Blah Entrevista | Julia Crystal

Stenlånd Leandro

Dotada de uma voz poderosa, A cantora Julia Crystal nos brinda com uma alquimia de sons e um imenso amor pela natureza. Suas músicas transmitem paz e energia elevada. Mistura ritmos eletrônicos como trip-hop e synth pop com música clássica e new age, com uma interpretação ímpar e doce.Algo soberbo para os apreciadores de boa música.

Tendo uma voz próxima de Sarah Brightman e Violet Brighman, amante da natureza e sempre em prol da defesa dos animais, vegetariana, a cantora cedeu uma entrevista para nossa equipe.

Confira:

(Blah Cultural) 1 – A sua trajetória já vem de longa data, projetos anteriores fizeram com que você se tornasse uma diva da música pop/New Age, com influências e passagens eruditas. Como é compor músicas neste formato?

(Julia Crystal) Obrigada, Leandro! Na época em que eu cantava em corais, o repertório era formado por alguns clássicos como Brindisi de La Traviata, Concerto Para uma Voz, Vedrai Carino, entre outros…Atualmente, o meu estilo é mais New Age. Podemos conferir esta tendência nos próximos lançamentos.

(BC) 2 – Como se iniciou a carreira da cantora Julia Crystal?

(JC) Tudo aconteceu de forma bem natural. Um teste para um coral de música típica Italiana e canto lírico. Após três meses de contato com este estilo musical eu já estava me apresentando em Clubes, Igrejas, Shoppings Centers e outros eventos.

Em seguida, conheci Alex Voorhees (Imago Mortis), quando surgiu uma parceria linda que nos move para criar em vários estilos musicais. 

(BC) 3 – Eu vejo que suas letras conotam termos vinculados à vida, aos animais, ao respeito ao próximo. É tão difícil pôr na cabeça das pessoas de que tudo isso que você se propõe a fazer é por um bem maior que todos sempre evitam falar e ter atenção sobre?

(JC) Realmente, as pessoas buscam entretenimento e buscam viver do modo como aprenderam desde a infância, por isso é tão difícil para algumas pessoas, absorver novas ideias e formas de agir, pensar e alimentar seu corpo e seu espírito.

Eu não desejo convencer pessoas impondo o medo ou algum tipo de religião. Estou interessada em falar por aqueles que não podem se expressar. Somos um grão de areia que unidos a outros milhões, podemos fazer a diferença para muitas criaturas inocentes.

 Estamos produzindo um CD com muito carinho, muita dedicação. Buscamos uma forma de entrar em contato com os sentimentos mais puros, com a essência das pessoas. Assim, temos a esperança de tocar os corações de quem permitir ser tocado, para que haja esta iluminação. Há mensagens dedicadas à natureza, ao amor, aos animais, aos seres humanos. Há uma celebração à vida, algo que prevê este encontro com a verdade, com o bem, como se pudéssemos prever o que de fato irá acontecer um dia.

(BC) 4 – Você tem diversas músicas lançadas de altíssima produção, inclusive em algumas sua voz se equipara a de Sarah Brightman. Por que ainda não houve shows, uma vez que praticamente você é bem quista pelos fãs do gênero a que se propõe cantar?

(JC) Obrigada por você ter me comparado a uma cantora maravilhosa e consagrada mundialmente como Sarah Brightman.  Minhas primeiras gravações foram produções no estilo mais lírico e baladas românticas. Inicialmente com covers desta cantora e outras divas da música pop, incluindo a produção do CD To My Little Star, uma contribuição inestimável do meu namorado Lauro C. Q. que se mostrou um produtor muito competente e de alta sensibilidade musical. Nesta época, participação e coprodução do músico e grande guitarrista, Maurício Blues Biango.

Sou uma pessoa simples, mas com grandes ideais; um pouco distante dos holofotes e do glamour. Vivo num país onde o campo musical é de 40 a 50 vezes menor do que na Europa ou USA. A música faz parte da minha vida como uma forma de expressão e satisfação pessoal, se eu consigo atingir meus objetivos através das produções é a isto que eu me dedico. Apresentações públicas, talvez, quando e se eu sentir que possa acrescentar algo de muito valioso à minha arte e às minhas mensagens. A parte financeira, esta viria consequentemente.

(BC) 5 – To My Little Star, primeiro disco lançado em 2008, ao menos até onde se foi possível compreender, houve uma homenagem para sua irmã Barbara. Como você vê sua irmã no dia a dia, por que houve tal homenagem e se você voltaria a fazer novamente?

(JC) Além de sermos irmãs e grandes amigas, Barbara Angel é a pessoa que me presenteou com algo que mudou a minha vida musical. Fui apresentada ao Alex Voorhees por ela, há alguns anos e logo se formou uma química musical maravilhosa. Barbara é uma fotógrafa muito talentosa com estilo incomum. Ela tem os mesmos ideais e luta pelos direitos dos animais, acredita neste sonho de um mundo mais justo para estas criaturas angelicais. Fora isso é espontânea, uma amiga leal e alto astral, minha luz! É sempre uma alegria estar ao seu lado. Com certeza haverá mais homenagens. Ela está nos projetos do novo CD, atuando como atriz no vídeo clipe de uma música muito especial.

(BC) 6 – O uso do ecumênico de um assunto específico para cada álbum, fazendo com que estes sejam obras claras de puro estudo aprofundado sobre um tema, faz com que sua mais recente obra a ser lançada, onde Shamballa aparece com bastante ênfase, venha a ser a melhor obra feita até agora por você?

(JC) Eu e Alex Voorhees, idealizador e produtor deste trabalho estamos empenhados em promover uma mudança real no modo de pensar das pessoas, em relação à brutalidade como o ser humano vem tratando a natureza, os animais e ao próprio ser humano. A Journey To Shamballa está focado em apresentar uma ideia de renovação, de mudança de hábitos, mudança de energia, um olhar atento aos mais fracos, ao fim da hipocrisia e falsos moralismos que produzem mentes deturpadas por costumes ultrapassados. Queremos mudar isso, vamos dar a nossa contribuição com doçura, mas também com um pouco de ousadia ao mostrar como é sentir a dor do outro. Vamos mostrar também, um pouco do mundo onde desejamos viver. Neste sentido, pode ser que seja sim o melhor de todos os trabalhos realizados por nós, por ser mais completo que os anteriores e por termos a participação de alguns excelentes músicos, além de contar com a participação de um letrista que eu admiro muito, Leandro Stenland em algumas faixas e por ter como produtor muito competente, criativo, com quem eu tenho uma química musical abençoada, Alex Voorhees.

(BC) 7 – Você participou de outros projetos, tanto o grupo carioca de Heavy Metal Tayo quanto cantou em um coral de um grupo de fora do país. Como é ser convidada por outros grupos? Você vê algum reconhecimento inciso em seu trabalho, vendo que a cada instante é convidada por mais pessoas e bandas a participar de projetos assim?

(JC)  É muito gratificante. São grandes artistas que me concedem momentos muito prazerosos, onde eu posso me expressar de diferentes formas, desde o estilo lírico no início da minha carreira, em corais, até o Heavy Metal, passando pelo pop, baladas e outros. O reconhecimento vem a medida que você se dedica a algo que você acredita. A banda Tayo, abriu as portas para este estilo no meu currículo musical, depois dela vieram convites da banda Imago Mortis, um cover que será lançado em breve, produzido por Raphael Jorge da banda Eptah e algumas parcerias de lançamentos com produtores da Grécia. Recentemente fui convidada pelo renomado poeta Shahram Shiva, para participar do coro feminino multilíngue, na faixa “This is Enlightenment” do cd Love Evolve onde represento o Brasil e a Italia com uma bela mensagem nestes idiomas. A baixo, algumas pessoas que estão nos apoiando ativamente em programas de rádio e grupos da web: 

Meimei Corrâa – Tataritatá Web TV Radio

Ivanildo Francelino – Grupo Comunidade Musical no Facebook

Vanderley Carvalho – Quality Music Web

Radio Paulão Atitude – Rádio a Ferro e Fogo

 (BC) 8 – Tirando seu projeto em si, vemos que você é muito focada em tudo que faz. Soube de um videoclipe que está dando um imenso trabalho, pois você é muito metódica e perfeccionista. Lançar um clipe em sua opinião é realçar de todas as maneiras possíveis aquilo que a letra esboça e claro, dando sentido a cada palavra no vídeo? O clipe segue à risca o que a letra fala?

(JC) Procuro não seguir a risca tudo o que a letra expressa, mas desenvolver o tema sim, deixando algo a ser imaginado. Fica mais interessante. Eu tento dar o melhor de mim nas produções de imagem, dentro das minhas possibilidades. Mas, o projeto da música Tears está exigindo mais dedicação, pois é minha primeira produção de vídeo contando com a participação de um ator profissional, maravilhoso, com quem contraceno, Ruy Ennes e também da minha linda irmã Barbara em uma das cenas. Sendo assim, minha responsabilidade aumenta. Estou lidando com a imagem de outras pessoas, isto tem que ser fértil para todos os envolvidos.

(BC) 9 – O Single The Daughter of the Poet possui um mix progressivo com uma unção que vai do tom árabe ao celta. Quem produziu o álbum? Como foi o processo de composição das músicas e como chegaram a tal resultado?

(JC) Eu queria algo místico e espiritual, que remetesse ao passado, e a medida que a música fosse tocando desse a ideia de uma viagem no tempo. Alex Voorhees é o compositor desta música e o fez com muita maestria. Ele se envolveu, foi fundo para compor esta linda história de amor idealizada por mim. A letra é de Julia Crystal e do brilhante letrista Leandro Stenland. Uma parceria bonita que exigiu um trabalho de pesquisa de sons e personagens para se chegar a este resultado. Romance, mistério e magia fazem desta faixa, uma fascinante viagem da Pérsia antiga até os dias atuais.

(BC) 10 – A faixa Sinos Além dos Campos inicia a trilha com um trecho da faixa Ding Ding Dong, sendo assim cantado o francês. Por que iniciar a faixa desta forma em francês e manter o restante da letra em Português? Por que não cantar toda a faixa em francês?

(JC) Um belo poema da poetiza e radialista Meimei Correa, se transformou nesta canção que embala a todos que curtem este estilo. Ela é doce e transmite energia positiva. Durante a gravação fechei os olhos e algumas lembranças da minha infância vieram, da época em que morei na Itália…Jardins, flores, campos próximos a Igrejas, som de sinos. Simplesmente comecei a cantarolar Frère Jacques e percebemos que combinou muito bem com o tema.

(BC) 11 – Como foi o processo de escolha de Monica Brandão para participar da música Sinos Além dos Campos?

O convite partiu do produtor Alex Voorhees. Eu e Monica Brandão somos amigas há muitos anos e temos algumas parcerias musicais e na produção de vídeos com fotos. Ela é poetiza e tem uma bela e doce voz. Participou da letra da música L’Amour Vient Tout Changer do meu CD anterior. Monica se envolveu de maneira especial com a produção do nosso CD a Journey To Shamballa, sendo assim, fiquei muito satisfeita com a sua participação em Sinos Além dos Campos. Sua voz ficou em perfeita harmonia com a atmosfera desta mensagem.

(BC) 12 – Podemos esperar participações especiais para seu disco A Journey to Shamballa?

(JC) Sim, muitas… Segue a baixo lista dos participantes, grandes artistas que acreditam no nosso projeto e apoiam com muito amor e dedicação:

Tivemos guitarras a cargo de Carlos “Tayo” Pardal, Rodrigo Alves e Mauricio Blues Biango, baixo de Fábio Machado, Marcelo Val e Pedro Santos. Charles Wakeman tocou teclado em “Tears”, versão que fizemos do RUSH, banda que adoramos.

Instrumentos diferentes, pouco usuais como Uilleann Pipes and Tin Whistle a cargo do músico e amigo Alex Navar, da banda Tuatha de Dannan & Kernunna, Paulo Rogério Viana tocou violão Flamenco em “Gitana”, tivemos o multi-instrumentista norueguês Kevin Ohlsson ajudando em um dos temas, o violão folk irlandês de Kevin Shortall (Café Irlanda) em duas músicas, as percussões de Tiago Connall (derbake, bódhram, congas e castanholas), além da voz de Monica Brandão e do próprio Alex Voorhees.

Em uma outra música tivemos uma espécie de fala multicultural com a presença de Monica Brandão, Barbara Angel, Meryem Sadik, Rosane Zago e minha amada mamãe Zelia Angel, que entoa – Eu me renovo no amor e no perdão. <3

Na versão européia de “The Daughter of the Poet” tivemos a participação de músicos gregos como George Aspiotis (guitarra, também foi responsável pela mixagem) e o baixo de George Antoniades.

Todas essas pessoas são de imenso talento e cada contribuição foi deveras valiosa para o nosso trabalho!

(BC) 13 – Obrigado pela entrevista, gostaria de deixar alguma mensagem aos leitores do Blah Cultural?

(JC) Estou muito feliz e satisfeita pela oportunidade que você e a produção do Blah Cultural estão nos dando. Adorei as perguntas e cada detalhe desta entrevista. Muito obrigada pelo carinho!!!Deixo aqui minha mensagem para os leitores.Tenha em mente que é preciso dedicar um tempo da sua vida aos que precisam do seu olhar e compaixão. Não compartilhe de atos que causam dor e sofrimento às criaturas que não podem se defender.

Liberdade para todos os seres inocentes, respeito para todos os bebês humanos e bebês animais.

Isto irá causar um movimento ascendente na evolução humana.

Obrigada,

Um grande abraço, Paz Profunda.

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN