cantora Bela Zaremba

Cantora Bela Zaremba alia minimalismo e melodias marcantes

Wilson Spiler

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17 de dezembro de 2021

Desde o final de 2020, o público brasileiro está conhecendo o talento e as propostas da cantora Bela Zaremba, ou simplesmente BELA. Uma jovem cantora carioca que, encantada com o folk de grupos como Mumford and Sons e Of Monsters and Men, desenvolve o gênero numa mistura com suas origens brasileiras.

A canção “sal e sol” chega às plataformas digitais aumentando ainda mais a força da compositora. E, nesse sentido, oferecendo a quem escuta um canto seguro, afinadíssimo e muito particular. Mas tratar a nova canção apenas como seu terceiro single seria simplificar as coisas. Porque, na verdade, o lançamento dispara a entrega aos fãs de seu primeiro EP, ‘ecoar’.

Depois de lançar digitalmente as canções “The Wolf” e “Desandar”, BELA tinha na cabeça um primeiro disco completo, que estava desenvolvendo há quase dois anos, desde que voltou da Inglaterra após uma temporada estudando música na The British and Irish Modern Music Institute. Mas foi justamente esse período fora do Brasil que acabou mudando seus planos.

Portanto, para falar desses planos, da música e muito mais, batemos um papo muito legal com a artista. Confira!

Você é fã de bandas folks, como Mumford and Sons e Of Monsters and Men. Quais outras referências você pode citar, inclusive brasileiras?

Sim! Eu escuto bastante bandas gringas de pop alternativo. Mas eu também tenho várias referências brasileiras. Por exemplo, eu gosto muito de tudo que a Marisa Monte faz, sou realmente fã do trabalho dela. Também bebo da fonte de artistas da cena nova mpb, como Bryan Behr, Silva, Anavitória, Rubel, dentre outros. Como artista, eu busco uma sonoridade que consiga reunir o melhor desses dois mundos.

A canção “sal e sol” é o terceiro single que precede seu vindouro EP. Como tem sido a repercussão do seu trabalho?

Eu sinto que meu trabalho autoral tem reverberado de forma positiva nas pessoas que escutam. Ver novos ouvintes se conectando com as músicas que eu faço é uma sensação de missão cumprida. Por que, no fundo, a gente faz música para gerar essa identificação, né? Outro dia, fui tema de um trabalho da escola de uma fã muito querida. Tem honra maior que essa? Esse tipo de métrica é a que faz sentido pra mim: gerar conexões reais com as pessoas.

O que podemos esperar do EP ‘ecoar’?

Um EP com uma sonoridade pop/folk com um twist de MPB. São 6 músicas que foram criadas sob quatro pilares da minha identidade artística: natureza, amor, poesia e misticismo. Cada canção tem um porquê de estar ali, me sinto muito representada por esse trabalho.

Curiosamente, a grafia do seu nome é toda em maiúsculo, mas os títulos de suas canções são em minúsculo. Há algum significado nisso?

Toda a minha comunicação é pensada para ser acessível, fácil e leve. No ambiente online, as pessoas interpretam o texto de acordo com a escrita. A letra minúscula traz um tom de voz mais relaxado, simples e calmo. No caso de BELA, a letra maiúscula traz mais impacto visual e combina melhor com a tipografia que eu uso, que é uma fonte mais fina e minimalista – descobri isso depois de vários testes com a designer.

Você estudou piano no exterior. Como isso mudou sua visão na música e de mundo também?

Piano eu ainda não sei tocar mas está na lista! Na verdade, eu fiz um curso de performance vocal. Abriu demais meu horizonte. Vi tantas referências artísticas diferentes, principalmente dentro do folk, do rock e do pop, que enriqueceram meu trabalho. Fiz shows, fiz busking (cantar na rua), entrei em novos estúdios… Além disso, pude beber na fonte de outros tipos de arte, como museus, teatros, ballet. Foi uma experiência de autoconhecimento que reverberou em diversas partes da minha vida, inclusive na artística.

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Também acho que ter vivido em Londres me tornou uma pessoa menos julgadora. Ao morar lá, vi que você pode ser o que quiser e ninguém vai te julgar por isso. É a cidade mais excêntrica que já visitei. Sinto que absorvi essa energia para conduzir meu trabalho musical: busco acreditar no diferente sem ter medo de ousar.

A próxima música prevista para lançamento, “banjo com agogô”, mistura dois elementos distintos. Sendo o primeiro oriundo do México enquanto o segundo é africano. Isso simboliza uma mistura de ritmos que busca incluir no seu som?

A “banjo com agogô” é a música mais literal quando falo da minha mistura folk/mpb. Não fui tão longe ao pensar em trazer referências mexicanas pro meu som, mas até que é uma boa ideia, viu! A referência africana está muito presente na canção pelo ritmo ijexá. Foram mais de 31 canais de percussão gravados para trazer essa raíz à tona. Trago a sonoridade folk norte-americana, inspirada por artistas como Bon Iver e Sufjan Stevens, através do banjo – que se faz muito presente mesmo sem aparecer na canção toda. É uma música diferente e com uma atmosfera muito solar!

Como foi o processo de composição durante a pandemia e como esse período afetou na sua vida?

O meu EP surgiu por conta da pandemia. Eu lembro que as músicas seriam outras mas a realidade mudou tão repentinamente que percebi que não faziam mais sentido naquele momento. Eu me vi escrevendo novas canções para me ajudar a atravessar a pandemia de uma forma mais leve. E elas me salvaram! Eu escrevi todas no sofá da minha casa antiga logo que acordava, sempre com um cafezinho à mão. Então, se não tivesse tido pandemia, esse EP não existiria. Tá aí um lado bom nisso tudo.

Seus clipes são todos muito coloridos, solares, positivos, exaltando o mar e a beleza da natureza. Qual a sua relação com o meio ambiente? Ele te inspira?

Me inspira muito! Sempre que estou perto da natureza eu me sinto completa. Parece que entro numa espiral de boas vibrações: a criatividade flui melhor, eu me sinto mais feliz. Busco trazer essa sensação nas minhas músicas, por isso falo tanto sobre verde, sol e mar nas minhas letras.

Vem aí também um minidocumentário sobre a gravação do EP. O que pode adiantar sobre isso?

A equipe está me acompanhando com a câmera na mão desde o dia 1 no estúdio. Vamos mostrar registros das criações das músicas, das gravações dos instrumentos, dos bastidores dos clipes e etc. Vocês vão poder acompanhar de perto todo o processo de criação por trás do EP. Vou lançar os episódios no meu canal do YouTube quando o álbum for lançado.

Por fim, acompanhe a cantora Bela Zaremba

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Então você é artista e acha que não tem muito espaço? Fique à vontade para divulgar seu trabalho na coluna Contra Maré do ULTRAVERSO! Não fazemos qualquer distinção de gênero, apenas que a música seja boa e feita com paixão!

Além disso, claro, o (a) cantor(a) ou a banda precisa ter algo gravado com uma qualidade razoável. Afinal, só assim conseguiremos divulgar o seu trabalho. Enfim, sem mais delongas, entre em contato pelo e-mail guilherme@ultraverso.com.br! Aquele abraço!

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
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