BGS 2019 | Testamos ‘NIOH 2’, ‘Ori and the Will of the Wisp’, ‘Batlletoads’ e Indies

Thiago Alexandre

A BGS 2019 possibilitou que jogássemos diversos lançamentos esperados no mercado. Entre eles, o novo Battletoads e a obra de arte Ori and the Will of the Wisp. Além disso, também testamos vários jogos indie de ótima qualidade. Confira nossas impressões:

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Battletoads: Impressões 

Muito se fala até hoje que Dark Souls aprendeu a ser difícil com a franquia Battletoads. Após quase 30 anos de seu lançamento, o jogo ganhou uma repaginada e está sendo desenvolvido pela Dlala Studios e pela Rare. O título teve seu anúncio realizado durante a E3 de 2018 e já recebeu alguns gameplays apresentando a arte e como seria a sua jogabilidade. Agora, na BGS 2019, tivemos a oportunidade de jogar o novo jogo de Rash e seu parceiros de briga em um modo cooperativo para até três jogadores, coisa que antes só era possível no máximo duas pessoas.

Decerto, os sapos possuem, obviamente, habilidades diferentes e movimentações diferenciadas, o que muda de imediato aquela premissa de jogo limitado como seu antecessor. Rash, Zitz e Pimple estão de volta para Morph Attack, a caminho de uma nova aventura repleta de caos e confusão nessa já clássica franquia de estilo beat’em up. Agora, com a possibilidade de jogar no modo cooperativo de 3 pessoas, o jogo mantém boa parte da mecânica e humor, por vezes caricato, do clássico.

Battletoads

Foto: Divulgação / Battletoads

Novos golpes

A saber, cada personagem agora possui golpes e habilidades próprias que usam os botões da geração atual. Mesmo assim, não é necessário decorar muitos comandos para se divertir. O pulo e o soco ainda atendem muito bem, mas os novos golpes ajudam e precisam ser utilizados.

Aliás, a dificuldade de ter vários inimigos se sobrepondo na tela continua. Mas isso é até divertido. Afinal, faz parte da temática do jogo. Permanece também a temível fase da moto voadora, mas em novo formato. Agora, com uma visão traseira e velocidade aparentemente menor. Pessoalmente, eu gostava da dificuldade insana dessa parte do jogo clássico. Isso poderia ter sido mantido.

Ademais, a animação é o forte aqui. Olhos esbugalhados quando um boss aparece se repetem como na versão Double Dragon do ‘Nintendinho’. Infelizmente, não foi possível avaliar o som que estava desativado nas estações de jogo do stand.

Ori and the Will of the Wisp: Impressões 

Essa verdadeira obra de arte desenhada à mão em estilo de jogo metroidvania estava disponível durante a BGS 2019. Nessa nova aventura Ori descobrirá um mundo além da floresta de Nibel, das almas perdidas e sobre si mesmo. Com novas mecânicas de movimentação, que permitem acessar áreas antes inacessíveis, bem como combates, ele consegue melhorar sem perder a ligação com o anterior.

A dificuldade do jogo agradará aos antigos e novos fãs do jogo. Aprender todos os comandos e como usá-los requer tempo. Pular de uma plataforma para outra enquanto se abate ou desvia dos inimigos não é tão orgânico, mas a experiência proposta recompensa isso imensamente.

Ori sempre foi um título gracioso, com direito a combos e combinações e outros poderes. Decerto, é possível personalizar os botões atribuindo funções específicas os botões do controle. Pulo duplo e impulsionamento (para qualquer direção, inclusive no ar) vêm do título anterior. Assim como a corda luminosa de Ori, presa a bulbos específicos, que também são provindos de habilidades do primeiro jogo.

O som da estação utilizada para avaliação não estava bom. Uma pena, pois a trilha sonora sempre foi algo belíssimo.

NIOH 2: Impressões 

No estande da Sony, na BGS 2019, lá estava disponível para teste, com um tempo de jogo bem curto, o punitivo NIOH 2. Esta é a continuação do Soulslike da Team Ninja que deve ser lançado 3 anos após o título anterior. Neste, faremos uma jornada até o reino sombrio dos Yokais mais uma vez. Ao contrário do primeiro, agora podemos customizar a aparência do personagem, já que a história é sobre um personagem fictício do período Sengoku no Japão.

NIOH 2

Foto: Divulgação / NIOH 2

Logo de saída, podemos dizer que o jogo está mais fluído que o anterior, com uma mecânica de combate modificada, apresentando novas armas e habilidades. Agora, podemos contra-golpear, e essa habilidade muda conforme o guardião que temos selecionado. Isso também vai influenciar no ataque especial, inclusive, modificando parcialmente a aparência para a do Yokai selecionado. Ademais, neste caso, nada muito novo. Temos inimigos mais difíceis de matar, além de chefes e sub-chefes pra lá de complexos.

Acostumar-se com os controles demanda tempo algo que na BGS 2019 não foi tão possível. A dificuldade segue num nível ainda mais elevado e vai continuar pedindo paciência aos jogadores. Mortes serão ainda mais frequentes. A estratégia continua sendo fundamental para vencer as lutas e precisa sem combinada com a melhor postura para se vencer. Tudo isso combinado causa um sentimento de recompensa que aumenta ainda mais a vontade de continuar jogando, superando toda a frustração das mortes.

Falaremos mais sobre esse grande jogo no seu período de beta aberto que se iniciará em novembro.

LUIGI’S MANSION 3: Impressões 

Com a BIG N de volta a BGS, grandes títulos do seu console, o Switch, estavam jogáveis. Entre eles, um dos grandes lançamentos do ano, o Luigi’s Mansion 3 com lançamento previsto para 31 de Outubro. No título,  Luigi é convidado com seus amigos para passar uma noite em um hotel, mas as coisas não saem como o planejado e mais uma vez terá de enfrentar assombrações para resgatar seus amigos.

Os 15 minutos da demonstração começam com um tutorial onde um cão fantasma nos ajuda a entender os controles básicos do jogo e aprendemos a usar o aspirador para sugar os fantasmas e a lanterna para tonteá-los. Então somos apresentados ao objetivo da demo e começamos a usar todo o que foi aprendido e ainda mais. Também precisamos usar um desentupidor para puxar e quebrar objetos dos cenários.

BGS 2019

Outra grande novidade é o uso do Gooigi, a versão gosmenta do nosso herói que possui as mesmas habilidades e ainda pode atravessar por obstáculos, como espinhos e grades. Em alguns momentos precisamos alternar entre os dois para conseguir avançar.

Infelizmente não conseguimos vencer o boss final, mas entendemos que com esse lindo visual e uma jogabilidade capaz de divertir toda a família Luigi’s Mansion 3 tem potencial para ser um dos grandes lançamentos do ano da Nintendo.

ÁREA INDIE: TESTAMOS ALGUNS JOGOS

Não é fácil ser alguém na vida e na área de games. A coisa vai muito além de só desenvolver um jogo. Não somente focado em títulos para a última geração, a BGS 2019 contou com uma grande diversidade na área indie.

Desde a 1ª edição, a BGS tem sido uma forte aliada dos desenvolvedores independentes de jogos, abrindo espaço para que apresentem suas produções a um público interessado e superior a 300 mil pessoas. Assim sendo – e agora com mais espaço -, até mesmo os indies que não têm um nome de estúdio tiveram a oportunidade de figurar ao lado dos maiores publishers mundiais. A área vem crescendo ano a ano e havia diversos expositores por lá.  Nossa equipe testou alguns dos títulos que lá estavam.

  • PSIKODELYA

Aqui temos uma grata surpresa na BGS 2019. Um jogo de puzzles em primeira pessoa com temática adulta, bem artística e psicodélica com cores fortes e chamativas. Ademais, o protagonista não tem muita informação do motivo de estar lá, apenas sabe que precisa resolver os mistérios para ativar os portais de saída dos mundos e chegar em algum lugar ou outro mundo.

O início já é real e psicodélico. Para jogarmos, utilizamos um controle de Xbox 360 conectado a um PC. A jogabilidade é fluida e sem engasgos. Além disso, o gameplay seguiu sem bugs e aqui colabora o fato do jogo já estar à venda na plataforma Steam. A trilha sonora binaural chama bastante a atenção e contribui ainda mais com a imersão do jogo. Decerto, é o tipo jogo perfeito para se jogar ouvindo Pink Floyd.

Criado pelo estúdio Infinity Green, o game Psikodelya é indicado para quem procura por experiências surreais e um ambiente de jogo fora da caixinha. Uma vez que o jogador está em uma viagem pra lá de surreal, algumas coisas improváveis podem ocorrer corriqueiramente. A saber, uma das dinâmicas mais recorrentes, são os obstáculos que desafiam a gravidade e seu cérebro. Cabe ao jogador imergir neste mundo louco e solucionar os enigmas que surgem.

  • THE LIGHT OF THE DARKNESS

Neste jogo estilo medroidvania produzido pela Quartomundo, controlamos Sephius, um ser híbrido de luz e escuridão que cresceu em uma pequena vila, sempre em conflito e sem preparo para lidar com o mundo. Após o chamado de outro ser, Menian, saímos em busca da origem da personagem. Nisso, a vila é atacada por poderosas forças escuras e controladas por um poderoso mago, Nomegah.

Para ajudar nessa busca da própria história, e talvez vingança, contamos com inúmeras opções de customização de personagem, como em um “souls-like”, podendo escolher combinações de armas de mão e magias que serão usadas.

BGS 2019

Contudo, desenvolver algo tão grandioso, que pretende ter de 15 a 30 horas jogáveis, precisa de tempo e investimento, dois itens que afetaram muito o jogo. Aliás, já são mais de 7 anos de desenvolvimento, incluindo nisso uma “engine” própria em que a primeira demo jogável executa em 2D e é muito bem trabalhada. Recentemente, The Light of the Darkness ganhou uma versão nova em 3D, que executa em cima do Unreal Engine, o que facilitou o desenvolvimento e abre imensa possibilidade de execução nos consoles X-Box e Playstation.

Jogamos a versão 2D do jogo, que mesmo estando lado a lado com sua versão mais nova, contava mais com a simpatia do público presente no stand. Assim, tivemos a chance de experimentar alguns dos desafios. A impressão é de um desafio bem difícil, aliado à vasta combinação de poderes. Com isso, precisamos de algum tempo de prática para realmente começar algum progresso. A sensação de peso para desferir os golpes é evidente, e não adianta desferir combos sem fim para eliminar os inimigos, sendo necessário um pouco de tática ou mesmo evitar alguns deles. Algo que chamou bastante a atenção foi o fato dos inimigos se atacarem, abrindo ainda mais possibilidades dentro do game.

Foram poucos minutos de jogo, então ficamos com um gostinho de “quero mais”, mas era necessário deixar outras pessoas conhecerem esse grande sucesso em potencial.

  • THE PATH OF CALYDRA

Neste jogo desenvolvido pelo estúdio FinalBoss, o espírito de Calydra possui a capacidade de controlar os elementos. Ele precisa reconquistar os seus poderes de forma original, mas para isso necessita da ajuda de alguém com o coração puro. Depois de algum tempo acompanhando a vida do pequeno Matheus, que sofre bullying na escola diariamente, Calydra resolve trazê-lo para o seu mundo, o Calygore. Logo, ele percebe que precisa ajudar esse espírito se quiser sobreviver e voltar para o seu mundo.

Usando a mochila de Matheus como catalisador dos seus poderes, a entidade consegue se comunicar com o garoto. A partir de determinado momento, ela consegue assumir a forma e manipular alguns elementos, auxiliando assim a jornada.

Path of Calydra BGS 2019

Foto: Thiago Alexandre / BLAH!ZINGA

Jogabilidade em Calydra

Decerto, tivemos a oportunidade de testar a versão ”demo” preparada especialmente para a BGS 2019. A  impressão desse jogo de puzzles em terceira pessoa, muito semelhante ao Zelda, foi excelente. Inicialmente, ele estará disponível para PC, mas será lançado para os consoles X-box e Playstation devido à flexibilidade permitida pela Unreal Engine 4 em que o jogo é desenvolvido. Devido à variedade de comandos, optamos para jogar com um joystick. The Path of Calydra é surpreendentemente fácil de jogar, mas não pensem que isso o torna um jogo simples. Logo de cara acumulamos algumas mortes do pobre Matheus, como ao pular do alto de uma escada alta. Ademais, também descobrimos algumas habilidades, como engatinhar por lugares baixos e estreitos, e a possibilidade de escalar alguns lugares.

A movimentação é muito fluída e logo nos acostumamos com a movimentação da câmera. Depois de algum tempo andando e resolvendo alguns enigmas em Calygore, foi possível utilizar alguns dos poderes da Calydra. A saber, eles incluem formas de magia como lançar bolas de fogo, uma bolha que permite respirar em baixo da água e até uma forma de espada para combate corpo a corpo.

Por fim, iremos aguardar ansiosamente pela versão completa que está em estágio final de desenvolvimento. Seu lançamento está previsto para o meio de 2020.

    • DEATH WHISPERS

A Bloody Moon Game Studio levou os visitantes da BGS 2019 ao delírio com uma mistura de terror psicológico e ficção científica em primeira pessoa. A trama se passa em 1996. Aqui, você encarna o repórter americano Allan Campbell, que recebe alguns documentos confidenciais do governo russo de uma fonte anônima afirmando que a história do acidente de Chernobyl não é a que foi contada. Assim, viajamos para a cidade de Pripyat para investigar.

De fato, é muito difícil resistir a uma trama de conspiração mundial envolvendo norte-americanos, russos e um desastre nuclear. E tudo isso descoberto por uma espécie de denúncia anônima. Isso seria enredo de muitos filmes.

Death Whispers

Foto: Thiago Alexandre / BLAH!ZINGA

Jogabilidade em Death Whispers

Mesmo em versão alpha, podemos perceber algumas coisas muito boas. A ambientação sonora, por exemplo, está fantástica e tomamos vários sustos. Além disso, algumas das mecânicas também estão incríveis. Como o fato da lanterna segurada pelo protagonista não se mover tão rápido quando viramos a personagem rapidamente. O que causa um balanço parecido com o que temos na vida real, nos forçando a fazer algumas coisas mais lentamente. A opção por usar os botões do mouse para interação com os objetos é uma mudança de conceito bem-vinda, já que o foco é a investigação e não o “atire primeiro e pergunte depois”.

 

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Magnolia, action rpg!

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A interação com o cenário é muito boa. Os itens importantes não ficam marcados por cursores diferentes ou destacados em algum mapa. Então, sempre precisamos ficar atentos a algo que pode ser importante. A melhor ajuda que se tem vem do diário que indica o próximo objetivo. Ainda em relação à interação, geralmente um botão de algum aparelho funciona e as gavetas dos móveis abrem, possibilitando que sejam revistadas e que aparelhos como televisões e vídeo-cassetes sejam ligados. Provavelmente, isso será um item importante na versão final do jogo. Também existem várias placas em russo no decorrer do jogo, mas, felizmente, elas possuem legenda.

Death Whispers tem previsão de lançamento para o meio de 2020 e estaremos esperando ansiosamente.

Thiago Alexandre

NAN