Bastille give me the future crítica do álbum disco 2022

Bastille faz importante alerta em ‘Give Me The Future’

Cadu Costa

A banda britânica Bastille (ou BΔSTILLE como é estilizada) lançou seu aguardado novo álbum Give Me The Future na última sexta-feira (4) e já está sendo aclamado pela mídia. Mas o que nós achamos? Vem que o ULTRAVERSO te conta.

Formada em Londres, em 2010, a Bastille era originalmente um projeto solo do cantor e compositor Dan Smith, que mais tarde decidiu formar a banda. Então, após o lançamento de seu primeiro disco Bad Blood (2012) e um relativo sucesso no Reino Unido, era hora de ganhar o mundo e pelo alvoroço criado pelo quarto novo trabalho, digamos que conseguiram.

Give Me The Future veio cercado de expectativas de como o electro-pop-rock da Bastille iria se apresentar num mundo pandêmico. E a resposta é a melhor possível.

Possibilidades alternativas

Com a abertura distorcida e mal-humorada de “Distorted Light Beam”, a Bastille introduz um mundo excitante de possibilidades alternativas. Dan Smith canta: “sentindo como / se isso é vida / estou escolhendo ficção”. Isso soa quase como uma resposta à pergunta colocada em “Way Beyond”, do disco Wild World, de 2016, – “quando a vida real é mais fodida do que a ficção / você quer se livrar disso?”

Essa obsessão com a atração atraente de uma nova realidade e as alegrias, armadilhas e realizações que a acompanham é o que se desenrola nas próximas 12 faixas. À medida que o zumbido eletrônico e as cordas dramáticas se fundem catarticamente, Give Me The Future liga o alerta sobre a nossa dependência da tecnologia.

Soa estranho vindo de uma banda que usa justamente a tecnologia para extrair o melhor se seu som? Sim, mas a forma como a Bastille apresenta isso é muito didática e dinâmica.

Canções e videoclipes da Bastille

Basta prestar atenção nas canções – e em seu videoclipes – “No Bad Days” e “Shut Off The Lights”. Na primeira, um exemplo bruto de electro-pop temperamental com um efeito robótico cativante na voz de Dan Smith. Chama a atenção para a construção de batidas animadas, interrompidas por um lindo piano pós-refrão. O registro expressa uma curiosidade em relação ao potencial da tecnologia futura detalhando explicitamente quais resultados eles temem e por quê.

Já em “Shut Off The Lights”, a música segue por um caminho mais analógico até mas de uma simplicidade que beira o melhor da banda. Com imagens demonstrando como deveríamos viver mais sem tanta preocupação com o celular, com certeza é uma das melhores faixas do álbum.

A crítica ao mundo moderno continua. A faixa que dá nome ao título destaca as “vantagens” de se viver nessa nova realidade virtual. A sonoridade no entanto, se destaca. Um rock eletrônico que nos remete ao melhor do Daft Punk. O clipe destaca ainda a volta aos shows e como os abraços fizeram falta pós-quarentena.

Melhor e mais amplo trabalho da banda

“Club 57” é uma canção mais leve, com refrão cantante e começa a encaminhar o fim da experiência. E após um interlúdio, ele chega com “Future Holds”. A letra é um raro momento de otimismo brilhante de Give Me The Future com um lado positivo: “Quem sabe o que nos aguarda no futuro? Não importa, desde que eu tenha você”.

Enfim, Give Me The Future alcança tudo o que um álbum pop deveria e se destaca como melhor e mais amplo trabalho da Bastille. Acaba sendo a trilha sonora perfeita para uma vida pós-bloqueio. Com transições únicas, bem como divertidas, um tema e uma vibe futurista incrível, não temos dúvidas que conseguiram.

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Ouça o álbum Give Me The Future, da banda Bastille

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
NAN