Banda Taboo prepara álbum otimista e solar
Monique Ferreira
Baseada no norte de Minas, a banda Taboo faz um rock alternativo com influências de diversas vertentes da música brasileira. A saber, eles são formados por Lucas Nobre (vocal e guitarra), Matheus Leite (bateria), Max Dias (baixo) e Michelle Marques (guitarra).
Nesse sentido, após lançar o EP Valência, a banda segue a jornada de seu primeiro álbum, viabilizado por uma bem-sucedida campanha de financiamento coletivo. Enquanto isso, é possível ouvir seu mais novo single, “Descalço”, nas principais plataformas de streaming e conferir o clipe no YouTube.
Por isso, convidamos a Taboo para conversar sobre lançamentos, a campanha de crowdfunding e o futuro da banda. Confira!
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Vamos começar pelas novidades! Vocês abriram 2021 com o single “Descalço”, faixa que antecede o primeiro álbum da banda. Diferente do usual, que é o “olhar pra cima”, a mensagem otimista da letra está em olhar para os pés. Falem mais sobre o conceito da faixa e como ele surgiu.
Lucas: “Descalço”, desde sua concepção musical, procura passar uma mensagem otimista. Que traga, por exemplo, boas sensações a quem ouve. E a letra faz menções a essas sensações como respirar o ar da natureza e pisar na areia descalço. Essa sugestão de olhar pra baixo é justamente olhar pra si mesmo. Para sua própria caminhada e ver tudo que se foi construído e desconstruído, até o ponto em que estamos.
O recém-lançado clipe de “Descalço” traz imagens lindíssimas das paisagens naturais do norte de Minas Gerais. Imagino que tenha sido um projeto complexo no momento atual.
Lucas: A produção do clipe exigiu muita dedicação e logística. Todo cuidado era pouco, principalmente por termos gravado durante a pandemia do Covid-19. Mas fizemos da forma mais segura possível, e partimos para Botumirim.
E vocês gravaram na serra, em uma região de difícil acesso.
Lucas: Neto Macedo que produziu o clipe (e participou de todo o processo) era também o nosso guia. Ele conhecia bem o caminho e as locações que pretendia filmar. Subimos a serra com alguns itens de cenário e um roteiro esboçado pelo Matheus para a execução do projeto. Em dois dias tínhamos as imagens que precisávamos.
Qual é a mensagem que vocês esperam passar com o clipe?
Lucas: O clipe busca também passar a mensagem da letra. Olhar pra caminhada com otimismo e acolhendo os nossos monstros internos que no fim das contas também fazem parte de quem somos.
A Taboo saiu de um universo cinzento e vem se tornando a cada dia mais solar, transição que pode ser notada até na identidade visual da banda, né?
Matheus: É a primeira vez que alguém pergunta sobre isso, que massa que você notou! Esta transição é um “rolê” sinestésico que parte das músicas e se estende ao nosso posicionamento e identidade. Desde o início do nosso trabalho autoral sempre tivemos a ideia e o discurso de misturar o indie e o rock alternativo com ritmos brasileiros.
Entretanto, nosso trabalho mais importante até 2019, o EP Valência, apresenta muito mais referências gringas que brasilidades, o que a meu ver deixava a gente em um ambiente mais frio e cinzento como você disse.
O que vocês acreditam que causou essa mudança?
Matheus: Acontece que, com o tempo, as nossas composições cada vez mais passaram a explorar ritmos brasileiros, misturando-os com o indie, rock e o que mais desse na telha (risos). As letras de Lucas por sua vez passaram a envolver mais temáticas quentes, muitas vezes ambientadas no cerrado do Norte de Minas. Com essa pergunta você tá “cantando a pedra” do que será o nosso primeiro álbum, menos cinza e mais “Sol do Sertão”, que a propósito é o nome de uma das faixas do álbum.
Vocês fizeram uma campanha de crowdfunding para a produção do álbum. O que vocês acreditam que causou o sucesso da campanha?
Matheus: Trabalho, trabalho, mais trabalho e pessoas que acreditam na gente. Nosso maior incentivo era não ter o dinheiro pra pagar os empréstimos que fizemos pra financiar as gravações, precisávamos arrecadar dinheiro de uma forma que dependesse majoritariamente do nosso trabalho e o crowdfunding surgiu com essa possibilidade.
Fazer uma crowdfunding como essa não é tão simples como parece. Como funcionou o planejamento e execução da campanha?
Matheus: A primeira coisa que eu fiz foi estudar muito sobre tudo que envolve o financiamento coletivo, fiz cursos, procurei cases de sucesso e planejamos a campanha com base nisso. O resto da história é trabalho, foram dois meses me doando integralmente para o sucesso do projeto, cumprindo metas, conversando com várias pessoas, procurando parcerias e etc. Financiamento coletivo é um recurso incrível mas igualmente desafiador, se não estiver disposto a dar o sangue é melhor nem começar.
Quais são as três bandas da cena nacional que vocês levariam pra dar um “rolê” no meio do mato?
Matheus: Aí “cê” me deu uma ideia boa, vou chamar o pessoal d’O Cerne, Coração de Andarilho e Binarious pra algo nesse sentido.
E se vocês pudessem escolher três influências?
Matheus: Acho que um rolê no mato com Maglore, Supercombo e Vanguart seria surreal (risos).
Enfim, acompanhe a Taboo
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Além disso, claro, o (a) cantor(a) ou a banda precisa ter algo gravado com uma qualidade razoável. Afinal, só assim conseguiremos divulgar o seu trabalho. Enfim, sem mais delongas, entre em contato pelo e-mail guilherme@ultraverso.com.br! Aquele abraço!