianaSystem entrou no palco para o show no Circo Voador, a plateia já se amontoava e se acotovelava por um espaço porque, em questão de segundos, não haveria mais nenhum. A banda de Salvador (BA) começou a apresentação de seu “Sulamericano Show – Versão Brasiliana” com “Reza Forte”, do último disco OxeAxeExu (2021). O vocalista Russo Passapusso, o guitarrista Roberto Barreto e o baixista Seko Bass são as figuras centrais do BaianaSystem, e, aliados à forte identidade visual criada por Filipe Cartaxo, produzem a partir desse momento o maior espetáculo já visto em termos de interação com o público.

Como dito anteriormente, não há uma explicação muito possível em palavras. Talvez a melhor definição seja o que eles mesmos dizem sobre a banda: “Quatro cabeças pensantes à serviço da arte dançante”. Tente imaginar o Fela Kuti tocando as canções do Araketu com o Nine Inch Nails. Talvez esse pequeno exercício consiga te trazer sonoramente ao universo autêntico que não se encaixa em nenhuma definição de estilo musical conhecida.

Espaço apenas para o amor

Quando os primeiros acordes de “Sulamericano” começam a surgir, se escuta: “Pronto, se você veio acompanhado, prepare-se para se perder”. Nada mais justo. Quando o refrão encontra o seu clímax, as pessoas já não estão mais ali. Trata-se de corpos pulsantes estourando em rodas como uma manada de touros em fúria com suas almas em fogo.

E isso foi só a terceira música. Vieram “Saci”, “Lucro”, “Dia da Caça”, “Miçanga”, “Capim Guiné”, enfim, muitas e muitas outras. Foram duas horas de transcendência musical atemporal. Não existia mais noção de tempo, espaço, a física não tinha vez ali. Naquele Circo Voador, vários corpos ocuparam o mesmo tempo e espaço e dividiram o amor uns pelos outros no show do BaianaSystem. Princípios de confusão eram resolvidos com abraços e pedidos de desculpa. Era definitivamente um ambiente onde só cabia o amor e não o ódio.

baianasystem circo voador show junho 2022

Foto: Leila Guimarães / ULTRAVERSO

Críticas ao atual presidente, BNegão e Claudia Manzo

Como é comum em shows assim, há a crítica à figura central do Planalto atualmente. No entanto, mais do que soltar palavras profanas contra o sujeito, o vocalista Russo Parapusso pediu para esquecê-lo porque ele não merecia estar ali. Verdade. Foi então que começaram a gritar o nome de Lula e a música voltou embalada no 220v.

Já no fim, BNegão se juntou ao palco, assim como Claudia Manzo, artista musical brachilena, e, juntos, todos se extasiaram com “Forasteiro”. Quando as luzes começaram a acender, as pessoas se entreolharam como se tivessem participado de um ritual de Santo Daime musical. Era um misto de alívio, de leveza, de terem deixado tudo ali e agora precisavam voltar ao mundo normal. Não há certezas ou dúvidas, mas uma sensação de que nada…nada mais será como antes depois do show do BaianaSystem no Circo Voador.

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Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
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