Coletiva | Boa Sorte
Blah Cultural
Boa Sorte teve coletiva de imprensa, em Copacabana, no hotel Porto Bay, no último dia 11 de novembro. Marcaram presença no evento um dos roteiristas Pedro Furtado, a diretora Carolina Jabor e a atriz Deborah Secco.
O filme, uma coprodução entre Globo Filmes e Conspiração, que teve como inspiração o conto “Frontal com Fanta”, de Jorge Furtado, também roteirista do longa, foi eleito pelo público o melhor filme da 6ª edição do Paulínia Film Festival.
A coletiva abriu direto com perguntas aos presentes. Num clima bem descontraído todos na mesa seguiram respondendo de forma bem tranquila. Em alguns momentos, quando se falou do quanto Deborah se entregou a Judite e os efeitos tanto psíquicos quanto corporais ao término das filmagens – ficando inclusive internada durante duas semanas para se recuperar – viu-se um certo desconforto, mas como algo superado e que serviu de estímulo para não só existir, mas viver intensamente, principalmente, as pequenas coisas da vida. “Eu estava muito apegada à morte”, afirmou a atriz. E seguiu dizendo “Descobri que vou morrer com a Judite”. Secco ainda completou falando que a personagem de Boa Sorte mudou sua vida, ganhando o status de trabalho mais importante de sua carreira.
Essa é a primeira ficção de Carolina Jabor, filha do cineasta e comentarista da Globo Arnaldo Jabor. Ela frisou que o filme, onde Secco interpreta uma portadora de HIV, viciada em drogas que se apaixona por um adolescente em uma clinica psiquiátrica, fala acima de tudo sobre o amor. E seguiu dizendo que o longa mostrou um contexto atual onde a falta de afeto dentro das famílias. É nesse ponto que Judite entra e preenche a vida de João, interpretado pelo jovem ator João Pedro Zappa. A clínica, usada como plano de fundo, tem como destaque a psiquiatra Cássia Kis, que segundo a diretora, representou toda a instituição com sua a atuação acertada, nem fria nem afetuosa.
Sobre como foi a construção do roteiro, Pedro Furtado falou que a sua intenção foi mostrar os dois lados das drogas, sem hipocrisia, de uma forma interessante e sem tomar um partido, mantendo o filme no meio termo. Jabor acrescentou dizendo que o longa fez uma crítica as drogas lícitas que é amplamente utilizada, sendo utilizada em faixa etária cada vez mais baixa.
A escolha do elenco, que ainda conta com Fernanda Montenegro, Felipe Camargo, Edmilson Barros, foi o foco nesta produção devido o baixo orçamento, assinalou Jabor. Para contar a história foi utilizado métodos mais alternativos de figurino, fotografia e locações. Perguntada pelo Blah sobre a técnica utilizada para a filmagem, se ela havia utilizado o nouvelle vague como referência, respondeu que apesar de gostar muito, este filme se aproximou mais do cinema independente americano, lançando mão de uma decupagem mais econômica.
Por fim, o envolvimento de Secco no projeto de Boa Sorte foi tão intenso que ela acabou se tornando uma das produtoras executivas. Mencionou que esse pode ser um nicho do qual pode começar a se inserir, saindo um pouco da frente das câmeras e atuando mais nos bastidores das produções.
Boa Sorte chega aos cinemas dia 20 de novembro.
Trailer: