BBBLAH! NO AR! #7 – BIG BROTHER BRASIL 2019
Lohan Lage Pignone
BBBlah! no ar!
Atrasado, mas nem tanto, cá estamos novamente a analisar essa edição do BBB que não desempaca nem por reza braba. Estariam atrasados também? Afinal, já chegamos à metade do jogo e até agora não conseguimos distinguir com clareza o arquétipo de cada residente da casa mais vigiada do Brasil.
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Ora, dirão: há os mocinhos, há os vilões. Será? Os ditos bonzinhos da história parecem mais os vilões, por não darem enredo à trama principal e causarem raiva no telespectador. Ok, este é o papel do vilão, poderão dizer, mas onde estão os vilões do jogo? Até mesmo Paula, que despontava como principal nome no caldeirão da bruxa, se rendeu a rodas terapêuticas e meditativas.
No último BBBlah! eu levantei a questão da necessidade do entretenimento, para ser de fato entretenimento, carecer intrinsecamente da polêmica, dos famosos barracos. Do por que o brasileiro é tão sedento por essa cultura degradante. Reflexões à parte, uma coisa é batata: algo de errado não está dando certo.
Tiago Leifert não vê a hora de exclamar seu conhecido bordão, “É fogo no parquinho!”. Curioso, e aqui vai um comentário pessoal, é que o Leifert, o cara que mais ama riscar fogo na lenha da televisão brasileira, não sabe lidar muito bem com as adversidades virtuais que lhe ocorrem. Há dois anos, dirigi a ele, pelo Twitter, um comentário respeitoso, porém crítico, sobre uma atitude dele em relação ao participante Ilmar. Atitude bastante reprovável, diga-se de passagem, em um de seus rompantes nada imparciais. E o que o Leifert fez? Arregou. E me bloqueou. Chorei largado! Só que não. Me senti até importante, sabe? Fiz o Leifert pipocar, gente! (pipocar: outro verbo que ele ama explanar). Então, mais tarde eu soube que ele fez isso a outros amigos, ou seja, perdi o selo VIP de barrado no baile do Leifert e cheguei à conclusão de que, (olha que surpresa magnífica) na vida real, as pessoas também fogem de indisposições. De atritos físicos, virtuais. Muitas das vezes por não saberem administrar suas reações, seu ímpeto. Então por que isso não é considerado normal dentro de uma casa em que vivem seres humanos? Essa atitude é louvável? Até que ponto? O não se posicionar por medo de se exceder. Acho que acabei de definir covardia.
“Covardes!”, grita a produção do programa, gritam os críticos do UOL, gritam os fãs enfurecidos. Mas não terá sido também covarde (com b só pra dar um toque cult) a produção do BBB 19, ao demorar tanto em aplicar um sacode nessa gente brasileira que rasga seda mas não rasga o verbo? Então dirão, “ah, mas já fizeram voto aberto, joguinho da discórdia; agora farão paredão do bem, depois trarão os familiares pra casa por um dia, depois…” mas não há nada que se possa cunhar de REVIRAVOLTA. Roteiro bom tem plot twist, ô produça! Já que trarão os familiares, se eles por ventura se destacarem mais, renderem mais borogodós, deixem esses revolucionários na casa, alojem os outros numa casa de vidro com bastante água e luminosidade (é bom para as plantas), e recomecem. Resetem o game. Não é pecado e tampouco novidade na televisão brasileira: em 1967, Janete Clair, a grande dama da nossa teledramaturgia, já ousou ao assumir sua primeira novela (isso mesmo, gente, primeira novela na Globo) e tirou da cartola um terremoto que dizimasse noventa por cento dos personagens da novela “Anastácia – A Mulher sem Destino”, que, antes, estava sob a batuta de Emiliano Queiroz. Janete Clair reergueu a audiência da novela e ganhou de vez a confiança dos produtores e o coração dos brasileiros.
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Vejamos o que teremos pela frente. Espero que mais coragem a la Janete Clair e menos a covardia de Tiago Leifert.