Baldur’s Gate III empolga, mas precisa de ajustes
Alex Rodrigues
Obrigatório para fãs de RPG, Baldur’s Gate III, o novo game da franquia, dá sinais positivos, mesmo estando em acesso antecipado. Antes de mais nada, não tem como negar que o Dungeons & Dragons é o RPG de mesa mais famoso do mundo. Se você joga RPG, tenho quase certeza que já jogou esse clássico numa mesa com amigos. E com as décadas de sucesso, apareceram logo versões do jogo para console, bem como para PC. E era óbvio que grande parte do público que só viam fichas e d20 iriam adorar ver os personagens numa tela.
Baldur’s Gate III é, em suma, a sequência de um desses grandes sucessos. Surgiu em 1998 nos PCs e logo foi recebendo expansões. A saber, o segundo jogo da franquia chegou no ano 2000.
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Vinte anos depois, em outubro de 2020, Baldur’s Gate III é lançado como early access para PC e Stadia pela Larian Studios. Com gráficos surpreendentes e combate por turnos, o jogo promete, assim, ser um sucessor de respeito da série, além de conseguir fazer o jogador se sentir parte de Forgotten Realms.
Baldur’s Gate III
Em suma, você começa o game prisioneiro dentro de um veículo voador de um mind flayer, um devorador de mentes. Após vê-lo colocar um parasita em outra prisioneira, ele insere um outro na sua mente.
Por sorte o local é atacado por três dragões e alguns prisioneiros conseguem se libertar. A partir daí o protagonista enfim se encontra com uma prisioneira e juntos eles tentam escapar da nave.
Seu grande objetivo nesse início é extrair esse parasita do seu cérebro. Então, você vai em busca de um curandeiro para tentar resolver esse problema. No caminho, a princípio você encontra aliados e alguns estão com o mesmo problema.
Bem, são aliados se VOCÊ quiser. Em outras palavras, todo NPC pode ser morto, basta você querer e ser forte o suficiente para derrotá-lo. Como todo bom RPG, você decide então se quer ser um herói ou um grande vilão da sua própria aventura.
Gameplay
O jogo está em early access e só é possível jogar cerca de 30h, mas isso é o suficiente para fazer crescer o hype nos jogadores.
A saber, logo de cara você vai encontrar uma variedade enorme de opções para a customização do protagonista. Existem diversas raças clássicas do D&D, classes e subclasses. Algumas outras virão com o lançamento oficial e expansões, como paladino.
A câmera pode ser controlada de diversas maneiras. Você pode usar ela afastada, no estilo isométrico, ou em terceira pessoa. Ela não é 100% ideal, mas com o tempo você sempre achará uma posição confortável para jogar.
Combate clássico
Faz tempo que uma grande IP de RPG não trazia os clássicos combates por turno. Não vejo problema de implementar esse tipo de gameplay se a desenvolvedora fizer bem feito. Baldur’s Gate III acerta nessa nova versão.
Para quem não está familiarizado, o combate funciona assim: seus personagens e inimigos jogam a iniciativa no início do combate. Assim que a ordem é definida, o primeiro personagem tem três ações disponíveis:
- simples – que pode ser um ataque, conjurar feitiços ou outra atividade considerada “comum”;
- de movimento – é a hora que seu personagem se move no mapa, podendo correr, saltar ou voar (em alguns casos);
- bônus – são movimentos simples como tomar poção. Algumas classes conseguem utilizar essa ação para conjurar alguma outra habilidade
Mais detalhes
Também tem a reação, muito utilizada para ataques de oportunidade. Acontece quando um inimigo entra ou sai da sua área de combate corpo-a-corpo. Você também pode sofrer esse tipo de ataque se movimentar-se perto do inimigo.
O cenário de combate não é dividido em quadrados ou hexágonos, como em jogos de estratégia. Ele não tem divisão alguma. Sua movimentação pode ser em qualquer direção e medidos em metros. O sistema de “grade” ajuda no seu planejamento dos movimentos. Aqui você tem que pensar um pouco mais em como as coisas podem mudar.
Ao criar o personagem, você tem que escolher diversas características, incluindo atributos que poderão ser usados fora de combate. Em quase todos os RPGs de mesa, você pode tentar persuadir, enganar ou fascinar outros personagens com esses atributos. Em BG3 isso é possível. Para saber se você teve sucesso ou não, muitas jogadas tem a famosa rolagem do d20 para saber como você se saiu na sua tentativa.
O game é recheado de histórias e conversas. Suas ações influenciam em outros npcs e muitas vezes você pode tirar proveito deles de diversas formas, basta saber conversar, ou até mesmo intimidar.
Gráficos
O game começa com uma cinemática incrível e surpreende quem espera um jogo com gráficos medianos, como é comum pro gênero. Ao começar o gameplay, ele consegue entregar ótimos cenários e personagens, mas não é algo extraordinário.
Uma coisa que BG3 acerta é no personagem principal. Às vezes é difícil entregar uma textura legal com um personagem totalmente customizável, mas aqui você tem uma qualidade além do esperado.
As expressões até que são boas, mas a movimentação e reações deixam a desejar. Os personagens ficam se movendo de forma aleatória durante as conversas e às vezes tem alguns problemas enquanto se move.
No combate temos efeitos interessantes. Como estamos no acesso antecipado, há um limitador de nível. Por isso não podemos ver como ficam os efeitos dos feitiços e golpes em níveis mais avançados.
Problemas técnicos
No momento o jogo está no acesso antecipado e se encontra com diversos bugs. Muitos deles são de posicionamento de personagens ou de gráficos. Você pode encontrar também NPCs que parecem estar presos em uma conversa inexistente, ou outros bugs menores. Pelo menos poucos deles influenciam negativamente na experiência.
Parece que a maioria dele será resolvido até o lançamento oficial, mas se você acompanha o mundo dos games sabe que isso nem sempre acontece. Basta torcer, já que o game está incrível, mesmo com os limites impostos.
Veredito
Com todas as qualidades, ainda não vale a pena comprar o jogo agora. Ele precisa de polimento e você só pode upar até o nível 4. Se você é realmente fã de RPG, pode curtir muito jogar desde já. Eu achei o preço meio salgado na Steam, mas não tá no valor de games AAA.
Além disso, ele ainda não está disponível em português. Os desenvolvedores anunciaram que em seu lançamento completo, ele terá sim legendas em português. Essencial para tirar o máximo proveito do game, já que a história tem um grande peso.
Em suma, a história empolga e dá pra jogar umas 30h. Você termina o jogo querendo jogar mais. Ele foi lançado em outubro de 2020 em acesso antecipado, mas sem data para o lançamento oficial. Por fim, se os ajustes forem feitos como devem ser e com uma história interessante do inicio ao final, Baldur’s Gate III irá agradar não só fãs de RPGs, mas todo mundo que decida se aventurar nas terras de Forgotten Realms.
Não acho legal dar uma nota para um game em early access, mas muitos podem se guiar por isso.
Notas – Baldur’s Gate III
História: 9
Jogabilidade: 8
Diversão e imersão: 9
Gráficos: 8
Trilha Sonora: 7
Prós
- Gráficos interessantes
- Combates em turno
- NPCs interessantes
- D&D nos consoles
Contras
- Bugs estranhos
- Movimentação sem polimento
- Objetos atravessando parede
- Early Access
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