Dall | Trio sem rótulos e sem medo de experimentar
Monique Ferreira
Levar união através da música. Esse é o lema da banda Dall, power trio gaúcho com uma combinação de rock, reggae, funk, pop e experimentalismo. Formada por Neni Hx (baixo e voz), Rodolfo Deon (guitarra e voz) e Pedro Graeff (bateria e voz), a Dall é um projeto autoral que tem como marca a criação de canções reflexivas com ideias e ideais positivos, unindo elementos musicais que poderiam parecer divergentes em uma primeira audição. Entretanto, a mistura de gêneros, vozes e arranjos busca transmitir a ideia de união do que é diferente, resultando em um repertório que é ora dançante e ora reflexivo, ora animado e ora experimental.
Com isso, a banda está ampliando o seu espaço na cena gaúcha, se apresentando regularmente na região metropolitana de Porto Alegre (antes das restrições) e somando 20 mil ouvintes mensais nas plataformas digitais. Para saber mais sobre a carreira e os projetos da banda, conversamos com o guitarrista e vocalista Rodolfo Deon.
Confira!
A Dall é uma banda que aposta na mistura de estilos. Vocês priorizam algum nicho ou preferem circular por espaços diversos?
Rodolfo: Quando fundei a banda, minha ideia justamente que ela tivesse esse conceito de mistura não só de gêneros, mas também de propostas musicais, ideias, arranjos e vozes diferentes. A nosso ver, é algo relativamente original, mas ao mesmo tempo difícil, no sentido de fazer com que isso forme um corpo único de modo a se cristalizar como uma identidade. Acreditamos que ainda precisamos de mais músicas pra afirmar isso melhor.
Preferimos circular por espaços diversos. Acreditamos que essa é uma das vantagens de trabalhar com esse conceito de mistura de estilos. Mas, para nossa surpresa, os nichos e espaços que mais se abriram pra nós até agora são os vinculados ao rock. “Pra nossa surpresa” porque acreditávamos que a panela do rock era mais fechada, mas estávamos enganados. O rock continua muito vivo! Pelo menos aqui no sul do Brasil.
E vocês percebem que chamam atenção de algum público específico, mais do que outros?
Acredito que o público que mais chamamos a atenção é justamente a galera que não se identifica tanto com algum nicho ou gênero específico. Tipo um pessoal que ouve pop rock, vai pra balada eletrônica e dança funk sem grandes problemas com isso. Mas isso é minha percepção individual, posso estar enganado. Nunca fizemos um estudo do nosso público nesse sentido.
A banda possui diversos produtos, tanto conteúdos digitais quanto físicos. Vocês três fazem tudo sozinhos ou contam com alguma equipe?
A gente faz tudo sozinhos (risos). Na verdade, dependendo de cada projeto a gente chama ou contrata terceiros pra ajudar, mas o grosso da coisa somos nós. Atualmente a gente tá dividido assim: eu cuido das redes sociais, promoção e distribuição das músicas e edito o nosso vlog. O Neni faz toda produção musical, entre gravação, mixagem e masterização. Toda parte técnica da nossa produção de músicas e também faz o marketing no YouTube. O Pedro faz algumas artes e também cuida das logística dos ensaios. Todos nós compomos e cantamos. Aí dependendo do projeto a gente chama ou contrata terceiros pra fazer, por exemplo, captação e edição de vídeo, assessoria de imprensa, marketing, fotos, etc.
Como funciona a produção de conteúdo de vocês?
A nossa produção de conteúdo digital é toda em torno do nosso trabalho enquanto banda autoral. Então, se trata basicamente dos nossos clipes, fotos de shows, promoção de merch, fotos e vídeos gravando, cantando, tocando. E tem também nosso vlog, no qual mostramos um pouco dos bastidores disso tudo. Vemos muitos artistas que fazem vídeo de receita, dão opinião sobre diversos assuntos ou postando os famosos “biscoitos”. Sabemos que quando se faz outros tipos de conteúdos pode-se atingir uma audiência maior, mas não é nossa proposta.
Vocês também são bem criativos em relação ao merch. Como isso tem funcionado?
Infelizmente não vendemos muito ainda não (risos). Saem mais pedidos principalmente em tempos de lançamentos, quando fazemos algumas peças específicas e promocionais. Ainda temos que estruturar mais essa parte, mas já vendemos algumas peças sim! Todas as artes dos produtos foram feitas à mão pelo Pedro. Quando alguém quer algum produto (geralmente pedem na DM do Instagram, apesar de termos a loja em https://lojadall.lojaintegrada.com.br/) a gente aciona nossos fornecedores e então entregamos pra pessoa ou enviamos pelo correio, dependendo de onde ela mora.
Vocês lançaram um curta metragem formado por três videoclipes. Como surgiu essa ideia e como foi a execução?
Foi uma ideia do Neni. Tudo começou quando estávamos revisando algumas composições antigas. Eu e o Pedro mostramos músicas que fizemos quando tínhamos uns 16 anos de idade. O Neni, de alguma forma, viu uma semelhança e continuidade entre as duas canções, sugerindo uma narrativa. E deu a ideia de fazermos um EP conceitual e um clipão que contemplasse as duas músicas e mais uma que as finalizam. Eu e o Pedro o impelimos a compor essa última música (risos). E assim surgiu nosso EP e curta-metragem Três Vidas, com as músicas “Sobre Viver”, “Aurora Modulante” e “Ser(es) Completos”.
Mais ou menos no início da pandemia já estava tudo pronto. A gente queria fazer um lançamento especial, com shows e tal, por isso seguramos um tempo pra ver se a pandemia melhorava, ainda naqueles tempos em que havia a esperança que ela durasse até setembro, sei lá (risos). Como a coisa não melhorou, decidimos lançar e fazer uma live de lançamento. Pra esse projeto, contamos com outros profissionais além de nós.
Teve o Lars Erick na produção dos clipes, os atores Aléxia Chaves e Matheus Oliveira, a assessoria de imprensa foi com o pessoal da Build Up Media, marketing com a BestPlay, a foto da capa é da Fabiana Maia com tratamento do Pedro, a produção musical foi do Neni e a produção executiva minha.
O lançamento constante de material em vídeo tem ajudado na construção de público da Dall?
Olha, pelo que ando pesquisando, realmente o formato em vídeo é o que mais bomba digitalmente, em especial os longos. Fiquei surpreso ao descobrir que YouTube foi a plataforma que mais cresceu durante a pandemia, jurava que seria o TikTok (que veio logo na sequência). Então, por mais que a gente não tenha tipo dados concretos sobre isso no nosso caso, acredito que o formato vídeo é sim bem importante e o que mais nos ajuda a nos afirmar no mercado enquanto banda.
Quais são as bandas que vocês gostariam de ter em um episódio do seu vlog?
A gente participou recentemente de um quadro de referências no perfil do Instagram @territorioautoral. Lá a gente falou de O Rappa, BRAZA, Sticky Fingers, Paralamas do Sucesso e Daft Punk. Cremos que esses artistas sintetizam bem nossa proposta. E se qualquer um desses aparecer nos vlog, poxa, seria mais que irado (risos).
Por fim, acompanhe a Dall
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Então você é artista e acha que não tem muito espaço? Fique à vontade para divulgar seu trabalho na coluna Contra Corrente do ULTRAVERSO! Não fazemos qualquer distinção de gênero, apenas que a música seja boa e feita com paixão!
Além disso, claro, o (a) cantor(a) ou a banda precisa ter algo gravado com uma qualidade razoável. Afinal, só assim conseguiremos divulgar o seu trabalho. Enfim, sem mais delongas, entre em contato pelo e-mail guilherme@ultraverso.com.br! Aquele abraço!