Barbie: a coragem de rir do trágico
Tatiana Aponte
O público que tem prazer com histórias tragicômicas, com boa dose de ironia e sarcasmo, pode comemorar a chegada do filme Barbie, ao qual à imprensa especializada pode conferir na última terça-feira (18), e estreou hoje (20), nos cinemas de todo o Brasil.
O Ultraverso foi conferir o novo filme de Greta Gerwig para saber quais são os motivos do mundo todo – do ocidente ao oriente – ter se colorido de rosa pink para ver a história da boneca mais amada (e odiada) da história. O resultado foi surpreendente.
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Por que um filme feminista?
Antes de entrar na análise propriamente do filme, é importante dizer que o trabalho de Gerwig é visceralmente relacionado ao feminismo. A diretora (e atriz) é voz ativa da causa feminina no cinema e suas obras refletem seu ponto de vista.
Ao fazer Barbie a diretora tem a intenção de fixar no cinema os conflitos e debates que permeiam nosso tempo. E por ter feito isso de maneira espetacular, fincou os seus pés ao lado dos grandes do cinema.
Barbie e a coragem de rir do trágico
Barbie (Margot Robbie) a boneca que por muitos anos foi considerada o ideal de vida de todas as outras mulheres, é chamada para uma aventura um pouco diferente da que está acostumada.
O mundo perfeito da “Barbilândia”, com seus dias “maravilhosamente previsíveis”, é trocado por uma imersão no mundo real. Acompanhada de Ken (Ryan Gosling), Barbie tem a missão de encontrar sua dona para restabelecer a felicidade e fantasia da sua vida, ela só não imaginava que do lado de cá, encontraria o patriarcado, uma nova geração de mulheres que questionam o simbolismo da boneca, o comunismo, o consumismo e um mundo completamente diferente do seu.
O filme é desses que transforma o trágico em comédia por falar de forma aberta dos absurdos socialmente normalizados. Outro ponto interessantíssimo é a capacidade do filme ser crítico com a Mattel e que em muitas vezes a marca é mencionada e fortemente criticada. Assim como são nas reuniões entre os altos executivos que decidem os rumos, prumos e lucros dos produtos que envolvem o universo de Barbie.
Mas, a capacidade de rir da própria desgraça torna a crítica mais interessante, e consegue atingir o objetivo final, que é questionar muitas situações que estão diante de nós, mas que pouco entendemos na prática como refletem na nossa vida.
Muito além do rosa pink
O hype em torno do filme é interessante e ajuda bastante no marketing de divulgação. No entanto, é bom se preparar para insights mais poderosos do que o mundo da Barbie já causa na normalidade.
Para além da casa dos sonhos, das roupas bonitas, salto alto e beleza inalcançável, o filme foge do chavão dos contos de fadas ao mostrar que tanto o mundo ideal quanto o real ajudam mutuamente. E não tem um mais certo que o outro, é na dualidade que residem suas forças.
Embora toque em assuntos espinhosos, o filme é de fácil compreensão e tem uma comunicabilidade excelente com o público. Soma-se a isso a força da Barbie, o que justifica plenamente a reação do público, mesmo daqueles que ainda nem assistiu ao filme.
Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso que fala sobre Cultura Pop:
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Barbie – Trailer do filme
Barbie – Ficha Técnica do filme
Título original: Zee Van Tjid
Direção: Theu Boermans
Roteiro: Marieke van der Pol
Elenco: Sallie Harmsen, Reinout Scholten van Aschat, Elsie de Brauw, Gijs Scholten van Aschat, River Oosterink,
Onde assistir: Cinemas
Data de estreia: 20 de julho de 2023
Duração: 116 minutos
País: Países Baixos
Gênero: Drama
Ano: 2022
Classificação: 14 anos