Cabíria Festival

Cabíria Festival, cobertura de Alvaro Tallarico para o BLAHZINGA

Cabíria Festival foca nas mulheres no audiovisual

Alvaro Tallarico

Na última sexta-feira (22/11), ocorreu a cerimônia de abertura do Cabíria Festival. A princípio, criado em 2015, como uma premiação de roteiros de longa-metragem com protagonistas mulheres, o Prêmio Cabíria já recebeu mais de 400 inscrições e engloba 3 categorias. Agora, virou festival.

Vânia Matos, uma das organizadoras, me disse: “O audiovisual é um espaço fundamental de representatividade né. Na construção da imagem, na identificação com determinadas imagens, determinados modelos, que a gente também constrói nossa visão de mundo. Uma oportunidade de poder trazer novos modelos, diversos modelos de representatividade e, principalmente de mulheres que, historicamente são tão estigmatizadas e objetificadas, de diferentes sexualidades e posicionamentos de gênero. Nesse momento, principalmente se torna ainda mais importante, porque nós precisamos trabalhar nossa visão de mundo.”

Cabíria Festival: mulheres e diversidade

Cabíria Festival: mulheres e diversidade (foto: Alvaro Tallarico)

noite de cabíria

A abertura do festival estava lotada, em especial, por mulheres, claro. Prestigiando essa iniciativa tão relevante e contundente. Aliás, um dos objetivos do festival é um mundo mais inclusivo, diverso – e divertido. O prêmio Cabíria está na quarta edição, pensando no lugar da mulher atrás das câmeras desde 2015, contudo, essa é a primeira vez que o festival acontece. Conversei também com outra organizadora, a Marília Nogueira. “É por uma questão muito simples, somos mais da metade da população mundial e a gente não vê isso nas telas, e muito menos entre as pessoas que trabalham fazendo cinema.”

A saber, a ideia do festival surgiu a partir de uma inspiração do filme do Fellini, “Noites de Cabíria”, e quando Marília Nogueira, roteirista e organizadora do evento, percebeu que em seu trabalho, os protagonistas eram homens. E começou a tentar descobrir porque isso acontecia. Esse domínio no imaginário da sociedade: os personagens homens estão por todos os lados. Isso acaba sendo forte no inconsciente coletivo. Agora, com iniciativas como o Cabíria Festival, o objetivo é mudar essa situação, incentivar a produção do protagonismo feminino, não só em quantidade, mas em qualidade, ou seja, com diversidade, não colocando a mulher hiperssexualizada.

Enfim, Cabíria Festival segue até o dia 26 de novembro na Cinemateca do MAM no Rio de Janeiro, com programação inteiramente gratuita. Mais informações no www.cabiria.com.br.

Alvaro Tallarico

Jornalista vivente andante (não necessariamente nessa ordem), cidadão do mundo, pacifista, divulgador da arte como expressão da busca pela reflexão e transcendência humana. @viventeandante
NAN